Trabalhei na Telerj/Telemar de 1994 a 1998. 
        Na época, ainda havia algumas centrais eletromecânicas e, até
mesmo, as velhas rotativas (algumas datadas de 1920). Mas, isto só
perdurou até 1994, quando começaram a ser, todas elas, substituídas
pelas digitais.
        Ressalte-se ainda que o nosso antigo sistema público (e a
tecnologia de telefonia que ele criava) era, ou melhor, é de alto nível
tecnológico. 
        Ao contrário do que muitos pensam, TODAS as nossas centrais
Trópico e Trópico-R são confiáveis e robustas, têm tecnologia 100%
nacional da CNPq e são, por isso mesmo, avançadíssimas. 
        Mesmo assim, certas multinacionais poderosas ainda conseguiram,
via ex-caciques do Sistema Telebrás (ACM e afins), nos empurrar algumas
centrais digitais contraproducentes quanto aos seus serviços de
manutenção e/ou de reposição de peças com defeito. Estas centrais, que
já estavam afastadas da linha normal de fabricação em seus mercados
domésticos, lá permaneciam tão encalhadas e depreciadas nos estoques,
que estavam até prontas para serem recicladas. Eram, ao contrário do
esperado, equipamentos caríssimos estas centrais, quando elas deveriam
ser umas "falsas pechinchas": o tal barato que depois acaba ficando
caro, i.e., a ponta de estoque ou a liquidação da liquidação! 
        Pois eram, e são, justamente estas centrais as que davam/dão
mais dor de cabeça aos nossos técnicos de manutenção nas Teles-fixas,
sejam aqueles de "hardware", sejam os de "software". 
        Tudo, portanto, era/é "caoticamente resolvido" quando as tais
centrais digitais importadas apresentavam/apresentam problemas, posto
que tudo nelas sempre era/é importado ou protegido por direitos autorais
sob propriedade de uma empresa privada externa. 
        E isto, como bem sabemos aqui neste nosso fórum, acaba
invertendo as reais prioridades e a ÉTICA no serviço prestado ao cidadão
e ao consumidor nacional, deixando-se negociar até o que deveria ser
inegociável no trato das coisas públicas.

        GIL CARLOS VIEIRA DE REZENDE, TÉCNICO JUDICIÁRIO FEDERAL, RJ.


-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED]
[mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome de Paulo
Mora de Freitas
Enviada em: quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003 05:05
Para: [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] FC - ENC: <BATE-PAPO> O
que ha' de verdade nisso...? (conexões em alta velocidade, Internet
grátis, ...)


  Pessoal,

  Não quiz dar palpite antes num assunto FC mas me parece oportuno 
corroborar essas últimas informações. Aqui na França é a mesma coisa: o 
grosso do pessoal "grande público" tem um modem analógico em casa. ADSL 
começa apenas a ser utilizado e é tão caro quanto aí (assinatura mais 
cara, alto investimento inicial na compra do modem, etc). Mas claro, por

um serviço de melhor qualidade senão não haveria nenhum interesse.

  O que eu não sei é às quantas andam as centrais telefônicas no Brasil.

Nos anos 80 havia um grande atraso no Brasil, onde a maioria das 
centrais ainda funcionavam por pulsos. Creio que boa parte agora já foi 
substituída por frequência. Não é nada, não é nada, mas isso melhora 
muito a qualidade das comunicações via modem analógico e poderia estar 
relacionado com a primeira denúncia postada.

  Vai um forte abraço, Paulo.

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