Olá,

Lá vem mensagem longa, mas tem muitos dados importantes aqui.

Aí vão algumas informações sobre a carga das urnas, inclusive uma prova de 
que é possível se votar nas urnas ANTES do dia da eleição e se criar 
DISQUETES COM DADOS FALSOS mas que seriam aceitos pelo sistema de totalização.

Aqui em Santos temos 3 Zonas Eleitorais e os Juizes de cada zona decidiram 
fazer o processo de carga da seguinte forma:
- dia 22/09 - foram gerados os flash-de-carga das urnas para as 3 zonas, no 
terminal da rede TSE de uma delas. Os fiscais dos partidos não foram 
avisados com antecedência. Me informaram que os flash cards (que, se 
duplicados, permitem uma série de fraudes) foram guardados "no cofre".
- dias 25 e 26/09 - foram carregadas as urnas e deixadas guardadas em sala 
do próprio cartório. Os partidos não foram avisados oficialmente da carga, 
embora um juiz tenha me dito informalmente que a carga já estava sendo feita.
- dia 27/09 - Os partidos foram chamados para a Cerimônia de Lacração e 
testes. Algumas urnas foram carregadas e uma foi testada.

A fiscalização correta da carga das urnas foi bastante dificultada por 
estes procedimentos seguidos em Santos.
Os fiscais tem direito a acompanharem TODO o procedimento de carga, desde a 
geração dos flash-de-carga até a lacração. Separar estes eventos ao longo 
de vários dias (com um fim de semana entre eles) fura toda a segurança.

A rigor, os flash-de-carga deveriam serem lacrados pelos fiscais antes de 
serem guardados no cofre.

Também, guardar as urnas já carregadas por dois dias sem lacrá-las 
contraria todas as regras de segurança. A idéia de lacrar as urnas é 
justamente para ser feita IMEDIATAMENTE após sua carga para evitar 
adulteração do seu conteúdo. Não adianta lacrar somente dois dias depois. 
Se fosse para os fiscais confiarem nos funcionários dos cartórios não 
precisaria lacrar  nada.

Por fim, fazer a carga simultânea em locais diferentes obriga  os partidos 
terem fiscais habilitados para cada ponto de carga, encarecendo muito o 
trabalho de fiscalização.

Em resumo, na minha avaliação, os procedimentos de carga das urnas aqui em 
Santos não foram adequados do ponto de vista da segurança, pois algumas 
fraudes podem ser feitas por quem tiver acesso aos flash-de-carga e as 
urnas antes da lacração.

Todos os delegados de partidos com quem conversei depositaram total 
confiança nos juizes eleitorais de Santos e não levantaram nenhuma susteita 
sobre a confiabilidade deles. Isto é muito bom, mas os procedimentos 
continuam inseguros assim mesmo.

Agora, vou descrever um caso muito interessante é o que ocorreu em Boa 
Vista, capital de Roraima.
Lá o juiz eleitoral também decidiu fazer a carga das urnas em três etapas 
(geração do flash card, carga e lacração) e também só convidou os partidos 
para assistirem a Lacração, mas os fiscais Roberto Dias (técnico em 
informática) e João Félix Santana (advogado) da coligação PTB/PMDB do 
candidato Otomar Pinto de Boa Vista, protestaram e conseguiram (visto ser 
um direito expresso em lei) que todo o processo de carga fosse refeito na 
presença dos fiscais.

Assim, foram GERADOS NOVAS FLASH-DE-CARGA e as urnas já preparadas foram 
carregadas novamente!
Obs. importante: o Programa Gerador de Mídia, do TSE, NÃO IMPEDIU a geração 
de flash de carga repetidos!

Durante esta nova carga das urnas foi decidido, por todos os presentes, 
fazer um outro teste não programado oficialmente. Este novo teste, que 
descrevo a seguir, prova a possibilidade de se votar na urna ANTES do dia 
da eleição, SEM SE RECORRER A NENHUM DISQUETE OU PROGRAMA ESPECIAL, ao 
contrário do que o TSE insiste em divulgar, produzindo um disco com um 
Boletim de Urna falso mas com dados legitimados pelo sistema criptográfico, 
que poderia ser trocado pelo disco real no momento da totalização.

O teste foi feito no dia 19/09 e foi autorizado pelo juiz eleitoral e 
assistido pelos fiscais das outras três coligações e pelo promotor público 
eleitoral.

No momento da carga da urna sob teste foi informada a data 01/10/2000 (dia 
da votação) e horas 7:15. A urna "pensando" que estava no dia da votação, 
emitiu a zerézima oficial às 7:30 h, passou a receber votos às 8:00 h, 
encerrou suas operações às 17 h e emitiu as BUs  impressas e gravadas em 
disco (devidamente assinadas digitalmente, critografadas e válidas).

Este material foi destruido depois do teste e a urna voltou a ser carregada 
com a data correta.

Este teste provou que a urna pode ser preparada (sem ordem judicial ou 
discos especiais de liberação) para votar antes do dia de carga oficial, 
gerar TODOS os documentos oficiais válidos e aceitos pelo sistema e depois 
serem recarregadas na frente dos fiscais.

Se os partidos não fizerem a apuração paralela completa, com as BUs 
impressas emitidas no dia da eleição (e, pela minha amostragem, quase 
ninguem fará especialmente nas grandes capitais), basta se trocar os discos 
(e demais documentos) durante o transporte deles para a Junta de Apuração. 
Esta fraude é mais ou menos similar ao que ocorria no sistema tradicional, 
com a troca de urnas durante o transporte delas!

Detalhe: Os programas originais contidos nas urnas NÃO foram modificados e 
qualquer verificação posterior de sua integridade aprovaria os programas!

Este ataque poderia ser desfechado por uma pessoa a quem fosse permitido o 
acesso às urnas durante uma noite antes da carga oficial delas. 
(previamente seriam gerados flash de carga duplicados). Depois teriam que 
trocar os disquetes/BUs no transporte deles para a Junta eleitoral e contar 
com a falta de fiscalização (totalização paralela) dos partidos.

Mas o importante deste teste efetuado em Boa Vista é que mostra que o 
sistema NÃO É IMUNE A ATAQUES regionais de baixa tecnologia, contrariando 
tudo que o TSE tem divulgado até hoje.

Tem um outro lado curioso neste teste de Boa Vista:  ele permite se testar 
a urna como se estivesse no dia da votação e verificar se o programa não 
desvia votos, SEM SE INSERIR NENHUM DISCO ESPECIAL. É exatamente o teste 
que o PT queria que fosse feito e o TSE rejeitou!

Certamente é um teste melhor que o atual onde a urna recebe um disco 
especial de teste, mas o TSE não divulga esta possibilidade, por que?
Será que é por que está técnica facilita e permite a fraude regional?

[ ]s
     Eng.  Amilcar Brunazo Filho
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     Conheca as falhas de seguranca da Urna Eletronica
                http://www.votoseguro.org
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Conheca o Movimento em Defesa da Lingua Portuguesa
             http://www.novomilenio.inf.br/idioma
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       http://www.votoseguro.org
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