Muito bem colocado Alexandre,  não nos cabe discutir os senões do Correio ou 
qualquer outra organização publica ou privada, temos trabalhar o OSM dentro da 
lei.

 

Também acho que ter o CEP a possibilidade de usar o DNE no inico é útil e 
qualquer retrabalho num futuro próximo ou não para esse processamento é um 
problema, de tempo, custo, maquina e por ai afora, mas é nossa realidade.

 

Abraços

___________________________

Reinaldo Neves

Equação Informática

(11) 3221-3722

 

 

De: Alexandre Magno Brito de Medeiros [mailto:alexandre....@gmail.com] 
Enviada em: segunda-feira, 8 de junho de 2015 19:10
Para: OpenStreetMap no Brasil
Assunto: [Talk-br] A boa vontade embutida no OpenStreetMap não pode tudo

 

Era: "Re: [Talk-br] Digest Talk-br, volume 81, assunto 7"

Olá a todos!

 

Meus comentários sobre alguns pontos trazidos pelo Ivaldo Nunes.

 

Toda a base de dados do DNE está disponível no busca CEP dos correios: 
http://www.bucacep.correios.com.br, onde é disponibilizado várias formas de 
consultas. Nisso a informação é publica, sem restrições de acesso.Não é muito 
complicado extrair relatórios lá, por bairros - por exemplo - enviar para o 
excel e depois csv, etc... Agora, as funcionalidades do sistema realmente são 
restritas à empresa.

 

Pode não haver restrição de acesso, mas certamente há restrição de uso, 
implícita, para vários tipos de uso. Alguém se meta a fazer essa "exportação", 
usar o resultado a seu bel prazer, e vejamos quanto tempo demora para a empresa 
"buscar seus direitos" na Justiça!

Realmente a seria muito bom que os correios tornasse público a base de dados do 
DNE via gratuidade da licença do sistema, mas para quê serviria isso? Bom, 
talvez para alguém ter algum nicho de trabalho facilitado, [...]

 

Só a partir de uma coisa dessas é que o OpenStreetMap poderia licitamente 
importar aqueles dados. Não estou opinando se a coisa toda está moralmente 
certa ou moralmente errada. Só estou dizendo que hoje o OpenStreetMap não tem o 
apoio da lei, evidenciado e indiscutível, para fazer uso daqueles dados de CEP 
que são disponibilizados pelo site dos Correios.

Desse modo, não vejo o CEP como um problema, mas uma prioridade menos 
importante, não urgente, frente ao nosso mapa atual: milhares de cidades nem 
aparecem. 

 

Ter o CEP desde o início é uma questão estratégica. Alguns podem achar que é 
imprescindível, para se aproveitar um grande primeiro esforço de mapeamento, 
que será quase o único. Outros podem achar que CEP é algo que pode ficar pra 
depois, a ser importado com automatizações ou grandes facilitações obtidas por 
software. Eu penso que os dois estilos são importantes e não deveriam se 
excluir mutuamente, já que o contexto é o projeto OpenStreetMap movido por 
voluntarismo, e não um empreendimento corporativo originado por $$.

Alexandre Magno

 

 

Em 8 de junho de 2015 18:24, Ivaldo Nunes de Magalhães <ivald...@gmail.com> 
escreveu:

Pessoal, relativamente aos tópicos DNE, CEP, ECT, e CNEFE, gostaria de fazer 
alguns comentários pois recentemente estive envolvido com processos ligados aos 
mesmos, tendo trabalhando com o DNE e ainda sendo analista da ECT - correios, 
mas não falo em nome da mesma, mais sim por convicção própria.

 

1. ECT/Empresa Pública: realmente os correios são uma empresa publica, mas ela 
é uma empresa e não um órgão público (como um posto de saúde ou escola), 
fazendo parte da administração indireta. Nesse ponto, possui vários sistemas 
corporativos cuja utilização é restrita à empresa, no caso o DNE. Por exemplo: 
o BB - Banco do Brasil, também tem seus sistemas, entre eles o SISBB. É 
complicado para eles divulgarem sua base de dados ao público.

 

Toda a base de dados do DNE está disponível no busca CEP dos correios: 
http://www.bucacep.correios.com.br, onde é disponibilizado várias formas de 
consultas. Nisso a informação é publica, sem restrições de acesso.Não é muito 
complicado extrair relatórios lá, por bairros - por exemplo - enviar para o 
excel e depois csv, etc... Agora, as funcionalidades do sistema realmente são 
restritas à empresa.

 

2. Não existe, ainda, georreferenciamento no CEP, pois ele não identifica um 
ponto (identificação num mapa de um cruzamento de latitude com longitude), mas 
sim uma linha/logradouro, no caso de a cidade ter CEP por logradouros.

