Nos dias 27 e 28 de outubro, a Associação Software Livre de Goiás (ASL-GO) e o Projeto Software Livre de Goiás (PSL-GO) realizarão o III Fórum Goiano de Software Livre, no campus das Faculdades Alfa. A iniciativa promete atrair cerca de 500 pessoas, que poderão conferir palestras, minicursos, debates e casos de sucesso. Sob a temática central Software Livre: legal e justo, o evento discutirá assuntos como legislação, políticas públicas, segurança, educação e inclusão digital, administração de redes, grupos de usuários, linguagens de programação e desenvolvimento de programas, entre outros. Conheça alguns temas:

 

Software livre: estímulo à criatividade e à preservação dos direitos autorais

O título-tema do III FGSL – Software Livre: legal e justo – é também o nome da palestra de abertura e uma das mais esperadas do evento, do advogado Omar Kaminski. Aberta a todo o público e seguida de uma mesa-mesa redonda que aprofundará o tema, a palestra é interessantíssima para profissionais da área de Direito, que lidam com a falta de regulamentação do setor e com uma enorme lacuna em matéria de Direito de Informática, e também para desenvolvedores e empresas da iniciativa privada, que muitas vezes usam softwares pirateados ou desconhecem as regras e os benefícios do software livre.

Membro suplente do Comitê Gestor da Internet no Brasil e diretor de internet do Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI), Kaminski endossará a visão da comunidade de software livre contra a pirataria, incentivando o uso de produtos 100% legais. E esse ponto inclui também os desenvolvedores de código aberto, que devem ser incentivados a criar soluções próprias, ao invés de copiar. A intenção é estimular a criatividade e preservar os direitos autorais.

O advogado falará também sobre o modelo de licenciamento para software livre – a licença GPL (General Public License). Desenvolvida pela Free Software Foundation, a GPL é um documento que estipula as regras para cópia, distribuição e modificação do código livre licenciado. Sua forma de operação prevê restrições severas de cunho autoral: quem recebe software licenciado pela GPL não pode, via de regra, distribuí-lo por qualquer outra licença. Essa foi a maneira encontrada para garantir que o código, uma vez aberto, permaneça aberto. E ainda é um desafio fazer com que empresas e desenvolvedores entendam isso e conheçam as regras da GPL.

Uma grande polêmica que envolve o tema, entretanto, é a presença cada vez maior de variantes no desenvolvimento dos softwares livres, representadas principalmente pelo uso de soluções proprietárias, ainda que de forma reduzida, em sua construção. E aí fica a questão: como lidar com esse tipo de variante?

O debate sobre os aspectos legal e justo do software livre será estendido a toda a cerimônia de abertura e à mesa-redonda. Entre os convidados, destaque para o deputado estadual Luiz César Bueno, autor do projeto que originou a Lei 15.425, de 18 de outubro de 2005, e para o vereador Sérgio Alberto Dias (Serjão), autor do projeto de lei sobre software livre em Goiânia. Também estarão presentes representantes da iniciativa privada, do Projeto Software Livre Goiás (PSL-GO) e dos governos estadual e municipal.

 

Metareciclagem usa tecnologia para transformação social

Usar a tecnologia para promover transformações sociais é o foco da chamada metareciclagem, uma prática que envolve uma rede de pessoas e organizações em todo o Brasil e que propõe uma outra maneira de entender e aplicar a informática. O assunto será abordado durante minicurso no III FGSL, ministrado pelo coordenador da equipe técnica do projeto Casa Brasil do Governo Federal, Luiz Paulo Leite Machado, e pelo VJ pixel, primeiro VJ brasileiro a trabalhar em uma plataforma totalmente livre.

A iniciativa é inovadora, uma vez que reúne dois conceitos bastante atuais: reciclagem e avanço tecnológico. Dessa forma, a metareciclagem abrange um campo bastante amplo, embora os projetos mais conhecidos sejam relacionados ao reaproveitamento de computadores usados. A idéia parte do princípio de reutilizar peças e componentes que, se bem aproveitados, ainda possuem vida útil. Na prática, equipamentos usados de informática acabam se transformando em importantes ferramentas de inclusão digital e educacional de crianças, jovens e adultos de baixa renda ou em situação de risco social.

 

Software livre e inclusão digital: uma relação promissora

Inclusão digital e software livre são assuntos diretamente relacionados – e que vêm ganhando espaço cada vez maior na discussão e no desenvolvimento de políticas públicas e projetos de organizações não-governamentais. No III Fórum Goiano de Software Livre, a temática será abordada pela mestre em Educação Ana Maria Moares e pelo secretário-executivo do Projeto Casa Brasil, do Governo Federal, Edgard Piccino.

Moraes ministrará a palestra Inclusão digital e protagonismo juvenil, na qual apresentará os resultados de sua pesquisa de mestrado, que analisou a operacionalização de projetos envolvendo jovens de 9 a 12 anos em telecentros paulistas dotados de software livre. A conclusão a que ela chegou é de que, apesar dos altos índices de analfabetismo, o uso da tecnologia – juntamente com o reforço escolar – auxiliou no desenvolvimento de uma cultura de letramento entre os participantes.

Piccino, por sua vez, faz em sua palestra o questionamento: A inclusão social é analógica? Com a pergunta lançada, ele falará sobre a importância da construção de uma política pública de inclusão digital e irá propor um modelo de ação para o Brasil. Sua apresentação também abordará temas como propriedade intelectual, uso de software livre e participação popular nos projetos de inclusão digital – temas que permitem uma reflexão teórica sobre a natureza da exclusão digital e os caminhos para a sua superação.

 

Software livre pode ser aplicado em automação predial e residencial

A aplicação da tecnologia engloba áreas cada vez mais amplas – e isso se estende para o software livre, que pode trazer melhorias consideráveis em diversos segmentos. É sobre isso que o pesquisador Fábio Pires, do projeto Siap (Sistema Integrado de Automação Predial), falará em sua palestra no III Fórum Goiano de Sofware Livre.

Formado em Engenharia de Controle e Automação pela Universidade de Brasília (UnB), Pires versará especificamente sobre a utilização de software livre no ramo de automação predial e residencial. Ele mostrará como a alternativa pode trazer benefícios reais para a sociedade e para pequenas empresas do segmento. Para tanto, apresentará a primeira versão do protocolo de comunicação Siap, bem como as formas de utilizá-lo em aplicações reais.

 

TV digital x Linux: possibilidades e perspectivas

Discutir o suporte a dispositivos de recepção de TV digital no sistema operacional Linux é a proposta do professor e engenheiro eletricista Mauro Chehab, que ministra palestra no próximo dia 28, durante o III Fórum Goiano de Software Livre. O tema é mais do que pertinente, dada a atual realidade brasileira e a adoção do padrão ISDB para transmissão da TV digital no País.

Embora ainda não atenda a esse padrão, o Linux mostra-se uma alternativa viável para recepção do sinal de TV digital, já que oferece suporte a uma grande variedade de dispositivos para captura de informações multimídia.

Sobre Mauro Chehab
Mauro Chehab é mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília e professor do MBA em Segurança de Informações da UPIS e da pós-graduação em Redes da Universidade Católica de Brasília. É o mantenedor do sub-sistema de suporte a streams de vídeo e radiodifusão do kernel do Linux, mantendo e desenvolvendo drivers para Web Cams, radio AM/FM, televisão analógica e televisão digital.

 

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