Viva Marco,

a minha posição sobre a tua proposta é de discordância. Considero que a
metodologia atual serve bem a maioria dos casos e parece-me que introduzir
um critério sujeito a alguma subjectividade só iria trazer confusão.

Empiricamente eu diria que a verdade sobre a classificação das estradas
nacionais e das restantes está algures entre os dois exemplos extremos que
usaste. Daí, me parecer que método corrente serve.

Gostava que partilhasses connosco quais os países que usam os critérios que
propuseste - referes a condição física da via e, mais à frente, a
importância local da via.

Tanto quanto sei, considerar a condição da via acontece em alguns países
africanos cujas condições rodoviárias são substancialmente diferentes das
nossas.

Ainda assim, seria bom olhar para outros exemplos de classificação em
realidades semelhantes à nossa.

Um abraço,
Miguel (mirtilo).

No dia 4 de janeiro de 2015 às 21:48, Marcos Oliveira <
marcosoliveira.2...@gmail.com> escreveu:

> Olá a todos, queria-vos perguntar o que acham da seguinte proposta em que
> irei discutir uma maneira de uniformizar o modo como classificamos as
> nossas estradas.
>
> Procuro um modelo que é mais similar com o método de classificação de
> outros países em que regem pela condição física da via e não pela
> classificação oficial.
>
> Atualmente a maior parte das estradas mapeadas (com classificação) seguem
> a legislação oficial proposta pelo PRN 2000, resumindo (e tudo equiparado):
> [1]
>
>    - Autoestradas são *motorway*;
>    - Vias rápidas e itinerários principais (sem perfil de autoestrada)
>    são *trunk*;
>    - Estradas nacionais e itinerários complementares são *primary*;
>    - Estradas regionais são *secondary*;
>    - Estradas municipais são *tertiary*.
>
> Concordo que o método em uso é excelente, faz sentido e é organizado já
> que podemos usar a etiqueta *ref* para facilmente determinar a
> classificação, contudo existem várias situações onde simplesmente não
> resulta quando, por exemplo:
>
>    - A mesma classificação é atribuída a estradas onde a condição do
>    grupo varia muito;
>
> Num lado temos a EN 395 que é considerada como uma típica estrada nacional
> (relativamente reta com duas vias de transito para cada lado) [2]; já a EN
> 307 passa por desfiladeiros e precipícios perigosos em curvas apertadas e
> muitas vezes só um veículo pode atravessar. [3]
>
>    - O uso que se dá a uma estrada nem sempre está relacionado à sua
>    classificação.
>
> De certeza que, fora dos centros urbanos, já experienciaram atravessar por
> estradas que têm uma certa importância local apesar de carecer de
> classificação sendo geralmente apenas classificada como *residential* no
> *OSM*.
>
> Muitas vezes é porque a estrada em questão passa centralmente por lugares
> habitados e/ou é mais segura (larga, poucas curvas ou o piso tem maior
> qualidade) que as restantes na proximidade.
>
>
>
> Proponho então um modelo híbrido onde espero que resolva este tipo de
> situações e, ao mesmo tempo, que não seja totalmente subjectivo e que
> salvaguarda a categorização das estradas mais importantes.
>
> Em primeiro lugar vamos separar os itinerários principais e complementares
> da classificação das estradas. Eles são apenas isso, itinerários, pelo que
> não deviam influenciar o perfil da via a ser mapeada no OSM.
>
> Uma melhor maneira de os mapear seria por rotas através de uma relação com
> a etiqueta *route=road*.
>
> Agora, quanto à classificação das vias em si:
>
>    - *motorway* corresponde às autoestradas;
>
> As autoestradas continuam a ser classificadas segundo a sua classificação
> oficial que é confirmada pela presença do respetivo sinal na estrada. [4]
>
>    - *trunk* corresponde às vias rápidas e estradas com perfil similar a
>    autoestradas;
>
> Por "estradas com perfil similar" digo qualquer estrada que seja feita
> para ser percorrida a alta velocidade, que tenha vias separadas de trânsito
> e a proibição de certos tipo de transportes como por bicicleta ou por
> animais.
>
> De resto, a classificação é aplicada a todas as vias rápidas que tenham o
> devido sinal oficial a confirmar que são de facto uma "via reservada a
> automóveis e motociclos". [5]
>
>    - *primary* corresponde às estradas nacionais e regionais típicas
>    assim como às estradas que sejam as mais importantes dentro de um grande
>    centro urbano;
>
> Por "típicas" digo estradas que sejam relativamente seguras de andar e que
> tenham pelo menos uma vias de trânsito em cada sentido. As estradas que não
> cumprem este requisito serão secundárias ou terciárias, dependente do uso.
>
> Incluí também as estradas regionais porque, salvo raras exceções, estas
> eram no passado estradas nacionais. A única diferença entre elas reside no
> facto de que uma é gerida pela empresa Estradas de Portugal e a outra pelos
> municípios locais.
>
>    - *secondary* corresponde às estradas e caminhos municipais de alto
>    movimento assim como às estradas consideradas como importantes eixos de
>    ligação dentro de centros urbanos. Podem também ser estradas que fazem uma
>    ligação entre espaços urbanos que carecem de classificação oficial.
>
> As estradas e os caminhos municipais estão na categoria mais baixa da
> classificação oficial, não obstante continuam a ser importantes já que, em
> princípio, costumam fazem uma ligação entre centros urbanos ou entre
> estradas primárias.
>
>    - *tertiary* corresponde às restantes estradas e caminhos municipais
>    assim como às estradas que fazem ligação entre aldeias e lugares. Podem
>    também ser estradas em centros urbanos que são um pouco importantes mas não
>    são comparáveis a estradas secundárias.
>
> Há partes que podia ter elaborado mais mas não o fiz para não tornar o
> texto mais maçudo do que já é.
>
> Espero ter feito um texto fácil de se entender (o PRN 2000 sempre foi uma
> coisa complicada de se discutir), e com isto concluo a minha proposta.
>
> [1]
> http://www.estradasdeportugal.pt/index.php/en/areas-de-atuacao/prn/142-legislacao
> [2] http://binged.it/1w5olSH
> [3] http://binged.it/1AbvtTZ
> [4] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/File:Znak_D9.svg
> [5]
> http://wiki.openstreetmap.org/wiki/File:Portuguese_traffic_sign_via_rapida.JPG
> --
> Um Abraço,
> Marcos Oliveira
>
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