 

3. O CNEFE (Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos) é outro 
ponto que deve ser visto com ressalvas. Veja que o próprio nome fiz:... para 
Fins Estatísticos. O que significa isso? Não é oficial.

 

Explico: embora o IBGE seja um órgão público, e portanto oficial, não significa 
que os endereços do CNEFE sejam oficiais. A única entidade com poder sobre os 
endereços são as prefeituras municipais, e as respectivas câmaras de 
vereadores. Porque isso? Qualquer loteamento, condomínio, bairro ou logradouro 
(rua, avenidas, etc) para existir dependem de decreto ou lei municipal. Sem 
isso, oficialmente não existe e não é reconhecida pelos órgão públicos.

 

Muitos dos endereços do CNEFE são coletados dos moradores nos censos. Quando a 
rua existe (fisicamente) ou não é oficial, o morador diz ao IBGE que mora na 
rua A, quando na verdade o nome correto da rua seria (ou será) B.

 

Exemplifico melhor, na prática: em meados de 2014 tivemos uma demanda para 
cadastrar mais de 250 logradouros de Formosa/GO existentes no CNEFE, mas que 
não tinham CEP. A primeira etapa foi consultar o mapa local, oficial, mais 
atualizado. Resultado: encontramos apenas 5 endereços, cuja grafia no mapa (a 
principio estava incorreta). Depois foi feito trabalho de campo na cidade, 
consultando os entregadores (carteiros) e prefeitura. Ao final, dos mais de 250 
endereços, apenas 48 realmente existiam, sendo que mais de 25 estavam com nomes 
divergentes (prefeitura um, CNEFE outro).

 

Recentemente fim um mapeamento completo de uma cidade aqui do Mato Grosso do 
Sul, baseado no CNEFE e mapas do IBGE. Poucos dias depois obtive o mapa 
atualizado da prefeitura. Conclusão: mais de 85% dos endereços do CNEFE não 
existiam.

 

Não estou excluindo o CNEFE/Mapas IBGE como base, mas devem ser utilizadas se 
não existir nada oficial.

 

4. O que fazer então?

Realmente a seria muito bom que os correios tornasse público a base de dados do 
DNE via gratuidade da licença do sistema, mas para quê serviria isso? Bom, 
talvez para alguém ter algum nicho de trabalho facilitado, na validação de 
alguma coisa ou na inclusão dos CEPs de forma automática no OSM. Talvez algo 
mais. Sistemas são muito a minha área.

 

Vislumbro outras coisas mais úteis. O que?

O que é preciso para uma cidade ter CEP por logradouro?

Basicamente 3 coisas:

 - População = ou > que 50.000.

 - Mapa atualizado;

 - As informações do mapa (nome das ruas, bairros, limites) sejam oficiais 
(validados pela prefeitura).

 

Um exemplo

Minas Gerais tem mias de 30 cidades nessas condições, só falta o mapa. O que 
emperra o processo.

 

Entre 2013 e início de 2015 rodei bastante pelo DF e entorno. O DF está muito 
bem estruturado na atualização dos mapas, nas no entorno a situação é precária. 
Tem prefeitura que terceiriza os projetos de mapas por não ter pessoas 
capacitadas (sic) nessa área. Acredito que essa situação se repita pelo país.

 

Nesse ponto acredito que o OSM tem um papel fundamental: suprir essa lacuna de 
deficiência de pessoal capacitado, já que ("fazer mapas é fácil, basta querer") 
democratizou esse conhecimento com a disponibilização de suas ferramentas.

 

Desse modo, não vejo o CEP como um problema, mas uma prioridade menos 
importante, não urgente, frente ao nosso mapa atual: milhares de cidades nem 
aparecem. 

 

Outro ponto são as imagens muito desatualizadas do OSM. que dificulta o esforço 
criativo voluntário dos leigos, como eu.

 

Assim, acredito que o imediato seria focar em 2 frentes:

1- trabalhar fortemente com as prefeituras, no implemento das tecnologias do 
OSM para a produção de mapas inexistentes ou indisponíveis e atualização dos 
incompletos. Lembrando que a Terra é muito dinâmica, muda todo o dia. Por isso 
requer atualização constante.

 

2- implementação de imagens/camadas mais atualizadas no OSM. Talvez junto ao 
INPE, ou outra fonte. A imagem do google é muito superior à do OSM. Isso 
dificulta.

 

Para finalizar, a ECT pensa (ou já trabalha) com o OSM nas cidades com carência 
de mapa. A lógica é: pôxa, 70% do mapa da cidade está no OSM. Vamos incluir o 
resto e pedir que a prefeitura valide o mapa. Depois se importa para o QGis e 
pronto.

 

É isso, pessoal. A intenção foi colaborar de alguma forma e não se opor a 
ninguém. Abraços 




Ivaldo Nunes de Magalhães

E-mail: ivald...@gmail.com

Blog: makermaps.blogspot.com.br

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