Sábado, 10 de março de 2001

Petistas rejeitam `primárias populares' sugeridas por Suplicy

Para senador, nome da oposição para 2002 deve ser definido por eleitores 
filiados e simpatizantes

VERA ROSA

Nem prévias nem primárias. Cresce no PT o movimento para abafar a tentativa 
do senador Eduardo Suplicy (SP) de mudar o método de escolha do candidato 
do partido à Presidência da República. Suplicy apresenta hoje, na reunião 
do diretório nacional, uma proposta considerada impraticável pela cúpula 
petista. Ele prega a união de todas as legendas de oposição para a escolha 
de um único candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso 
por meio do que chama de "primária popular". Ou seja: eleitores filiados a 
esses partidos ou até mesmo simpatizantes escolheriam o concorrente da 
oposição. "Seria uma forma mais democrática de escolha e poderíamos até 
utilizar urnas eletrônicas, se a Justiça Eleitoral concordasse em apoiar 
essa proposta ", afirmou o senador, citando como exemplo frentes 
oposicionistas criadas no Chile e na Argentina. O problema é que a idéia de 
Suplicy, pré-candidato declarado do PT à Presidência, não conta com a 
simpatia de seus colegas. Até porque cada vez mais dirigentes, 
parlamentares, prefeitos e governadores petistas defendem a candidatura de 
Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. "O momento é inadequado para falar em 
primárias", disse o deputado José Dirceu, presidente do PT. "Não entendo 
por que o Suplicy quer que o PT consulte os outros partidos de oposição se 
ele próprio já fez essa proposta e ninguém respondeu afirmativamente." Para 
Dirceu, o ex-ministro Ciro Gomes (PPS) não desistirá do páreo. "Além disso, 
Itamar (PMDB) e Garotinho (PSB) são pré-candidatos", observou, numa 
referência aos governadores Itamar Franco (Minas) e Anthony Garotinho 
(Rio). "E essas candidaturas são irremovíveis", emendou o deputado José 
Genoíno (PT-SP). Dirceu afirmou ainda que, se depender dele, a reunião do 
diretório nacional petista - que vai até amanhã - não analisará esse 
assunto. "A prioridade agora é insistir na CPI para investigar denúncias de 
corrupção no governo", argumentou. Outra proposta de Suplicy, a de realizar 
prévias no PT para a escolha do candidato à Presidência, também vem sendo 
bombardeada. Ainda ontem, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que o 
partido precisa começar logo a campanha de Lula. "É uma danação eu falar 
isso porque envolve o Suplicy, por quem tenho o maior respeito, mas o PT 
não pode perder tempo com o emaranhado de disputa interna", avaliou. "Acho 
que o candidato deve mesmo ser o Lula."

http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/03/10/pol127.html


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