Aristóteles, amigo,
O seu modo de interpretar me parece perfeito. Em grande escala, parece que se pode mesmo pensar num grande DISCURSO DO PODER, construído a partir de vários discursos-individuais-de-pessoas-em-posição-de-poder, assumindo-se que todos estes discursos individuais tenham traços comuns, iguais ou muito semelhantes.
Por esta interpretação, haveria um "Discurso do poder econômico", que se poderia descrever a partir do conjunto de traços semelhantes observados em todos os discursos, por exemplos, dos presidentes da FIESP, ou dos banqueiros, ou dos Malans.
Só pra fazermos um exercício-teste: será que a gente seria capaz de listar uma meia dúzia de traços que se observam em todas as falas públicas de todos os candidatos à presidência do Senado?
Se esta lista for possível (quer dizer: se houver traços iguais ou semelhantes em todos eles), teremos uma prova bastante bem-construída de que Jader Barbalho e ACM estão sempre, no fundo, dizendo a mesma coisa. Por mais que se xinguem na superfície de seus discursos.
E só por este teste já se pode avaliar a importância 'estratégica' de saber ler nas entrelinhas dos discursos.
Por baixo da idéia do teste há, é claro, uma hipótese inicial: a idéia de que tudo o que os seres humanos são e pensam aparece em seus discursos.
Dado que os discursos são sempre construídos EM LÍNGUA... pode-se aferir também a importância de resistir à contaminação do idioma nacional, em cada país.
Bom... é só pra gente ir pensando.
Abraço.
Caia