Luciano, já me conformei em aprender P3 e Z3, mas vou rebater justamente
porque pra mim o que menos importa no zope e no plone é o python.

Não acho que substituir um template por uma classe com um método render para
implementar um portlet seja um avanço, sem contar que quando chegamos no
método encontramos algo como:

return u"<title>%s &mdash; %s</title>" % (
                escape(safe_unicode(page_title)),
                escape(safe_unicode(portal_title)))

Seria isso uma volta ao CGI? Isto é escrevemos uma classe para que ela
retorn uma string formatada.

Não acho que algo como
  <browser:viewlet
        name="plone.path_bar"
        manager=".interfaces.IPortalTop"
        class=".common.PathBarViewlet"
        permission="zope2.View"
        />

seja melhor que uma regra, mesmo que implicita. Que uma vez descoberta se
torna explicita.
Ou que seja algo inovador, já que de xml´s muitos desenvolvedores de várias
plataformas estão de saco cheio. (perdoem-me o termo)


Não acho que copiar a idéia uma especificação vinda em java (leiam a
especificação jsr168 da portlet api do j2ee, que entenderam o que chamo de
copiar) e, basicamente, portá-la para python.
Ou que pegar um livro de pattern e resolver implementar o zope naquele
pattern seja um avanço (o zope 3 é um mix do adapter pattern e outros
através de configurações xml)

O problema é ver que  o Z3 é de fato um servidor de aplicações escrito em
python, mas baseado nas mesmas idéias que conceberam os containers j2ee e
patterns já estabelecidos.

Será que o problema dos containers java é a linguagem java ou sua forma de
concepção?
Será que não estamos seguindo o mesmo caminho?
Será que o problema do Z2 era a ausência de um pattern ou a implementação do
mesmo utilizando um?
Será que a comunidade Zope e Plone começou a pensar como as demais
comunidades, só que escrevendo em python?

Enfim, o que me parece é que o Z3 vem dizer que a idéia contida nos
frameworks atuais de desenvolvimento web é boa e bastava implementá-la em
python para que os problemas acabassem.
Será que os pythoneiros não poderiam ter feito melhor?
Ou na verdade temos os mesmos pensadores de outras plataformas que escrevem
código em python?
A grande coisa do Z2 é que não havia nada equivalente ou parecido.
Enfim, a inovação não estava na implementação do código, no padrão de
codificação usado ou na linguagem e sim na idéia.
O Z3 é muito parecido com containers j2ee e frameworks web como springs,
struts, especifcações java ou .net e outras idéias baseadas em componentes.

Acho que trouxeram modelos de outras tecnologias para o PZP.

Como mostrado no meu e-mail, tenho mais dúvidas que respostas.
Mas isso é filosofia.
Concretamente, sei que é possível migramos e nos "adapter"mos ao novo
modelo.
A grande discussão que quero levantar juntamente com Jean, Loreto e muitos
outros é o pensamento crítico. Por quê mudar? Pra quê mudar? Quem ganha com
isso? Quais os interesses por trás da mudança?
Quais outros caminhos?
Pois foi esse pensamento, não apenas tecnológico, que nos levou a escolher o
Software Livre, o Python, o Zope, o Plone,  a comunidade  e a colaboração
em nossas soluções.


Abraços.



Em 06/11/07, Luciano Ramalho <[EMAIL PROTECTED]> escreveu:
>
>   Jean, Loreto e Wilton,
>
> Não vocês não são os três cavaleiros do apocalipse. Eu respeito muito
> vocês mas apenas não resisti na hora de dar título a esta thread (na
> bíblia são quatro cavaleiros, outra liberdade poética que eu tomei).
>
> Realmente o Zope 3 entrou por um desvio e deixou boa parte do
> público-alvo do Zope 2 para trás. O Grok é a primeira tentativa séria
> de resolver isso, mas como ainda está em construção, não pode ser
> chamado de "amigável" neste momento. Mas acredito que será, em alguns
> meses.
>
> O Plone 3 é outra mudança radical. Porém de certa forma isso já havia
> acontecido antes na plataforma Zope, com o surgimento do CMF que
> introduziu novos conceitos e novas maneiras de trabalhar. Sei que o
> Jean, o Loreto (e todo mundo da velha X3NG) foram pioneiros no uso do
> CMF no Brasil. E foi o CMF que deu origem ao Plone, sem o qual o Zope
> seria insignificante. Quem abraçou as mudanças radicais do CMF
> primeiro se deu bem. Quem resistiu...
>
> Agora é hora de abraçar as mudanças do Plone 3. Não dá para reclamar
> de falta de documentação. O Plone.org nunca esteve tão organizado em
> toda a sua existência, e existem dois livros publicados e *atuais*: o
> Professional Plone Development do Martin Aspeli e o Web Component
> Development with Zope 3 do Philipp von Weitershousen (2a edição).
>
> Sim, o Plone 3 e o Zope 3 trazem muitas coisas novas, desde a nova
> arquitetura de componentes até novas ferramentas e infra-estrutura.
> Uma enxurrada de palavras como eggs, buildout, doctests, paster,
> adapter, viewlet etc sinalizam estas mudanças. Muitas dessas novidades
> são sinal da aproximação do Zope ao resto do mundo Python, o que é uma
> excelente notícia. Há anos eu venho falando que gosto muito do Zope
> mas minha paixão mesmo é Python, e a explosão do Zope em milhões de
> eggs a melhor forma de voltar às origens.
>
> Como toda mudança, esta virá acompanhada de algum sofrimento. Alguns
> de vocês sabem que em 2006 eu tive uma crise com o Plone. Não foi à
> toa que a caminho da PloneConf 2006 eu parei na RubyConf 2006. Passou,
> passou.
>
> Eu realmente acredito que o Zope 3 vai trazer mais sanidade ao mundo
> Plone, e o Grok vai trazer mais simplicidade ao mundo Zope 3. E estas
> são ótimas notícias. É como vêm dizendo alguns dos nossos gurus: o
> pior já passou.
>
> Agora é encomendar os livros, estudar e mandar perguntas para os gurus
> dessa lista. Vamos juntos decifrar esses bichos, pessoal!
>
> [ ]s
> Luciano
>  
>



-- 
Cordialmente,
Wilton Souza Alencar
www.tom.pro.br

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