Cordioli.

Olha, vou tentar não te cansar muito. É claro que concordamos em essência e
estamos a discutir o método. O meu "apostolado educacional" (e de muitos
outros) e o seu (e de muitos outros) não são excludentes, acho que percebi isso
na sua msg anterior. Com a ressalva da "minha" revolução armada, teoria pra
quem não tem o que fazer no momento, ultrapassada, radicalíssima (?) e que
acaba não dando resultado também. Bom, como estamos em tempos de "democracia",
se alguém precisar dos meus préstimos, fui militar e sei montar e desmontar
alguns artefatos (fora tocar saxofone, o que mais fiz na caserna e que podemos
fazer também no desfile da vitória). Não dá pra fazer revolução gradativamente,
isso foi discutido há dois séculos, quando social-democracia estava associada à
imagem de Rosa Luxemburg, que expulsou um tal de Bernstein do partido
social-democrata alemão só porque ele queria reformas "lentas e graduais".

Vc chega na proibição das urnas eletrônicas. Pergunto: como se faz isso? Parto
do pressuposto que é isso mesmo que temos que fazer. Mais ainda: este Forum
considera que esta é a solução do problema (isso é hipótese, tá gente!?). Vc
não acha que vai ter que convencer alguém disso? Vc não acha que isso também é
fazer política? Pra fazer essa política a gente não tem que entrar no jogo?
Isso não implica ter partidos políticos? Fazer leis? Não seria isso aderir,
mesmo sem concordar, com o sistema (político, social, tecnológico etc.)? E as
auditorias(perícias)? Não seria o caso então, pra tomar uma atitude mais
radical, de não acompanhar nenhuma auditoria? Não aceitar qualquer perícia? Não
reconhecer o resultado das eleições? 

Não aderir é fazer como boa parte do Islã: terrorismo. Ah, é isso o que eles (o
nosso sistema) fazem com a gente, de uma maneira bem sofisticada! É verdade! É
isso mesmo! Mas acho que isso nós não queremos. Queremos apenas eleições
lídimas, confiáveis, auditáveis, todas essas coisas que gente tá cansado de
falar e ouvir.

Daí que estamos no mesmo barco, é inevitável. Mas cada um quer bater o remo de
um jeito. Vamos lá, acho que não nos prejudicamos enquanto não entrar muita
água...

Ah, sim. Vc fez uma proposta concreta, que considero boa Cordioli. A de mudar o
discurso em relação à urna - aliás, vai ter gente aqui que não vai concordar
com vc no sentido de que se diz no forum que a "urna é boa, é só corrigir-lhe
os defeitos". Mas aí vai uma informaçãozinha procê: saia por aí falando esse
tipo de coisa e depois diga a reação do "povo". Fato é que essa história do
voto eletrônico ainda é incompreensível pra um monte de gente. Antes da eleição
eu conversava com algumas pessoas sobre as dúvidas sobre o sistema. Olhavam pra
mim com cara de desdém, esquizofrênico, essas coisas. Depois vieram perguntar
pra mim se era possível confirmar uns dados acerca de um candidato. É que ele
não teve os votos esperados na sua região, além de ter votos em regiões onde
ele nunca apareceu, não distribuiu um santinho, nunca apareceu na TV etc. Eu
disse a eles: se urna "disse" que ele teve X votos, é porque ele teve X votos.
"Mas não dá pra conferir?" Nâo. A palavra da urna é final!

E é gente com formação superior, culta, viajada, essas coisas. Ou a gente
convence esse povo, ou a gente elimina! 

[]'s (revulucionários!)
Lut 


Citando Luiz <[EMAIL PROTECTED]>:

> Olá Lut.
> 
> Cogito, ergo sum.
> 
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O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
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