Re: [PSL-Brasil] [OT] Machi smos e sexismos (era: Red Hat e Microsoft fecham acord o de cooperação )

2009-04-10 Por tôpico Tiago Bortoletto Vaz
On Fri, Apr 10, 2009 at 12:29:55AM -0300, Ricardo Bánffy wrote:
[...]
> Como eu já disse antes, eu realmente não me importo.

Embora eu seja reticente a acreditar nas consequências nocivas de muitos vícios
de linguagem que vez por outra são relacionados à hierarquização de gênero, cor
etc, eu me permiti alguma leitura depois dessa discussão. Gostaria de
compartilhar um artigo que pra mim deixou claro a intervenção da Fabianne, e
que por hora me convenceu que é realmente necessário.

O texto é longo. Para os menos curiosos, vale ao menos refletir sobre parte da
conclusão:

"O oposto da igualdade não é a diferença, mas sim a desigualdade. Assim, uma
linguagem com igualdade de gênero pode se apropriar das diferenças de sexo, mas
sem hierarquizá-las. O grande problema da linguagem sexista é que ela legitima
e reforça as desigualdades entre homens e mulheres, classificando-as de maneira
dicotômica com base em oposições supostamente naturais e biológicas.

A linguagem e as representações usuais da masculinidade reforçam as
desigualdades de gênero e o jogo do essencialismo, que toma o corpo feminino
como destino e locus inferior - enquanto expressão da cultura, ou locus do
prazer - enquanto expressão da natureza. O estado de heteronomia entre os sexos
permite a utilização das vivências cotidianas e da sexualidade como forma de
despossuimento das mulheres. Trata-se de uma violência simbólica, que reforça a
violência social e doméstica. Desta forma, para se avançar na equidade de
gênero é preciso mudar o discurso que induz e legitima a dominação masculina. A
crítica à estrutura desse discurso é fundamental para mudar a situação de
exclusão e garantir maior participação social e política feminina, assim como o
empoderamento das mulheres."

Artigo completo:
http://www.ence.ibge.gov.br/publicacoes/textos_para_discussao/textos/texto_11.pdf

Este é um texto de uma série chamada "Textos para discussão", do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Abraços,

-- 
Tiago Bortoletto Vaz
http://tiagovaz.org
0xA504FECA - http://pgp.mit.edu
GNU/Linux user #188687

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Re: [PSL-Brasil] [OT] Machi smos e sexismos (era: Red Hat e Microsoft fecham acord o de cooperação )

2009-04-10 Por tôpico Tiago Bortoletto Vaz
On Fri, Apr 10, 2009 at 12:29:55AM -0300, Ricardo Bánffy wrote:
[...]
> Como eu já disse antes, eu realmente não me importo.

Embora eu seja reticente a acreditar nas consequências nocivas de muitos vícios
de linguagem que vez por outra são relacionados à hierarquização de gênero, cor
etc, eu me permiti alguma leitura depois dessa discussão. Gostaria de
compartilhar um artigo que pra mim deixou claro a intervenção da Fabianne, e
que por hora me convenceu que é realmente necessário.

O texto é longo. Para os menos curiosos, vale ao menos refletir sobre parte da
conclusão:

"O oposto da igualdade não é a diferença, mas sim a desigualdade. Assim, uma
linguagem com igualdade de gênero pode se apropriar das diferenças de sexo, mas
sem hierarquizá-las. O grande problema da linguagem sexista é que ela legitima
e reforça as desigualdades entre homens e mulheres, classificando-as de maneira
dicotômica com base em oposições supostamente naturais e biológicas.

A linguagem e as representações usuais da masculinidade reforçam as
desigualdades de gênero e o jogo do essencialismo, que toma o corpo feminino
como destino e locus inferior - enquanto expressão da cultura, ou locus do
prazer - enquanto expressão da natureza. O estado de heteronomia entre os sexos
permite a utilização das vivências cotidianas e da sexualidade como forma de
despossuimento das mulheres. Trata-se de uma violência simbólica, que reforça a
violência social e doméstica. Desta forma, para se avançar na equidade de
gênero é preciso mudar o discurso que induz e legitima a dominação masculina. A
crítica à estrutura desse discurso é fundamental para mudar a situação de
exclusão e garantir maior participação social e política feminina, assim como o
empoderamento das mulheres."

Artigo completo:
http://www.ence.ibge.gov.br/publicacoes/textos_para_discussao/textos/texto_11.pdf

Este é um texto de uma série chamada "Textos para discussão", do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Abraços,

-- 
Tiago Bortoletto Vaz
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