[VotoEletronico] Re: Viva a crise!

2005-08-23 Por tôpico Alejandro Carriles

Desculpem.
É do Jabor!
Esqueci de citar
- Original Message - 
From: maneschy [EMAIL PROTECTED]

To: voto-eletronico@pipeline.iron.com.br
Sent: Tuesday, August 23, 2005 2:18 PM
Subject: [VotoEletronico] Re: Viva a crise!




Carriles, de onde veio este texto

On Tue, 23 Aug 2005 09:39:02 -0300, Alejandro Carriles wrote

Viva a crise!

Acrise é boa. Nada melhor que uma crise para nos dar a sensação de
que a vida muda, que a história anda, que a barra pesa. A crise nos
tira o sono e nos faz alertas. A crise nos faz importantes pois,
subitamente, todos se preocupam conosco - nós, a opinião pública,
 nós o povo, nós, os babacas que todos preferiam na sombra, na
modorra e que, de repente, podem sair batendo panelas nas ruas. A
crise nos inclui na política. Aliás, crise no Brasil é quando a
política fica visível para a população.

A crise é boa porque acabaram as crises cegas, radiofônicas, anos
50. Hoje as crises são online, na internet, nos celulares, com
todas as sacanagens ao vivo, imediatas. A crise é uma aula, quase um
videogame. A crise é um thriller em nossas vidas.

A crise nos permite ver a verdade. Mas, como - se todos mentem o
tempo todo? A crise nos ensina a ver a verdade de cabeça para baixo.
Ensina que a verdade é o contrário de tudo que dizem os depoentes,
testemunhas e réus. A verdade é tudo que os políticos negam.

A crise é boa para conhecer tipos humanos. Temos de tudo - uma
galeria de personas, de máscaras, de bonecos de engonço, de
mamulengos, temos um reality show sobre o Brasil, temos o desfile
de caras, de bocas, de mãos trêmulas, de risos e choros
constrangidos, temos as vaidades na fogueira, os apelos à razão,
temos os clamores de honradez, os falsos testemunhos, os tratamentos
arcaicos, antigas gramáticas, temos as vossas excelências, as
senhorias, vemos os alicerces do país aparecendo, a lama debaixo das
dignidades, temos os intestinos, os pés de barro, os nós na tripa,
temos os apêndices supurados, temos os miasmas que nos envenenam
aparecendo sob a barra da saia de juízes e desembargadores, as
sujeiras escorrendo sob as frestas da lei. E tudo vai diplomando o
povo em ciência política. A crise é boa também para acabar com
alegorias proletárias, com a crença de que operário teria um saber
metafísico e santificado e mostra que para ser presidente tem sim
que estudar e ter competência.

A crise é também aula de teatro. A crise nos revelou a revolução
dramática de Roberto Jefferson. Trata-se de um Gargantua, um ex-
Pantagruel, um raro tipo rabelaisiano que se virou ao avesso e
transformou merda em ouro, mentira em verdade. Jeff é o anti-herói
heróico. Jeff conhece a boca do boi, a baba das coisas, a barra
pesada. A verdade de Jeff tem a legitimação do crime assumido. Jeff
suja a limpeza e não denuncia exceções, mas exibe a Regra. Crise
também é cultura. A crise é Brecht, Shakespeare, Nelson Rodrigues. A
crise tem até a casa da mãe Joana, Jeanne.

Jeff nos mostrou que o crime político não é um defeito; é uma
instituição. Jeff é a prova de tudo que Sérgio Buarque estudou. Se
Jeff não existisse, tudo estaria rolando no banho-maria do PT e do
Dirceu-2010. Ouso dizer: por vielas mal freqüentadas, Jeff fez um
grande bem ao Brasil.

Jeff faz dupla com Dirceu, seu alter ego, seu espelho. Não haveria
um sem o outro. Dirceu desprezou Jeff e este o destruiu.

A crise ensina que a salvação do país é destruir os esquemas que
Jeff denunciou e que a destruição do país seria seguir o que Dirceu
queria. A crise nos espanta: como um sujeito só como Dirceu consegue
acabar com 25 anos de um partido, com um Governo e consigo mesmo? A
crise nos ensina o horror do narcisismo totalitário.

