Tomei a liberdade de mudar o subject pq me parece q já estamos
divagando do tema inicial . . .
Em 13/09/2006, às 17:29, Cláudio Sampaio escreveu:
Você confundiu a contribuição ao genocídio com fazer software
proprietário. Sim, eu acho que todos os envolvidos (sobrou algum?)
que não morreram devem ser castigados. Acho que se a companhia
demonstrasse manter em sua política algum mínimo vestígio do que
fez naquela época, deveria ser penalizada institucionalmente.
Não confundi. Seriam duas ativididades anti-éticas, independente do
peso q se atribua a cada uma delas. Segundo os ensaios na FSF sobre
porquê usar SL a ética de "ajudar ao próximo" deve exceder questões
de copyright. embora eu realmente não acredite q, por explo, quebrar
a patente dos remédios contra o HIV esteja no mesmo nível de fazer
uma cópia não-autorizada do Age of Empires para o vizinho em termos
de "benefício para a comunidade".
Mas eu acho que não demonstra, e portanto no presente está livre de
"castigos" por isso.
Não entendi sua posição: a empresa deve ou não ser "castigada" pelo q
fez de errado no passado? Basta não fazer mais e todos os envolvidos
terem saído do mapa q está tudo bem?
Sobre fazer software proprietário, entramos em outra questão. Para
mim, disseminar e fazer software livre é uma "redenção" por fazer
software proprietário; e mesmo fazer software proprietário não é
assim, oh, um grande pecado. Então nào tem galho. Ela contribui, e
contribui positivamente.
Deixa ver se eu entendi: "fazer software PROPRIETÁRIO não é assim um
gde pecado"? Dizer isso nesta lista é, no mínimo, provocação para
alguns . . . :-)
e software; por outro lado, ela faz coisas "éticas" também como
liberar patentes para o código aberto. No fim do dia, as coisas, no
mínimo, se equilibram, e eu tenho orgulho de trabalhar lá por isso.
Mas, quem estabelece este "equilíbrio"? Qtas linhas de código devem
ser doadas para a comunidade para compensar o DB2 proprietário?
Entendo q vc tenha essa sensação até pq seria bastante complicado
para vc justificar para si mesmo trabalhar ai se não pensasse assim,
mas, como objetivar isso?
tenho uma postura que seja necessariamente anti-ético. Lembremos de
Stallman que o principal problema do software proprietário é tornar
segredo ou incompartilhável algo que deveria ser patrimônio
público. Quanto mais a empresa se aproximar disso (por exemplo, uma
que patenteia seus softwares, usa DRM adoidada, usa jogos sujos de
mercado para conquistar clientes e/ou dinheiro), mais anti-ética
ela é. Se ela se distancia - por exemplo, é uma empresa pequena com
softwares commodities ou ao mesmo tempo que faz software
proprietário contribui com código livre (como a Linspire), mais
ética ela é. É um continuum, não um preto-e-branco.
Tbém acho q as coisas não são absolutas, mas não me parece q esta
seja a postura do movimento SL como um todo e muito menos a do RMS.
Basta evocar os textos dele sobre porque todo Software deve ser livre
lá no site da FSF. Mas, temos pelo menos dois representantes da FSFLA
na lista. Qual seria a postura da FSFLA neste caso?
empresas q colaboram com regimes ditatoriais para limitar a
liberdade de acesso a informação de seus cidadão oprimidos? O q vc
acha?
Isso sim é horrível. Qual empresa faz isso?
Várias. Mas, neste caso, eu estava pensando no Google e a China.
Muitos aqui parecem considerar um pecado "menor" da empresa o lance
dela filtrar as pesquisas na China, mas ,**IMHO**, trata-se de uma
ofensa à liberdade bem mais "direta" do q uma EULA de software
proprietário, por exemplo.
