Seguem alguns posts que tenho feito daqui.

Marcelo Branco tem repassado o conteúdo para o site do PSL.

Mais posts no site do projeto A2K (acesso a conhecimento) da FGV DIREITO
RIO: www.direitodeacesso.org.br

abs

Pedro Paranaguá

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OMPI: iniciada nova reunião sobre a Agenda do
Desenvolvimento<http://a2kbrasil.org.br/OMPI-iniciada-nova-reuniao-sobre-a>
segunda-feira 11 de junho de 2007

por Pedro Paranaguá

Hoje teve início, aqui em Genebra, a *quarta sessão do Comitê Provisório
sobre a Agenda do Desenvolvimento* para a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual – 
OMPI<http://www.wipo.int/meetings/en/details.jsp?meeting_id=11927>(ou
PCDA, na sigla em inglês). A reunião acontece em sequência à reunião
ocorrida em 
fevereiro<http://www.wipo.int/meetings/en/details.jsp?meeting_id=11926>deste
ano, na qual as 40 primeiras propostas, de um total de 111, foram
debatidas entre os países-membro.

Nesta quarta sessão, que ocorre de 11 a 15 de junho, serão debatidas as
outras 71 propostas, que são justamente as consideradas mais complicadas de
se chegar a um consenso.

A Agenda do Desenvolvimento foi proposta há 2 anos e 8 meses, na Assembléia
Geral da OMPI de 2004, pelo hoje chamado Grupo de Amigos do Desenvolvimento,
composto por 15 países, liderados por Brasil e Argentina. Além de Brasil e
Argentina, fazem parte do Grupo África do Sul, Egito, Tanzânia, Cuba,
Equador, Bolívia, Venezuela, dentre outros. O Grupo, em diversos pontos, é
apoiado por Chile e Índia, dentre outros.

A Agenda do Desenvolvimento, grosso modo, propõe uma re-discussão do sistema
de propriedade intelectual como um todo. Pretende que a discussão não apenas
se centre na proteção a patentes, direitos autorais, marcass, bases de
dados, software, organismos geneticamente modificados etc., mas que também o
interesse público seja levado em consideração. Ou seja, a Agenda do
Desenvolvimento busca trazer um equilíbrio para a discussão, tendo em mente
que não apenas os direitos dos titulares de propriedade intelectual são
importantes, mas também os direitos dos usuários de tal sistema, tal como
estudantes que precisam ter acesso a material de ensino, doentes em países
pobres que precisam de acesso a medicamentos, consumidores que compram
música digital e depois não conseguem que as mesmas toquem, por exemplo, em
seus iPods, dentre muitos outros exemplos. Aliás, sobre essas restrições
tecnológicas, veja a campanha *"Restrições Tecnológicas: você paga e leva
menos" <http://www.idec.org.br/restricoestecnologicas>* recém lançada pelo
Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da
Fundação Getulio Vargas em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (IDEC).

A Agenda do Desenvolvimento propõe a utilização de sistemas não excludentes,
tais como o Creative Commons <http://www.creativecommons.org.br/>, software
livre etc.. Além disso, a Agenda chama a atenção para o fato de propriedade
intelectual não dever ser tratada como um fim em si mesma (como se a
proteção a propriedade intelectual fosse o objetivo maior da OMPI), mas sim
que a propriedade intelectual seja um meio para se chegar ao desenvolvimento
econômico, social e cultural. Portanto, o objetivo maior não é a proteção
pura e simplesmente, mas sim o desenvolvimento sustentável.

Para saber com um pouco mais de detalhes o porquê da importância de
propriedade intelectual em nossas vidas e, portanto, porque essas discussões
aqui na OMPI são essenciais e como vão afetar sua vida, clique
aqui<http://www.culturaemercado.com.br/setor.php?setor=4&pid=803>
.

Em 2005 houve várias reuniões, mas todas deram muita ênfase a questões
procedimentais ao invés de conteúdo. Todavia, houve a criação, pela
Assembléia Geral da OMPI, do Comitê Provisório para discussão das propostas
relacionadas à Agenda do Desenvolvimento (o PCDA). Em 2006 vimos já um
avanço significativo nas discussões, com a renovação pela Assembléia Geral
do mandato do PCDA, sendo que das diversas propostas feitas por vários
países-membro da OMPI ao longo dos até então 2 anos de discussões, foi
formulado um documento contendo um resumo geral, formado por 111 propostas.

Dessas 111 propostas, 40 foram discutidas em fevereiro deste ano. Eram as
propostas menos controversas. Para a reunião que se inicia hoje, há as
restantes 71 propostas.

Tal como ocorreu às vésperas da reunião do PCDA de fevereiro deste ano –
quando houve uma reunião informal em Nova Deli, na Índia – no dia 30 de maio
passado houve outra reunião informal, desta vez em Cingapura, para discutir
as 71 propostas e tentar se chegar a uma linguagem mais simples e que possa
ser implementada com consenso entre os países-membro da OMPI. Delegações de
40 países estiveram presentes em Cingapura e as 71 propostas foram reduzidas
para 24. Isso foi possível porque muitas propostas listadas nesse grupo de
71 já tinham sido abordadas na reunião de fevereiro deste ano. Outras
propostas foram agrupadas, de forma a não ter duplicidade ou mesmo confusão
entre linguagem de conteúdos relativamente semelhantes ou idênticos. Além
dessa proposta do Grupo de Amigos do Desenvolvimento que resume os itens em
24, o grupo africano apresentou um novo documento resumindo as propostas em
23, e o grupo B, formado por países desenvolvidos, apresentou uma terceira
proposta.

Esse tipo de encontro informal serve para facilitar e adiantar as discussões
que se iniciam hoje, de modo formal aqui na OMPI. Portanto, as discussões e
documentos resultantes do encontro em Cingapura não são vinculantes e não
obrigaram quaisquer das partes. Mas servem como um excelente facilitador
para a quarta sessão do PCDA que se inicia hoje.

O monitoramento da OMPI é parte dos programas *Cultura
Livre*<http://www.culturalivre.org.br/>,
e *A2K <http://www.direitodeacesso.org.br/>* (acesso a conhecimento), ambos
do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS)
<http://www.direitorio.fgv.br/cts>da Escola de Direito do Rio de
Janeiro da Fundação Getulio Vargas – FGV
DIREITO RIO <http://www.direitorio.fgv.br/>.

O CTS da FGV DIREITO RIO é a única instituição acadêmica do hemisfério sul
com credenciamento permanente na OMPI para participar das discussões desse
órgão da ONU. Outras instituições que têm participado, seja de forma
permanente ou ad hoc, são: Universidade de Yale<http://research.yale.edu/isp/>,
Universidade de Londres <http://www.qmipri.org/>, Max Plank Institute,
Médico Sem Fronteiras, Free Software Foundation
Europe<http://www.fsfeurope.org/index.de.html>,
Knowledge Ecology International <http://www.keionline.org/>, Electronic
Frontier Foundation <http://www.eff.org/>, Third World
Network<http://www.twnside.org.sg/>,
Electronic Information for Libraries <http://www.eifl.net/>, International
Centre for Trade and Sustainable
Development<http://www.iprsonline.org/index.htm>etc..

Para mais novidades, aguarde aqui novos posts.
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