Durante a reunião com o ministro
Fernando Neves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), representantes do
PT revelaram sua preocupação com a segurança das urnas eletrônicas e a
transparência do processo eleitoral. “A cada eleição, o partido reafirma
a necessidade de a Justiça Eleitoral tornar os procedimentos mais
seguros”, afirmou o pré-candidato do PT à sucessão estadual, deputado
Jaques Wagner.
A utilização das urnas eletrônicas contribuiu
para eliminar a antiga fraude conhecida por “mapismo”, praticada após a
votação, relataram os petistas ao ministro Fernando Neves. Restou,
porém, a possibilidade de os fraudadores atuarem antes do voto,
utilizando o título de outro eleitor. “A transferência de títulos, por
exemplo, já serviu para que os documentos fossem parar nas mãos de cabos
eleitorais”, comentou Wagner.
Diante dos diversos casos de
utilização indevida de títulos eleitorais nas últimas eleições,
lideranças petistas apresentaram ao ministro um documento propondo
mudanças em resoluções que irão normatizar as eleições de 6 de outubro.
O partido sugere que o número do título de eleitor não conste da folha
de votação, tornando obrigatória a apresentação deste documento
juntamente com a carteira de identidade. Leitura
ótica “É preciso reconhecer que no modelo atual, os
mesários podem votar na urna eletrônica no lugar de eleitores ausentes”,
argumentou Wagner. Segundo ele, enquanto o sistema de votação não
estiver equipado com a leitora ótica para impressão digital, a
apresentação do documento de identidade é indispensável.
O PT
indica ainda a necessidade de autoria para verificar o funcionamento das
urnas eletrônicas por meio de votação paralela, na presença dos fiscais
dos partidos e coligações. Com essa medida, os petistas consideram que
seria possível assegurar que não haja troca do sistema instalado nas
urnas entre o momento da carga e o horário da votação.
Outra
proposta dos petistas é para que até 48 horas após o término das
eleições os partidos políticos e coligações recebam relatório contendo a
relação de todas as seções apuradas pelo chamado sistema de voto
cantado. Com isso, os partidos poderiam fiscalizar essa etapa do
processo eleitoral.
O ministro Fernando Neves recolheu as
sugestões apresentadas pelos petistas e informou que os itens propostos
serão analisados. O Tribunal Superior Eleitoral tem até o dia 5 de março
para aprovar as resoluções válidas para as eleições de outubro.
Coligações O pré-candidato do
governo da Bahia, Jaques Wagner, comentou ontem que ainda é grande a
expectativa dos partidos de oposição em relação à proposta do TSE de
padronização das alianças no País, reproduzindo nos Estados as
coligações celebradas para a Presidência da República. Wagner criticou a
idéia, associada às regras que vigoravam durante a ditadura militar.
“Aplicar uma regra como essa, antes mesmo da reforma política, seria
criar problema para os partidos”.
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