( . . .) não ser boicotar, ou porque seu boicote individual vai
adiantar muito pouco ou porque os serviços prestados por ela são
essenciais demais a você. Mas ainda há o que
Vários movimentos sociais do século passado poderiam atestar contra a
idéia do "boicote individual vai adiantar muito pouco". Imagine o q o
RMS não ouviu qdo começou essa "história de software livre" . . . ;-)
pode ser feito em represália ou resistência. Por exemplo, se você
está ainda preso pelas aplicações ao Windows, procure testar seus
programas no Wine, ou testar algumas alternativas livres que
conheça de vez em quando. Se
Usar o Wine não deixa de exigir q eu tenha uma licença do sw
proprietário q estou tentando rodar. Neste momento estou usando um
cliente de e-mail proprietário, pois estou usando um equipamento com
um S.O. proprietário não-MS onde este cliente me entrega mais valor
do q a alternativa livre a q eu estou acostumando no gnu/linux, mas
estou esperando a oportunidade de fazer uma gde reformatação por
aqui . . .
você vai comprar um tênis, evite comprar um Nike por causa do
trabalho infantil que eles usam, compre uma marca genérica - não
pode ser tão pior assim!
Eles não usam mais trabalho infantil e contribuem para diversas
causas "nobres". Terá o mal sido compensado??? :-)
É tudo uma questão de equilíbrio. E de continuidade. Ética é algo
bastante complicado e não de todo intuitivo.
Ok. Então deixa eu tentar escrever isso da forma mais suave o
possível para não parecer provocação gratuita para alguns: a FSF foi
fundada há uns 20 anos (+ ou -). Nesse meio tempo, o contexto q
originou o movimento SL mudou em diversos aspectos, bem como a
maneira da Sociedade enxergar algumas coisas. Sem entrar em detalhes
agora, será q não é o momento de rever algumas questões relativas ao
q se entende por "software livre" atualmente?
Digo isso pq uma das gdes confusões q vejo de forma recorrente nesta
lista é considerar q a GPL, por explo, não seria tão "livre" assim pq
não daria a "liberdade" de adotar outra licença em caso de trabalhos
derivados. Como parece haver um entendimento tácito de q liberdade é
antônimo de qqr forma de restrição, muitos não consideram várias
licenças livres efetivamente "livres" pq trariam restrições no
sentido de evitar a contaminação de produtos proprietários.
Assim, "software livre" é uma definição restrita, com apenas 4
liberdades efetivamente listadas. Na raiz da confusão entre os nossos
colegas advogados e a FSFLA qto às licenças adotadas pelo governo
estadual do PR, me parece bem claro q os últimos defendem a definição
"clássica" do q é SL, enquanto os primeiros dão um tratamento mais
"genérico" ao assunto por entenderem q as liberdades q contariam mais
para a Sociedade estariam asseguradas pela licença do PR.
Agora leio sua msg dizendo q "fazer software proprietário não é tão
ruim assim" e entendo q vc não é menos ético ou virtuoso por causa
disso, embora certamente seja uma posição q contraria boa parte do q
é defendido pelo RMS e pelo movimento SL em geral.
Por outro lado, o Eric Raymond, q defende abertamente a intolerância
religiosa, já se posicionou a favor de patentes de software, volta e
meia solta comentários com tons racistas, apoia a invasão do Iraque
pelos EUA, enfim, possui uma postura q não é exatamente "aderente" a
diversos valores acessórios ao movimento SL é convidado de destaque
no último FISL.
E temos essa questão das empresas de Sw Proprietário q rondam o mundo
livre . . .
Enfim, acho q hoje o contexto é bem mais complexo hoje do q qdo o RMS
teve aquele probleminha com a impressora . . .
Acredito q algumas questões têm de ser repensadas ou, ao menos,
colocadas sob nova perspectiva, sob pena de q aquilo q o movimento SL
defendia qdo foi criado no século XX fique defasado em relação àquilo
q deve ser defendido no século XXI.
[ ]s,
Olival Jr.
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