A crise ensina que os velhos revolucionários têm um comportamento
parecido com os políticos oligárquicos. Ambos trabalham na sombra,
na dissimulação, no cabresto dos militantes.

A crise acaba com a mitificação do PT como o partido dos puros.
Acaba essa bobagem alegórica e messiânica em que muito intelectual
acreditou. A crise humaniza os petistas, pois os há honestos,
 românticos, corretos e os há também ladrões, medíocres, famintos e
boçais. A crise vai reformar a idéia de esquerda no país. Vai
criar uma esquerda mais verdadeira, mais útil, mais possível. A
crise acabará com os fins justificando os meios, a crise acaba com o
futuro e nos trará o doce, o essencial presente, a crise nos dá
uma porrada na cara para deixarmos de ser bestas.

A crise é boa porque acaba com as ilusões do povo. A crise é boa
para gerar crise nas pessoas, crise existencial.

A crise é boa porque desmoraliza a ópera bufa em que vivemos e traz
a verdade da tragédia real. A crise acaba com a esperança e estimula
a vigilância crítica.

A crise ensina que ninguém é revolucionário ou herói ou
comandante supremo ou companheiro; as pessoas são narcisistas,
compulsivas, agressivas, dependentes, invejosas, fracassadas, com
problemas sexuais. A crise ensina mais Freud do que Marx. A crise
mostra que a velha esquerda não tem programa; tem um

[VotoEletronico] Re: Viva a crise!

2005-08-23 Por tôpico maneschy

Carriles, de onde veio este texto

On Tue, 23 Aug 2005 09:39:02 -0300, Alejandro Carriles wrote
 Viva a crise!
 
 Acrise é boa. Nada melhor que uma crise para nos dar a sensação de 
 que a vida muda, que a história anda, que a barra pesa. A crise nos 
 tira o sono e nos faz alertas. A crise nos faz importantes pois, 
 subitamente, todos se preocupam conosco - nós, a opinião pública,
  nós o povo, nós, os babacas que todos preferiam na sombra, na 
 modorra e que, de repente, podem sair batendo panelas nas ruas. A 
 crise nos inclui na política. Aliás, crise no Brasil é quando a 
 política fica visível para a população.
 
 A crise é boa porque acabaram as crises cegas, radiofônicas, anos 
 50. Hoje as crises são online, na internet, nos celulares, com 
 todas as sacanagens ao vivo, imediatas. A crise é uma aula, quase um 
 videogame. A crise é um thriller em nossas vidas.
 
 A crise nos permite ver a verdade. Mas, como - se todos mentem o 
 tempo todo? A crise nos ensina a ver a verdade de cabeça para baixo. 
 Ensina que a verdade é o contrário de tudo que dizem os depoentes, 
 testemunhas e réus. A verdade é tudo que os políticos negam.
 
 A crise é boa para conhecer tipos humanos. Temos de tudo - uma 
 galeria de personas, de máscaras, de bonecos de engonço, de 
 mamulengos, temos um reality show sobre o Brasil, temos o desfile 
 de caras, de bocas, de mãos trêmulas, de risos e choros 
 constrangidos, temos as vaidades na fogueira, os apelos à razão, 
 temos os clamores de honradez, os falsos testemunhos, os tratamentos 
 arcaicos, antigas gramáticas, temos as vossas excelências, as 
 senhorias, vemos os alicerces do país aparecendo, a lama debaixo das 
 dignidades, temos os intestinos, os pés de barro, os nós na tripa, 
 temos os apêndices supurados, temos os miasmas que nos envenenam 
 aparecendo sob a barra da saia de juízes e desembargadores, as 
 sujeiras escorrendo sob as frestas da lei. E tudo vai diplomando o 
 povo em ciência política. A crise é boa também para acabar com 
 alegorias proletárias, com a crença de que operário teria um saber 
 metafísico e santificado e mostra que para ser presidente tem sim 
 que estudar e ter competência.
 
