Walter Del Picchia, engenheiro eletronico e professor titular da
Politecnica da USP, é um dos muitos técnicos que militam na causa da
transparencia do voto eletronico (www.votoseguro.org). Tambem acompanha
atentamente aos acontecimentos do Oriente Medio e é um critico feroz da
politica imperial dos Estados Unidos naquela região. Vale a pena ler o
que escreveu sobre o artigo que encaminha e que trata das verdadeiras
razoes da guerra de conquista que Bush filho está prestes a desencadear
no Iraque.
E no domingo dia 15 de fevereiro, na praia de Copacabana, aqui no Rio de
Janeiro, com ponto de encontro nas proximidades do Hotel Meridien, estah
marcada grande caminhada pela paz e contra a guerra - puxada pela
Associaçao Brasileira de Imprensa (ABI) com a ajuda dos partidos
pol'ticos de esquerda, sindicatos, CUT, MST e outros entidades da
sociedade civil. No próximo dia 10 de fevereiro, as 11 horas, na sede da
ABI - na rua Araújo Porto Alegre 71, no Centro do Rio de Janeiro -
haverá uma entrevista coletiva dos organizadores do ato.
Compareça e mostre a sua repulsa ao ataque planejado pelos EUA.
Abraço para todos.
OSVALDO MANESCHY
--
Data:
Wed, 05 Feb 2003 05:24:22 GMT
De:
Walter Del Picchia [EMAIL PROTECTED]
Para:
[EMAIL PROTECTED], [EMAIL PROTECTED]
Aos amig(o/a)s
Estou re-enviando, em anexo, artigo recebido. Parece que o autor
acertou
no alvo. Ao menos, a explicação dele é a mais plausível que já li sobre
a
pressa absurda do governo estadunidense em massacrar o povo iraqueano.
Reluto em chamar aquilo de guerra, como os meios de comunicação
insistem, pois lançar 3.000 bombas, com 700 mísseis, em 2 dias, como o
Eixo
do Bem promete, e os próprios atacantes admitindo 100.000 baixas civís
iraqueanas (já a ONU prevê milhões de mortos e mutilados, por
bombardeios,
doenças, fome, epidemias, enorme devastação de infra-estrutura,
destruição
dos sistemas de abastecimento de água, de geração de energia, de
estradas
etc.), sobre um povo já em más condições devido aos embargos e sem meios
para se defender de tal ataque, não pode ser chamado de guerra (este
termo
pressupõe relativa igualdade de meios e ações).
Lendo o artigo, percebe-se a falsidade dos outros motivos imaginados
pela dupla doida, que artigos da Folha de S.Paulo têm desmascarado:
derrubada de um ditador (E os inúmeros outros governos ditatoriais
apoiados
pelos EUA? O Saddan era bonzinho quando os EUA lhe deram armas,
convencionais e não convencionais?); libertação dos povos oprimidos
(!!!);
existência de armas não convencionais (Se os EUA tem informações e os
inspetores estão lá há meses revirando tudo, por que não descobrem
nada?);
colaboração com o Bin Ladem (Essa é a mais maluca, pois os dois são
inimigos
declarados); implantação de governos democráticos (Por que o Kuwait,
após a
libertação não virou uma democracia?) etc., etc.. Na realidade, todos
os
governos dos EUA derrubaram governos legítimos e implantaram ditaduras
quando isto lhes convinha. A exceção recente foi o governo Carter,
merecedor
do prêmio Nobel que recebeu.
Tinha razão o diplomata iraqueano na ONU, quando disse, há tempo,
que
todos os atos dos EUA eram cortina de fumaça: o motivo principal do
ataque,
que viria de qualquer jeito, era o controle da produção petrolífera
mundial,
e como subprodutos, os bons negócios (do petróleo e da reconstrução do
que
eles destruirem), a ocupação militar por muito tempo da região, a
implantação de um império mundial, os lucros da indústria armamentista,
o
cerco dos países produtores de petróleo. Não por acaso, os componentes
do
governo Bush, ele incluído, foram funcionários de grandes firmas
petrolíferas. Como saiu na Folha: O azar do Saddan é estar sentado
sobre a
segunda reserva mundial de petróleo. Se o Iraque produzisse
couves-flores,
ele podia ser o maior tirano do mundo que os EUA não fariam nenhuma
objeção. A próxima vítima prevista, pelos mesmos motivos, é o Irã. E
outros
conflitos virão, pois a própria idéia de ataque preventivo simplesmente
desequilibra toda a ordem jurídica internacional e, sem ela, voltaremos
à
lei da selva (agora com armas atômicas, químicas e biológicas).
É, a fábula do lobo e do cordeiro continua atual. Não tem armas? Não
acharam nada? E daí? Quando queremos, a gente sempre encontra um motivo.
Se
acharem as armas, é porque tem. Se não acharem é porque esconderam. É
ridículo? Quando se tem a força, temos o direito de sermos ridículos. E
ainda conseguimos enganar muita gente boa...
Abraços
Walter Del Picchia
-
O PESADELO DO BANCO CENTRAL DOS EUA E A RAZÃO REAL PARA A GUERRA AO
IRAQUE
por W. Clark [*], 02/02/2003
O maior pesadelo do Federal Reserve é que a OPEP, nas suas transações
internacionais, abandone o padrão dólar e adote o padrão euro. O Iraque
efetuou esta mudança em Novembro de 2000 (quando o euro valia cerca de
80 centavos de dólar)