Estes recadastramentos em Municípios microscópicos são mostrados ao “público leigo” como um avanço que, na nossa visão, é uma simples cortina de fumaça. Mas como será que um cidadão lá do interior, sempre esquecido pelo “Brasil que come”, vai entender isso?

 

            É, gente, estamos “acadêmicos demais”. Eu inclusive. Haja vista o monte de baboseiras que aqui escrevemos e lemos, uns de outros e uns para os outros. Não fazemos, essa é que a realidade, nada de “produtivo”. Não avançamos, não lutamos e, muito menos, não nos organizamos. E nova eleição vem se aproximando, enquanto continuamos a repetir o mesmo erro.

 

            Hoje resolvi voltar ao fórum por causa do que li na Tereza Cruvinel – Coluna Panorama Político, O Globo de domingo (1º de junho de 2003). Estão tocando as trombetas. A arauto na imprensa carioca já nos anuncia uma Reforma Política que vai tão somente afastar o eleitor de vez da política, tal como acontece hoje na Argentina. As famosas “listas fechadas” vêm aí, sobre as bênçãos das forças políticas que antes costumávamos identificar como “progressistas e populares”.

 

            Mas vamos deixar a metamorfose ideológica alheia de lado e vamos ao que (ME) interessa.

 

            O gancho, para mim é relevante. Alguém aí já pensou na possibilidade de que estamos fracos porque o nosso objetivo é restrito às urnas eletrônicas?

 

            Por isso, acho importante o estudo de algum meio alternativo de nós “ampliarmos” nossos objetivos.

 

            Hoje somos auto-intitulados “impropriamente políticos e pluripartidários”. Assim, nós mesmos barramos o alcance desta nossa luta e de nossas mensagens. Nosso acesso ao público leigo é barrado pelo “adesismo interessado”, boicotando posições e políticos que defendem nossos manifestos na mídia corrente.

 

            Mas por que não podemos usar outros meios? Que tal, por exemplo, a própria propaganda partidária?

 

            O Enéas é o exemplo clássico que temos que seguir, mas com uma fundamental diferença: temos potencial de aglutinar outras forças (que não estão partidariamente representadas) numa mesma busca: a completa renovação do sistema político que hoje controla por dentro as estruturas de poder no Estado Brasileiro.

 

            Amigos, uma renovação democrática por dentro, tão natural e avassaladora (que até pareceria uma revolução), é possível.

 

            Mas só se for uma renovação balizada pelo mérito, pela ética e pela liderança, naturalmente conquistada dentro de uma estrutura pré-concebida e pré-organizada, com discussões temáticas em fóruns de Internet e posterior síntese destas propostas em congressos ou assembléias abertas. Tudo, obviamente, dentro de um novo Código de Ética e de uma “netiqueta” próprias. E frise-se que, ao meu ver, um Partido, Organização ou Grupo com fins políticos, antes de criar seu Estatuto, deveria primeiro criar o seu Código de Ética. Algo com força de “Constituição do Partido”, SE É QUE ME ENTENDEM.

           

            Destas propostas, se criaria um “quase-partido”, espécie de frente parlamentar de reestruturação do estado nacional.

 

            Sua proposta seria a de “qualificar” suas opiniões, manifestações e ações de defesa dos interesses difusos populares por meio de ampla mobilização nacional, mediante uma prévia aferição da questão por meio de votação direta, unitária e aberta (com a possibilidade de controle e de conferência digital do militante sobre o seu voto e dos demais). Uma frente “plebiscitária” digital.

 

            A FRENTE POPULAR BUSCARIA DEFENDER SOMENTE OS ANSEIOS DOS CIDADÃOS COMO PESSOAS FÍSICAS, VEDANDO QUAISQUER INTERFERÊNCIAS OU INTERESSES DAS GRANDES CORPORAÇÕES, AINDA QUE ATUANTES NO TERCEIRO SETOR.

 

            Seria, grosso modo, uma cooperativa nacional de pequenas ONGs, todas tendo um só compromisso: não se sujeitariam a nenhuma grande corporação ou interesse econômico cruzado. Seriam meros indivíduos, sem qualquer interesse que não fosse o de exercer cooperativamente o espírito da cidadania pura.