 A crise é também aula de teatro. A crise nos revelou a revolução 
 dramática de Roberto Jefferson. Trata-se de um Gargantua, um ex-
 Pantagruel, um raro tipo rabelaisiano que se virou ao avesso e 
 transformou merda em ouro, mentira em verdade. Jeff é o anti-herói 
 heróico. Jeff conhece a boca do boi, a baba das coisas, a barra 
 pesada. A verdade de Jeff tem a legitimação do crime assumido. Jeff 
 suja a limpeza e não denuncia exceções, mas exibe a Regra. Crise 
 também é cultura. A crise é Brecht, Shakespeare, Nelson Rodrigues. A 
 crise tem até a casa da mãe Joana, Jeanne.
 
 Jeff nos mostrou que o crime político não é um defeito; é uma 
 instituição. Jeff é a prova de tudo que Sérgio Buarque estudou. Se 
 Jeff não existisse, tudo estaria rolando no banho-maria do PT e do 
 Dirceu-2010. Ouso dizer: por vielas mal freqüentadas, Jeff fez um 
 grande bem ao Brasil.
 
 Jeff faz dupla com Dirceu, seu alter ego, seu espelho. Não haveria 
 um sem o outro. Dirceu desprezou Jeff e este o destruiu.
 
 A crise ensina que a salvação do país é destruir os esquemas que 
 Jeff denunciou e que a destruição do país seria seguir o que Dirceu 
 queria. A crise nos espanta: como um sujeito só como Dirceu consegue 
 acabar com 25 anos de um partido, com um Governo e consigo mesmo? A 
 crise nos ensina o horror do narcisismo totalitário.
 
 A crise ensina que os velhos revolucionários têm um comportamento 
 parecido com os políticos oligárquicos. Ambos trabalham na sombra, 
 na dissimulação, no cabresto dos militantes.
 
 A crise acaba com a mitificação do PT como o partido dos puros. 
 Acaba essa bobagem alegórica e messiânica em que muito intelectual 
 acreditou. A crise humaniza os petistas, pois os há honestos,
  românticos, corretos e os há também ladrões, medíocres, famintos e 
 boçais. A crise vai reformar a idéia de esquerda no país. Vai 
 criar uma esquerda mais verdadeira, mais útil, mais possível. A 
 crise acabará com os fins justificando os meios, a crise acaba com o 
 futuro e nos trará o doce, o essencial presente, a crise nos dá 
 uma porrada na cara para deixarmos de ser bestas.
 
 A crise é boa porque acaba com as ilusões do povo. A crise é boa 
 para gerar crise nas pessoas, crise existencial.
 
 A crise é boa porque desmoraliza a ópera bufa em que vivemos e traz 
 a verdade da tragédia real. A crise acaba com a esperança e estimula 
 a vigilância crítica.
 
 A crise ensina que ninguém é revolucionário ou herói ou 
 comandante supremo ou companheiro; as pessoas são narcisistas, 
 compulsivas, agressivas, dependentes, invejosas, fracassadas, com 
 problemas sexuais. A crise ensina mais Freud do que Marx. A crise 
 mostra que a velha esquerda não tem programa; tem um sonho. Que vira 
 pesadelo.
 
 A crise ensina que muito mais importante que estudar a 

[VotoEletronico] Re: Viva a crise!

2005-08-23 Por tôpico Francisco Jose
Mas o artigo do Jabor é tendencioso. Aliás como não poderia de ser. 
Mercenário da GLOBO, defensor das privatizações, chamando de dinossauros os 
defensores das estatais, quando não usava termos mais chulos.


O que é o parlamentarismo? Um dos golpes programados desde a constituinte 
pois o imperialismo tinha medo de líderes fortes com possibilidade de ganhar 
eleições´para presidente no lugar dos fantoches elaborados  nos seus 
laboratórios. Infelizmente esses líderes foram desaparecendo a partir de 
1994. Tentaram golpistamente antecipar o plebiscito aproveitando-se de um 
mal momento dos defensores do presidencialismo, mas fracassaram. Usando todo 
o poder da GLOBO tentaram de novo mas perderam o plebiscito. Mas hoje esse 
problema surge de outra forma para o imperialismo. Eles temem que a queda de 
Lula seja a queda do plano Real seja qual for o próximo presidente pois 
ninguém arriscará agora sem o poder dos sindicatos arrochar mais ainda o 
povo. O parlamentarismo seria a solução ideal em nome da estabilidade e sem 
nem uma figura para assumir a responasabilidade e canalizar o ódio do povo. 
Primeiros ministros eles mudam como cueca. E o povo ficará confuso tentando 
entender as novas regras eleitorais. Ganham mais um tempo.


