At 20:23 05/11/2000 -0200, Rosilma wrote:
>Amílcar,
>você viu a reportagem da "Tribuna" de hoje? P.A4, com o Desembargador do
>Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Carlos Prudêncio, idealizador da urna
>eletrônica. Ele sugere a gravação em cédulas de papel!
>Rosilma.
Valeu , Rosilma...
A matéria que saiu na Tribuna de Santos, dia 05/11 foi:
http://www.atribuna.com.br/noticia.asp?cod=35762
Possibilidade de fraude é muito pequena
Da Reportagem
Apesar de não acreditar na existência de alteração de
resultados nas eleições eletrônicas, o desembargador
Carlos Prudêncio admite haver uma única possibilidade
de fraude no sistema. ‘‘Isso só seria possível se
alguém colocasse uma máquina com o mesmo
programa do TSE para influenciar o resultado’’, disse o
desembargador. ‘‘Mas é muito difícil. As urnas passam
por vários testes e são lacradas’’.
Conforme Prudêncio, só a clonagem do programa de
computador da Justiça Eleitoral usado nas urnas
permitiria fraudes. Para tanto, o fraudador teria que
contar com o auxílio de funcionários do TSE e das
empresas de informática que fazem os programas,
além de clonar várias urnas a ponto de garantir uma
margem quantitativa suficiente para uma vitória.
A clonagem do programa seria necessária porque os
votos digitados nas urnas são criptografados — ou
seja, são escritos em um código só lido pelos
computadores do TSE.
Carlos Prudêncio também afasta qualquer
possibilidade de hackers ou peritos em informática
invadirem o sistema de apuração. ‘‘Estou
completamente seguro do modelo usado no País’’,
atestou o criador da urna eletrônica.
No domingo passado, durante as votações do
segundo turno, a deputada federal Telma de Souza
(PT) chegou a insinuar que hackers teriam contribuído
com sua derrota na disputa pela Prefeitura. Os hackers
não podem agir nas urnas porque elas não estão
ligadas à Internet.
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http://www.atribuna.com.br/noticia.asp?cod=35761
Criador das urnas
eletrônicas defende
Da Reportagem
Lucas Tavares
Idealizador das urnas eletrônicas no País, o
desembargador do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina Carlos Prudêncio defende o aperfeiçoamento
do sistema de votação por computador. Na visão de
Prudêncio, um dos meios de melhorar o modelo é fazer
com que o voto não fique gravado somente na
memória da máquina, mas também em cédulas de
papel.
O novo sistema acabaria com as remotas hipóteses
de alteração de resultados no esquema eletrônico de
votação. ‘‘Não acredito em possibilidade de fraudes,
mas a materialização do voto seria uma garantia a
mais para evitar quaisquer dúvidas dos partidos
políticos’’, explicou o desembargador.
Aos 52 anos, Carlos Prudêncio foi o mentor
intelectual do atual voto eletrônico. Em 1989, ele
implantou o primeiro terminal de votação por
computador em Brusque, no Interior de Santa Catarina.
Na época, aos 41 anos, Prudêncio era juiz da 5ªSeção
Eleitoral do Estado, com sede naquele município. A
adaptação do computador foi feita com a ajuda do
irmão, Roberto Prudêncio, dono de uma empresa de
informática.
O modelo do programa de computador usado por
Prudêncio é o mesmo adotado hoje pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). O sistema é único no mundo
(ler matéria).
Máquina de votar — No entanto, a evolução do atual
modelo para um esquema de registro do voto
eletrônico em papel não é novidade para Prudêncio.
Nas eleições municipais de 1992, quando Brusque
ainda era pioneira no voto eletrônico, o então juiz
eleitoral inventou o que ficou denominado ‘‘máquina de
votar’’ — uma evolução das urnas de 1988 que
permitiam o registro do voto em cédulas papel.
‘‘As primeiras máquinas nossas (nas eleições de 1988
e 1990) eram semelhantes às urnas atuais, mas em
1992 tivemos duas vantagens’’, lembra Prudêncio.
