Pessoal
Aviso: Texto longo.
Notem no texto o que eu assinalo com asteriscos.
O homem se diz AMIGO do FHC e do Serra, diz ainda textualmente: "Todos sabem como eu conduzo as questões. Não tenho a mínima dificuldade de dizer não para amigos e sim para inimigos". INIMIGO??? Ué! será que ele quis dizer ADVERSÁRIO? 
Ôpa! Lá na frente tem mais coisa: "Também sou amigo de pessoas da oposição, como o Miro Teixeira [deputado federal pelo PDT-RJ". Ah, Então tá explicado!
É isso, um abraço.
 
Luiz Ezildo
 
A instrução é a parte menos importante da educação.
JOHN LOCKE, filósofo inglês
 
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ELEIÇÕES 2002

Presidente do TSE diz que uso de programas de TV para divulgar candidatos antes do tempo pode ser punido


Jobim recomenda cautela aos partidos

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Nelson Jobim, 55, disse que os partidos precisarão ter cautela no uso dos programas na televisão a que têm direito no próximo semestre porque enfrentarão problemas futuros se ficar caracterizado que essa propaganda serviu de palanque para candidatos.
Jobim afirmou que a Justiça Eleitoral deverá atuar de forma flexível, porque a legislação também é flexível, mas declarou que "tudo o que acontecer" antes do dia 6 de julho de 2002 poderá ser considerado propaganda fora de época. Em entrevista à Folha, o ministro disse que a grande novidade destas eleições gerais será a aplicação da lei que autoriza a cassação do registro do candidato que comprar votos.
Essa lei foi aprovada em 1999 e pouco utilizada nas eleições municipais de 2000.
Jobim é ex-ministro da Justiça do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e, em 1997, foi nomeado por ele ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Ex-deputado federal pelo PMDB gaúcho, ele é amigo de FHC e do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ministro da Saúde, José Serra.
Ele disse que não há "o menor problema" nessas relações de amizade, porque não tem dificuldade de "dizer não para os amigos e sim para os inimigos".
O ministro está preocupado com o risco de muitos eleitores anularem o voto por erro ou demorarem muito a votar pelo fato de haver seis cargos em disputa: presidente da República, governador, dois senadores, um deputado federal e outro estadual. Nas eleições gerais de 1998, eram cinco (presidente, governador, um senador, um deputado federal e um estadual).
A expectativa é que cada eleitor demore em média um minuto e 15 segundos. Se não errar nenhuma vez, terá de digitar 19 teclas de algarismos e seis vezes a tecla confirma, totalizando 25 toques.
Jobim anunciou que, logo após o Carnaval, o TSE deverá iniciar uma campanha publicitária com orientações ao eleitor, como a necessidade de levar para a cabine de votação um papel com a "cola" dos números de seus candidatos.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

 

Folha - Vários pré-candidatos à Presidência da República parecem estar em plena campanha, mas a legislação proíbe propaganda antes do dia 6 de julho de 2002 e não permite que os programas dos partidos na televisão e no rádio sejam utilizados com finalidade eleitoral. A governadora Roseana Sarney apareceu no programa do PFL, e Anthony Garotinho, no do PSB. O que o sr. acha disso?
Nelson Jobim
- Nós não agimos de ofício e não houve denúncias. Até agora, os partidos não estão entendendo que se constitua campanha antecipada. Na hipótese de surgir denúncia, teremos que examinar caso a caso.
Na imprensa escrita, as restrições são menores e são completamente distintas das existentes para o rádio e para a TV.
Na TV, o que poderá dar problemas em 2002 é a forma como os partidos venham a utilizar a propaganda institucional.
Eles terão de ter cautela porque o uso da propaganda institucional para divulgar candidaturas pode dar problemas se ela se caracterizar como tal.
Não podemos esquecer que a propaganda partidária é para divulgar a posição do partido em relação a temas político-partidários. Essa expressão abre um leque de possibilidades.

Folha - Mas a legislação não prevê punição para o candidato que usar o horário do partido. Somente o partido é que perderá o direito ao programa no primeiro semestre de 2003. Isso pode estimular o abuso?
Jobim
- Esse é um problema da legislação. Não podemos fazer nada.

Folha - Mas já está havendo abusos?
Jobim
- Só emitirei juízo nos autos.