 

            Temos, pois, que nos aglutinar e nos organizar de uma forma não governamental muito mais ampla. O tempo urge. Mas nada estamos fazendo, de novo, para mudar isso.

 

            Seria o caso de propor a estes auditores (Trevisan e outros, que fizeram aquele trabalho em Rio Bonito) algum projeto de marketing ou de planos pilotos para “Observatórios”, com um ou mais “sítios” de vigilância para denúncias em tempo real e com a capacitação de universitários e outros voluntários, visando analisar e depurar sob inteligência civil quaisquer fraudes na política ou nas eleições a partir de 2004?

 

            Pois é. Está nos faltando criar algum tipo de “inteligência civil não governamental” para contrapor a “inteligência” dos que controlam o aparato estatal e partidário. Obviamente, não excluindo cidadãos-militares-reformados como o Coronel Monteiro (que, aliás, seria um ótimo colaborador nessa “capacitação”, ou até mesmo na linha de frente de eventual investigação).

 

            O pontapé inicial desta luta, neste sentido “análogo” ao nosso próprio movimento, seria identificar os “bois”.

 

            Quer dizer, identificar as origens e os interesses particulares (ligações no passado e no presente) dos atuais líderes das alas ou das cúpulas centralizadoras do poder (do “centralismo democrático”) que tendenciosamente visam aumentar os controles dos partidos de “esquerda” e de “centro” no país, cada vez mais “simpáticos” ao maior Controle Estatal ou Partidário do cidadão brasileiro. Vejam que não coloquei os partidos de direita, porque são sabidamente partidários do estado-mínimo, mas por razões bem diferentes da nossa.

 

            O enfoque da nossa contrapropaganda, sobretudo nos meios informáticos, seria apontar os interesses econômicos dos que apóiam essas campanhas nas mídias de massa. Inclusive, os da própria mídia economicamente interessada (por endividada que é).

 

            Está claro para todos que estas campanhas “uniformizantes” da opinião pública (contra os próprios direitos ou interesses fundamentais do cidadão enquanto pessoa física) subordina-se a interesses partidários ou corporativos inimputáveis penalmente.

 

            Assim, não podemos mais combatê-los apenas por informes restritos à Internet.

 

            Temos que pressionar politicamente a própria mídia, obrigando-a ou responsabilizando-a civilmente (ou até penalmente, se for possível), para impor-lhes que alertem o “público leigo” destas manobras.

 

            Por enquanto, é só uma sugestão. Mas volto depois ao assunto, assim que já estiver “acomodado” na minha nova função pública.

 

            GIL.

 

-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED]iron.com.br [mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome de Marko Ajdaric
Enviada em: segunda-feira, 28 de abril de 2003 19:21
Para: [EMAIL PROTECTED]iron.com.br
Assunto: [VotoEletronico] Suspeita de fraude eleitoral em Pernambuco

 

 

Cortesia de Marko Ajdaric newsletter, http://www.neorama.com.br/

 

 

Os eleitores pernambucanos de Carnaíba (no Sertão, a 417 quilômetros do Recife), Chã de Alegria (Zona da Mata, a 57 quilômetros da capital), Sanharó (no Agreste, 210 quilômetros), São José da Coroa Grande (Zona da Mata, 123 quilômetros) e Vertente do Lério (Agreste, 139 quilômetros) terão que comparecer aos cartórios de suas cidades entre os dias 12 de maio e 10 de junho para comprovar residência. A determinação partiu do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco, que vai realizar uma revisão naqueles municípios após a constatação de que o número de eleitores das cinco cidades atinge cerca de 80% das respectivas populações locais, o que, para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, constitui suspeita de fraude.
    Outro pedido de revisão partindo do TRE, que visa fiscalizar o município de Alagoinha (no Agreste, a 227 quilômetros do Recife), foi homologado pelo TSE no último dia 22. O Tribunal também pretende fazer o mesmo em Joaquim Nabuco (no Litoral, a 120 quilômetros).

fonte: Agencia Nordeste, texto de Clóvis Andrade

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