Vejam abaixo a noticia que saiu hoje no Estado de São Paulo.
Trata de um ex-funcionário da Procomp que conhecia o sistema de maquinas
dispensadoras de dinheiro desenvolveu uma maneira toda nova de sacar
dinheiro de caixas eletrônicos.
É o "velho e clássico" caso de funcionário que tem conhecimento interno
PARCIAL do sistema e que desenvolve uma nova forma de ataque totalmente
inesperada pelos projetistas do sistema.
Como todos sabemos a Procomp é a empresa que faz nossas urnas eletrônicas,
as quais o TSE não permite que sejam auditadas pois, segundo seus técnicos,
todos os participantes são honestos e não há perigo de fraude.
Alias, esta era a opinião do jornalista Eduardo Nunomura da Veja (hoje ele
está no Estadão também) que alegava que o urna eletronica era muito segura
por que ele conhecia gente da Procomp, que "eram gente muito séria".
Eu tentei explicar ao Nunomura que não basta algumas pessoas serem sérias.
O ataque pode partir de qualquer outro ponto inesperado.
O Sr. Marcos Lallo, gerente da Procomp, ligado ao projeto da UE, disse
certa vez (em 1998) que desviar votos na UE era tão impossível quanto
retirar dinheiro de contas bancárias!
Pois ele acaba de morrer como um peixe... pela própria boca!
A Procomp, como empresa, não poderia a princípio ser considerada culpada se
um ex-funcionário seu resolveu fraudar um sistema por ela fabricado. Mas,
se a Procomp não pode garantir que um funcionario seu não vá atacar com
sucesso o seu equipamento bancário, como pode garantir que seu equipamento
eleitoral também não pode ser atacado por alguem de lá de dentro que
conheça alguns detalhes do sistema?
Este evento mostra que a honestidade da nossa inauditável Urna Eletrônica,
que é exclusivamente baseada na confiança dos participantes do sistema, é
extremamente precária.
Vejam a noticia aí em baixo
[ ]s
Amilcar
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Texto original em:
http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2001/02/14/cid058.html
O Estado de Sao Paulo
Quarta-feira, 14 de fevereiro de 2001
Hackers são presos roubando caixa eletrônico
Dupla usava computador portátil e chegou a levar R$ 15 mil de uma
só vez
RENATO LOMBARDI
Um novo golpe com a utilização da informática vinha sendo
aplicado nos caixas eletrônicos do Banco Sudameris pelos técnicos em
computação e hackers Denis Antonio Ribeiro, de 25 anos, e Rodolfo Weber
Carvalho Trindade, de 28.
Utilizando dois computadores portáteis que eram acoplados a
uma entrada do caixa com um programa desenvolvido, eles acionavam o
dispositivo de expedição das cédulas e provocavam a saída de todas as notas.
De uma agência do bairro da Pompéia, na zona oeste, na semana
passada, os dois hackers sacaram R$ 15 mil na mesma noite. O delegado Ruy
Ferraz Fontes, da Delegacia de Roubo a Bancos, informou que Ribeiro
trabalhou na empresa Procomp, que presta serviços aos caixas eletrônicos e
seria o responsável pelo desenvolvimento de um sistema de saque.
Durante muito tempo foi o responsável pela manutenção das
máquinas. "Ele sabe tudo sobre os caixas", explicou Fontes. Os saques
vinham sendo realizados havia 60 dias. Segundo Fontes, o banco montou um
esquema para pegar em flagrante os ladrões que agiam durante a noite e
madrugada. Como disfarces os dois usavam uma toalha e uma peruca.
Equipes volantes da empresa de segurança Pires, contratada
pelo banco para participar do esquema de buscas, ficaram nas imediações dos
caixas do Sudameris, nos diversos pontos da capital, à espera de uma
comunicação do posto central do banco. No começo da madrugada, o sistema de
alarme silencioso tocou no caixa da Rua Três Rios, no Bom Retiro. Em poucos
minutos quatro seguranças chegaram e viram Ribeiro e Trindade saindo do
caixa e caminhando na direção de um Fiat Marea. Eles não souberam explicar
o que faziam com os notebook e com a peruca.
As Polícias Civil e Militar foram chamadas. Havia a suspeita
de que uma terceira pessoa teria fugido a pé. Os policiais percorreram o
bairro sem sucesso. Os investigadores do Grupo Armado de Repressão à Roubos
e Assaltos (Garra), da Polícia Civil, disseram que no Departamento de
Investigações Sobre Crimes Patrimoniais (Depatri) os dois confessaram que
tinham tentado entrar no sistema do banco e, como não conseguiram,
decidiram sair.
Criativos - O delegado Fontes, acostumado a prender ladrões de
bancos, adiantou ser uma nova modalidade de golpe. "A criatividade do
bandido é grande e para mim foi surpresa a maneira como agiam." Não quis
dar detalhes de como o golpe era aplicado. "Se contar, amanhã um monte de
gente vai tentar imitar." Ele relatou que os responsáveis pela segurança do
banco ficaram surpresos pela maneira como os saques eram realizados. Não
havia registro do cartão magnético de nenhum cliente.
Trindade e Ribeiro orientados por seu advogado não quiseram
falar alegando que o farão somente na Justiça. Foram autuados em flagrante.
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fim da noticia
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