Folha - O sr. acha que a Justiça deve ser flexível em relação a essa questão?
Jobim
- Deve ser como é a lei, e a lei é flexível. Por exemplo, até o dia da eleição, é permitida a propaganda eleitoral na imprensa escrita, inclusive na paga. Na TV, há uma série de proibições a partir de 1º de julho.

Folha - O sr. assistiu às propagandas do PFL, com Roseana, e do PSB, com Garotinho?
Jobim
- Não assisti a nenhuma das duas.

Folha - A Lei Eleitoral proíbe propaganda eleitoral antes do dia 6 de julho. A Justiça será rigorosa nesse ponto?
Jobim
- Tudo o que acontecer antes poderá ser considerado campanha fora da época. Vamos ter de examinar cada caso que chegar a nós.

Folha - O sr. é amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso e do pré-candidato do PSDB à Presidência, o ministro da Saúde, José Serra. Essas amizades não comprometem a isenção do juiz?
Jobim
- Não tenho o menor problema. *Também sou amigo de pessoas da oposição, como o Miro Teixeira [deputado federal pelo PDT-RJ".*

Folha - Alguém já questionou essas relações?
Jobim
- Não. Todos sabem como eu conduzo as questões. *Não tenho a mínima dificuldade de dizer não para amigos e sim para inimigos.*

Folha - Haverá mudanças no sistema de votação?
Jobim
- Constatamos que muitos votos nulos foram provocados por erro e fizemos algumas alterações para corrigir isso.
Nós alteramos o formato da cabine, porque com a urna eletrônica ela foi ficando cada vez menor. A antiga cabine indevassável foi desaparecendo. Ficou um biombozinho baixinho de papelão, que só ocultava a urna eletrônica e não o eleitor.
Esse eleitor ficava exposto aos olhos da fila e da mesa. Diante dessa visibilidade, ele ficava constrangido de tirar do bolso o papel com os números dos votos.
Esse papelzinho será um instrumento importantíssimo em 2002 por uma razão simples: haverá voto para seis cargos [um deputado federal e um estadual, dois senadores, governador e presidente da República". Para votar certo, você vai ter que digitar 19 teclas de algarismos para compor os números dos seis candidatos e mais seis vezes a tecla confirma. Ou seja, serão 25 toques se não houver nenhum erro.
Nem todos vão querer tirar o papel do bolso se estiverem expostos. Aí o eleitor vai se lembrar dos primeiros números e se esquecer dos últimos.
Um levantamento realizado no Distrito Federal mostrou que houve a concentração de votos nulos na disputa para governador no primeiro turno, principalmente nas seções eleitorais que ficam na periferia.
Logo depois do Carnaval, pretendemos iniciar a campanha institucional da Justiça Eleitoral na mídia com o objetivo de orientar o eleitor nessa questão.

Folha - O eleitor precisará de quanto tempo para votar nos seis cargos?
Jobim
- Se considerarmos a média das últimas eleições, estimamos um minuto e 15 segundos. Nas seções com 500 eleitores, não haveria condições de terminar a votação às 17h e surgiriam muitas filas. Nesses locais, vamos colocar dois terminais, para dois eleitores votarem ao mesmo tempo.

Folha - Qual será a grande novidade das eleições de 2002?
Jobim
- Na legislação vigente antes de 2000, não bastava provar que o sujeito distribuiu cestas básicas, redes de dormir, óculos e dentadura, por exemplo. Para cassar a candidatura ou o mandato, tinha que ficar comprovada também a probabilidade de esse fato alterar o resultado da eleição.
Se a distribuição de cesta básica não alterasse o resultado da eleição, o tribunal não poderia cassar o mandato de ninguém.
Agora a lei, cuja aprovação foi apoiada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), criou a figura da captação do sufrágio. Essa será a grande novidade em termos de campanha eleitoral em 2002. O tribunal vai ser rigoroso na aplicação.

Folha - Ela não foi aplicada em 2000?
Jobim
- A lei tinha entrado em vigor havia pouco tempo. Muitas pessoas não a conheciam. Houve algumas condenações, mas a repercussão foi pequena, por serem eleições municipais. Foi um vereador aqui, outro acolá.
Eu estou fazendo um levantamento de todas as decisões dos tribunais regionais eleitorais sobre a sua aplicação para verificar como a Justiça Eleitoral se comportou. Talvez haja 50 casos em toda a Justiça Eleitoral, dos quais dez foram examinados pelo TSE.

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