Pois é, deste papo sobre a recontagem dos votos na eleição americana 
deveriamos (os brasileiros) tirar uma lição,

Possibilidade de recontagem e conferência dos votos é um fator importante 
da democracia.
Obviamente, um sistema eleitoral no qual seja impossível a recontagem, e 
por consequência da conferência, é justamente a negação do princípio 
democrático.

Agora veja um trecho de uma entrevista do nosso caro Sr. Camarão, do TSE, 
sobre esta questão, que foi publicada na revista Tema - a revista do Serpro 
- de set/out/2000:
(recebi a revista pelo colega Claudio Rego)

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Pergunta: As urnas eletrônicas reduzem o custo das eleições?
Camarão: "Pode-se dizer que a utilização das urnas eletrônicas, mesmo 
mediante um custo inicial um pouco (sic) mais elevado, reduz 
significativamente os gastos com eleições, propiciando maior economia ao 
país. Tanto na Eleição Municipal de 1996 quanto na Eleição Geral de 1998, 
os resultados foram contabilizados com muita agilidade e não houve qualquer 
recurso que demandasse uma recontagem de votos. Recontagens como ocorriam 
em eleições anteriores ao uso da urna eletrônica eram demoradas e incorriam 
em gastos adicionais, além de, muitas vezes, mudar o resultado do pleito. 
Além disso, a demora na divulgação dos resultados de uma eleição 
presidencial pode gerar prejuizos intangíveis, decorrentes de 
desaquecimento de atividades econômicas."
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Fica claro que o Sr. Camarão acha que a possibilidade de conferir e 
recontar os votos numa eleição é um empecilho a ser evitado.  Absurdamente, 
ele mostra que considera negativo o fato de uma recontagem alterar 
(entenda-se: corrigir) o resultado eleitoral anterior!

Ou seja, a urna eletrônica foi projetada propositadamente para não permitir 
a conferência e recontagem dos votos!!!

E a manipulação que ele faz na análise dos custos? De partida a eleição com 
a urna eletrônica é mais cara, mas segundo Camarão, ecomonizando na 
recontagem e nuns tais de "custos intangiveis" fica mais barato!

E para completar a distorção das informações, vem aquele papo do "não houve 
qualquer recurso que demandasse uma recontagem de votos".

Neste ano de 2000, nós vimos como funciona isto. Os juizes eleitorais 
simplesmente recusam sistematicamente qualquer pedido de auditoria da 
apuração por motivos processuais ou com o absurdo argumento de 
infalibilidade do processo eletrônico.

Se os juizes concedessem todos os pedidos de auditoria e perícia nas urnas 
os custos e tempo destas perícias seriam muito maiores que a recontagem 
simples dos votos impressos.

A perícia feita algumas em urnas de Curitiba em 98 (o que, por sinal, prova 
que houveram, sim, "recursos que demandaram recontagem") segundo o próprio 
Camarão me informou, ficou pronta apenas em Junho de 2000!

At 01:46 09/11/2000 -0200, Evandro wrote:
>Sabem quando vcs vao ver uma RECONTAGEM de voto a voto por
>causa de uma diferenca de 0,5%, aqui no Brasil ???????
>NUNQUINHA!...
>Como nao conseguirei que os dois candidatos yankees se ferrem,
>pelo menos essa recontagem serviu para mostrar para alguns
>politicosaurus que recontagem nao eh nenhum absurdo e ateh
>cargos considerados como o mais importante do planeta podem
>ter questionamentos quanto ao voto.


[ ]s
     Eng.  Amilcar Brunazo Filho
      EU QUERO VER MEU VOTO
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      Saiba da fragilidade das urnas eletrônicas
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