20 de janeiro de 2007 - 13:56

Político de Alagoas levanta polêmica sobre urnas eletrônicas

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2007/jan/20/79.htm

João Lyra (PTB) sustenta sua acusação com laudo do ITA. O TSE sustenta que,
apesar dos problemas encontrados, o resultado das eleição não foi fraudado

*Mariângela Gallucci*


 BRASÍLIA - Uma nova polêmica sobre o uso de urnas eletrônicas em eleições
brasileiras surgiu em Alagoas. O candidato derrotado ao governo do Estado,
João Lyra (PTB), levantou suspeitas sobre o resultado da eleição que
disputou e perdeu, com base em um laudo encomendado ao Instituto Tecnológico
da Aeronáutica (ITA) que indicou problemas no sistema de votação, que
poderiam levar a fraudes. Segundo a auditoria, os programas de muitas urnas
operaram de forma indevida ou inesperada.

Apesar de ser favorito nas pesquisas de intenção de voto, Lyra perdeu a
eleição para o tucano Teotônio Vilela Filho, que obteve já no primeiro turno
55,85% dos votos válidos. Lyra conseguiu 30,51%. O político do PTB perdeu,
inclusive, em locais que são seus redutos eleitorais.

Uma representação tramita na Justiça questionando a eleição. A auditoria
feita pelo ITA detectou que parte das urnas eletrônicas utilizadas
apresentava arquivos de controle, conhecidos como "log", corrompidos e
concluía que, dessa forma, ficava sob suspeita o resultado da votação e
apuração nessas urnas. Entre os problemas detectados pelos auditores estão a
totalização de votos oriundos de urnas que não existiam, e a existência de
urnas sem nenhum voto.

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Marco Aurélio
Mello anunciou na sexta-feira, 19, que o órgão deverá contratar em breve a
Universidade de Campinas (Unicamp) para que elabore um estudo com o objetivo
de comprovar a segurança do sistema do sistema de votação eletrônico.

"O sistema não está em jogo como um grande todo. É claro que onde o homem
coloca a mão há possibilidade de desvirtuamento. Mas até aqui temos um
sistema que vem sendo observado há dez anos sem uma impugnação séria", disse
Marco Aurélio.

O TSE sustenta que, apesar dos problemas encontrados nas urnas usadas em
Alagoas, o resultado das eleição não foi fraudado.

Um dos maiores opositores ao uso de urnas eletrônicas em eleições
brasileiras foi o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, morto em
junho de 2004. Ele sustentava uma eleição poderia ser manipulada por meio
das urnas eletrônicas.

Em entrevista concedida em 2000, quando disputou a prefeitura do Rio de
Janeiro, Brizola disse: "Não há verdade eleitoral quando não há
possibilidade de recontagem. Estamos empenhados em demonstrar que essas
máquinas são passíveis de manipulação. Com essas máquinas vai sair o que
eles querem. Não há um documento, não há um recibo, não há nada que se possa
recontar. Depois de dado o voto, ele desaparece, se dissolve, acabou."
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