‘‘Uma delas é que trabalhamos com urnas ligadas
on-line e a outra era a materialização do voto’’.
Adotado na seção 145 de Brusque, o modelo de
‘materialização’ funcionava da seguinte forma: em vez
de digitar o número dos candidatos numa tela, os
eleitores preenchiam uma cédula que passava por um
leitor óptico semelhante ao das casas lotéricas.
‘‘Depois, o eleitor colocava a cédula já ‘carimbada’ pela
máquina numa urna convencional’’.
Ao final do pleito, para apressar a apuração, os dados
registrados pela máquina eletrônica eram
encaminhados a um computador central via telefone.
As cédulas de papel ficavam armazenadas na urna
convencional para eventual checagem em casos de
dúvida.
‘‘O assessor de gabinete do deputado federal José
Dirceu (PT-SP) me pediu os dados para elaborar um
projeto de lei prevendo a materialização do voto’’,
informou o desembargador. ‘‘Isso pode vir a ser
adotado’’.
Sobre o sistema on-line, Prudêncio diz que o modelo
de transmissão de dados ainda não foi adotado pelo
TSE por motivos de segurança. ‘‘Isso é um passo
futuro, mas deve haver a segurança necessária (para
evitar interferência de hackers)’’.
Hoje, codificados em criptogramas (caracteres
ilegíveis para computadores não habilitados), os dados
das urnas são transmitidos a um computador central
por meio de disquetes.
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http://www.atribuna.com.br/noticia.asp?cod=35763
Modelo foi usado pela 1a
vez em 89
Da Reportagem
A idéia de transformar a cédula de papel em impulsos
eletrônicos surgiu na cabeça do desembargador Carlos
Prudêncio em 1978. Dez anos depois, nas eleições
municipais de 1988, surgiria a primeira oportunidade
de colocá-la em prática em Brusque.
‘‘Mas o desembargador Tycho Brahe Fernandes Neto
(então presidente do Tribunal Regional Eleitoral de
Santa Catarina) disse que eu era um sonhador e não
autorizou’’, lembra hoje Prudêncio.
Somente um ano depois, nas primeiras eleições
presidenciais após o golpe militar, é que a urna
eletrônica de Prudêncio funcionaria em caráter
experimental. ‘‘Hoje, ao ver isso no País, me sinto um
homem realizado na vida por contribuir para o fim das
fraudes eleitorais e para a democracia do meu País’’.
Em 1989, a urna eletrônica nada mais era do que um
terminal de computador adaptado. O programa era o
mesmo usado hoje pelo TSE.
Na primeira experiência de Brusque, 373 eleitores da
90ª. seção eleitoral da Cidade votaram no computador
durante o primeiro turno. No segundo turno, disputado
entre Luiz Ignácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor
(PRN), 790 eleitores das 84ª. e 90ªseções usaram o
esquema — montado pela Alcance Informática,
empresa de Roberto Prudêncio, irmão do
desembargador.
Em 1990, nas eleições para governador, deputados
federais, estaduais e senador, a experiência foi
repetida.
Tanto em 90 quanto em 89, Brusque foi a primeira
cidade do País a encerrar a apuração dos votos
eletronicamente. ‘‘Além das urnas experimentais,
fomos os primeiros a usar computadores na apuração’’,
lembra Prudêncio. ‘‘Eu fui o primeiro juiz a usar
computador para apurar em 1982, na comarca de
Juaçaba (oeste de SC)’’.
Nas eleições municipais de 1992, as urnas foram
substituídas pelas máquinas de leitura ótica em uma
seção da Cidade. No plebiscito sobre a forma e
sistema de governo, em 1993, o modelo foi repetido.
Em 1996, quando o TSE definiu usar as urnas nos 46
municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores,
Brusque foi incluída como a 47ªcidade. ‘‘Temos cerca
de 50 mil eleitores e fomos homenageados’’.
[ ]s
Eng. Amilcar Brunazo Filho
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