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[]s Bruno Salgado

http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2009/01/28/linus-torvalds-comenta-sobre-netbooks-a-rotina-de-atualizacoes-e-windows-7/

Tecnologia
Linus Torvalds comenta sobre netbooks, a rotina de atualizações e Windows 7

Em entrevista ao Computerworld Austrália, o criador do kernel do Linux
fala sobre temas quentes em tecnologia da informação.
Por Computerworld/Austrália


Na Austrália para a conferência Linux.conf.au, Linus Torvalds
conversou com o repórter do Computerworld do país sobre a rotina de
atualizações, netbooks e, como não poderia deixar de ser, Windows 7.
Acompanhe os melhores momentos da entrevista.

O Computerworld, EUA, testou as novas versões do Ubuntu, Fedora e openSUSE.

CW/AU: Nos últimos anos, vimos mais lançamentos pontuais de Linux do
que grandes atualizações. Qual é o motivo disso?

LT: Nós optamos por lançamentos pontuais para não prejudicar o
desenvolvimento e essa estratégia está funcionando bem. O nosso
desafio é garantir que a adição de código não seja feita de maneira
tão rápida ao ponto de perder a estabilidade do sistema.

Conseguimos manter o ritmo de dois ou três meses por lançamento e, ao
mesmo tempo, adicionamos mais mudanças do que fazíamos anos atrás.
Estamos escalonando bem o nosso desenvolvimento.

Existe a preocupação de que isso vai gerar problemas de estabilidade.
Andrew Morton vive falando disso, que precisamos garantir que a
qualidade não caia.

Estou feliz com o modelo de lançamentos pontuais. O que eu não quero é
voltar atrás e desenvolver algo diferente que quebra o que foi feito
anteriormente. Poderá existir recodificação da arquitetura no futuro,
mas nós estamos ficando bons nos lançamentos pontuais. Portanto, hoje
não há nada que poderia causar um tumulto tão grande ao ponto de pedir
um número completamente diferente de versão.

CW/AU: Ainda que existam centenas de distribuições Linux, Ubuntu,
OpenSUSE e Fedora dominam o mercado. Você acredita que isso vai
continuar?

LT: É um trabalho gigantesco criar uma distribuição. Existem vários
modelos e qualquer um pode lançar a sua própria. No entanto, se você
quer criar uma distribuição líder e introduzir códigos novos, a
quantidade de testes e avaliações necessárias será enorme. É preciso
ter usuários suficientes para ter suporte. Mas nada impede que
aconteça novamente algo como com o Ubuntu, que cresceu com uma
velocidade impressionante. Pessoalmente, eu uso Fedora por motivos
históricos.

CW/AU: Como você vê o Windows 7 e o ciclo de desenvolvimento dos
sistemas operacionais da Microsoft?

LT: O Windows 7 ser melhor do que o Vista diz muito. A Microsoft pode
ter uma vantagem enorme de relações públicas, já que as pessoas vão
comparar o Windows 7 com o Vista e pensar que ele é muito melhor, da
mesma forma como aconteceu com o Windows 95 quando comparado com o
Windows 3.1. Então, talvez a Microsoft tenha feito isso de propósito.

Acredito que a Microsoft percebeu que o ciclo de desenvolvimento do
Vista foi longo demais e seria loucura tentar repetir este prazo. Eles
podem buscar um ciclo de desenvolvimento de dois anos, mas eu acho que
isso é muito longo. Eles precisam separar o sistema operacional das
aplicações para conseguir lançar as atualizações mais rapidamente.

O ciclo de atualizações para o Linux não pode ser de seis meses, é
muito pouco. Todas as partes estão colocadas juntas, você espera que
elas fiquem estáveis, mas é inevitável que tenha surpresas. Seis meses
é um curto ciclo quando você coloca em conjunto tantos pacotes. Um
ciclo anual é um período de tempo razoável para criar uma distribuição
completa.

Para o Linux, um ano é razoável. É difícil para uma companhia
comercial como a Microsoft, que quer que as pessoas paguem pelos
lançamentos, fazer uma atualização anual.

A Apple consegue fazer atualizações mais rápidas, mas cobrou menos
pelos lançamentos. Isto não é um problema para o open source, já que é
software gratuito, mas a Microsoft precisa resolver essa questão. Eles
querem que as pessoas aluguem o software, mas os usuários não querem.
Se você faz o desenvolvimento por cinco anos e realiza tantas
modificações, fica mais difícil para o usuário. A dificuldade da
mudança e o custo do sistema operacional geram lentidão na aquisição
das novas versões. Mas, veja bem, eu não tenho nenhum modelo de
negócios.

CW/AU: Como você avalia os netbooks? Acredita que eles estão abrindo
as portas dos usuários para o Linux?

LT: Eu tenho um Eee PC e reinstalei a minha própria distribuição, mas
a maioria dos usuários não quer cuidar de tudo isso.

Acredito que estamos na primeira fase dos netbooks e existem
problemas. A interface é um problema irritante e os primeiros netbooks
têm pouca capacidade. Espero que a próxima geração de netbooks tenha
mais capacidade de processamento e ofereçam uma melhor experiência aos
usuários.

O mercado de netbooks mudou o jogo – os netbooks não são vistos como
um brinquedo, mas como um laptop low-end, o que é muito mais saudável.
Anos atrás, um netbook custaria o dobro do que hoje.

Computerworld, Austrália: Em 2009, o desenvolvimento do Linux faz
quase 20 anos. Como você avalia esse período?

Linus Torvalds: Acredito que o desenvolvimento foi natural e não
acredito que vai acabar. Eu tenho a impressão de que faço isto por
tantos anos e ainda não tenho a sensação de "está pronto".

-- 
Bruno Salgado Guimarães
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