Só agora li isto, sobre uma SURPREENDENTE E, OBVIAMENTE, MAL DIVULGADA RECONTAGEM DE 10 MIL VOTOS PELA JUSTIÇA ELEITORAL(?) em Brasília.
    Afinal, será que tal só foi possível porque as urnas eletrônicas do DF tinham, todas elas, impressão paralela dos votos?
    Então, o que estaria sendo recontado? Estariam o TRE-DF e o TSE apenas somando os votos impressos e/ou registrados parcialmente nas urnas que apresentaram defeito (junto com seus subseqüentes votos escritos nas urnas alternativas, naquelas seções em que tal defeito ocorreu)? Ou estariam eles recontando todos os votos que foram normalmente impressos nas seções impugnadas, tal como se faria em caso de uma eleição com urnas e votos convencionalmente recontáveis? E neste caso último, estariam comparando-os com os votos e os números dos BU's e dos disquetes destas mesmas urnas eletrônicas, já comprovadas como vulneráveis e fraudáveis, em vários pontos possíveis, pela própria perícia feita por técnicos da Unicamp a pedido do TSE?
    Lembre-se ainda que estas urnas, POR ORDEM EXPRESSA DO TSE, não foram inteiramente auditadas pelos partidos, tal como IMPÕE O VIGENTE ARTIGO 66 DA LEI 9504/97! GROSSO MODO, ESTAS ELEIÇÕES, JURIDICAMENTE FALANDO, SÃO EVIDENTEMENTE NULAS OU, NO MÍNIMO, ANULÁVEIS DE PLENO DIREITO!
    Pior: AS URNAS E O COMPUTADOR CENTRAL DO TSE (este que deu menos quarenta mil votos para Lula), além de serem oficialmente programados (pasmem só) por técnicos vinculados à Agência Brasileira de Inteligência do General Cardoso (para quem ainda não sabe, trata-se da sucessora do extinto SNI que, no escândalo da Proconsult em 1982, perpetuou a tentativa de manipulação daquelas eleições), TAMBÉM FORAM MANIPULADOS POR EMPREGADOS TERCEIRIZADOS DE UMA OU MAIS EMPRESAS PRIVADAS, SEM QUALQUER RESOLUÇÃO, AUTORIZAÇÃO LEGAL OU IDENTIFICAÇÃO PRÉVIAS DO PODER LEGISLATIVO. O TSE, instado a revelar o nome destes "funcionários" (ao que parece, estes terceirizados são inclusive sempre os mesmos há pelo menos três anos), nem mesmo respondeu ao pedido oficial desta informação que, por lei, deveria ser respondida em quinze dias no máximo (LEI 9051). Talvez, aplicaram o disposto no Decreto Nº 4.199, DE 16 DE ABRIL DE 2000, em anexo a esta mensagem.
    Realmente, agora a coisa ficou nebulosa para mim. A leitura desta noticia me parece desinformativa, dissimulando o que estaria realmente sendo recontado. É neste sentido que o TSE deveria esclarecer tal dúvida, em nota oficial e com declaração ao vivo, em Rede Nacional, do próprio Ministro Jobim. Inclusive sobre seus telefonemas a parlamentares, nos últimos dias, tentando desde já acabar com a mais que necessária impressão paralela dos votos nas urnas eletrônicas. Agora, a impressão tornou-se a única e última salvaguarda da Democracia Real e da Verdade Eleitoral no Brasil. Só com esta medida podemos preservar as etapas de apuração, de conferência, de impugnação e de recontagem material dos votos, um por um, pelo próprio cidadão (e não por uma máquina). A panacéia tecnológica das urnas, aliás, nem se justifica em bases de custos-benefícios razoáveis. Tal informatização implica em gastos inacreditáveis para se efetuar dois usos apenas, de dois em dois anos! E logo depois, ficam tais equipamentos completamente ociosos ou obsoletos, o que é mais absurdo ainda !!!
    Estes equipamentos, dado seu alto custo de manutenção e de armazenamento, não se justificam num país onde, com tantas e tamanhas disparidades excludentes, os números das nossas estatísticas, das nossas totalizações eleitorais eletrônicas (que nada tem a haver com apuração) e de nossas pesquisas eleitorais, a cada dia, vão ficando muito menos confiáveis e muito mais manipuláveis do que jamais foram. Vide as ações em que o Ibope é processado por manipulação de pesquisas, lá no Uruguai...
    É imperativo que isto seja muito bem esclarecido, antes das eleições. De qualquer forma, pintarei minha cara com uma baita estrela, no dia em que for votar, pois eu não confio nem um pouco nestas urnas eletrônicas do TSE (assim como também não confio, muito menos até, nos já violadíssimos paineis de votação da Câmara e do Senado brasileiros).

Gil Carlos Vieira de Rezende, Técnico Judiciário.

End. Rua Haddock Lobo 447, ap. 705, Tijuca, Rio de Janeiro-RJ, CEP. 20260-132. Telefone 2567-7451

-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]]Em nome de Benjamin Azevedo
Enviada em: sábado, 19 de outubro de 2002 08:40
Para: [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [VotoEletronico] Re: Será um pesadelo?

Roberto Almeida wrote:
Roberto Almeida lamenta incomodá-los com mais esta, mas não tem outro jeito, o assunto é pertinente, fico com vontade de ficar calado, mas o absurdo é tão grande que não me contenho. Um mesmo erro em 20 estasdos?????? Vai o link do jornal de hoje, espero que seja um engano,
Roberto,
Impressionante.
A coisa eh muito graave pois mostra que o sistemaa nao tem qq fechamento,
qualquer controle: neste caso ao esquecer umaa das partes (papel ou urna)
o total de votos nao bate com o de eleitores que compareceram,
e o sistema nao havia detectado nada.
Ou seja, se por erro ou fraude, alguem deixa de somar,
ou inversamente acrescenta parcelas, nenhum alerta soa.

A falta de mecanismos simples como a transparencia dos Bus
com sua publicacao tempestiva torna facil que estes erros nao sejam percebidos.
E isto em todo pais.
Que cahada.

Ainda bem que foi descoberta e conseguida a apressada revisao.
Do jeito que vem jogando coisas pra baixo do tapete,
o cheiro ruim de incerteza esta insuportavel.

Benjamin Azevedo



TRE reconta 10 mil votos