Na realidade, o Sr. Jabor plagiou a escrita chinesa, já muito divulgada, com 
sua competência teatral, para a palavra crise. Em chinês, a palavra crise se 
escreve com duas outras palavras: risco e oportunidade. Só que é risco e 
oportunidade para as duas partes em luta: povo brasileiro e imperialismo 
americano. De 1980 para cá todas as crises (muitas forjadas) têm sido 
utilizadas para impor o neoliberalismo no Brasil. Como dizia Greg Palast em 
seu livro, A Melhor das Democracias que o DinheiroPode Comprar, Ed. Francis: 
a crise tem suas utilidades. Foi com a crise de 1998/99 que Robert Rubin 
se tornou o presidente de fato do Brasil, como já tinha se tornado o 
presidente de fato do México com a crise de 1994. A crise faz parte dos 
planos neoliberais. Mas a crise pode fazer eles darem com os burros nágua 
também  É risco para os dois lados.


Essa crise atual era favorável ao povo brasileiro no início pois ela não foi 
provocada por eles, surgiu de uma crise entre o executivo e o legislativo 
devido á nazistificação do sistema republicano levada a cabo pelo PT. Mas 
ela já começa a dar mostra de reversão diante de uma estratégia combinada da 
GLOBO, PT e executivo de banalizar os fatos, desqualificar o Roberto 
Jeferson e outrass testemunhas e inventar uma solução política que pode ser 
por exemplo, o parlamentarismo. O artigo de Jabor tem todos esses 
ingredientes: desqualificar o Jeferson, fazer tábula raza de todos os 
partidos e homens, banalizar os fatos (que a corrupção é terrível não pelo 
roubo de grana e de galinhas mortas) e proclamar a necessidade de manter a 
estabilidade do plano real (A corrupção é terrível porque impede a 
governança) e conclui pela implantação do parlamentarismo e não a cassação 
dos responsáveis. Em outras palavras: É UM CANALHA.


Para a crise se tornar uma oportunidade para o povo brasdileiro, tem-se que 
pedir justamente o contrário: Impeachment do presidente, aprofundamento da 
invstigação com o novo governo, punição exemplar dos culpados até com leis 
de exceção, suspensão imediata do pagamento da dívida externa, que é desse 
dinheiro que vem os 5% para os mensalões, e nenhuma preocupação com 
estabilidade econômica, pois o Brasil é o país que menos precisa de ajuda 
externa no mundo.


F. Santana







- Original Message - 
From: maneschy [EMAIL PROTECTED]

To: voto-eletronico@pipeline.iron.com.br
Sent: Tuesday, August 23, 2005 2:18 PM
Subject: [VotoEletronico] Re: Viva a crise!




Carriles, de onde veio este texto

On Tue, 23 Aug 2005 09:39:02 -0300, Alejandro Carriles wrote

Viva a crise!

Acrise é boa. Nada melhor que uma crise para nos dar a sensação de
que a vida muda, que a história anda, que a barra pesa. A crise nos
tira o sono e nos faz alertas. A crise nos faz importantes pois,
subitamente, todos se preocupam conosco - nós, a opinião pública,
 nós o povo, nós, os babacas que todos preferiam na sombra, na
modorra e que, de repente, podem sair batendo panelas nas ruas. A
crise nos inclui na política. Aliás, crise no Brasil é quando a
política fica visível para a população.

A crise é boa porque acabaram as crises cegas, radiofônicas, anos
50. Hoje as crises são online, na internet, nos celulares, com
todas as sacanagens ao vivo, imediatas. A crise é uma aula, quase um
videogame. A crise é um thriller em nossas vidas.

A crise nos permite ver a verdade. Mas, como - se todos mentem o
tempo todo? A crise nos ensina a ver a verdade de cabeça para baixo.
Ensina que a verdade é o contrário de tudo que dizem os depoentes,
testemunhas e réus. A verdade é tudo que os políticos negam.

A crise é boa para conhecer tipos humanos. Temos de tudo - uma
galeria de personas, de máscaras, de bonecos de engonço, de
mamulengos