Domingo, 22 de abril de 2001 - 14h18

Agencia Estado
Deputado baiano quer checar urna eletrônica

Salvador - A descoberta da fraude no painel de votação do Senado pode abrir 
caminho para uma ampla reforma no sistema de voto eletrônico utilizado há 
algumas eleições no Brasil. Pelo menos é o que quer o deputado João Almeida 
(PSDB-BA), que deverá ser o relator da Comissão de Reforma Política da 
Câmara, com previsão de ser instalada ainda em abril para discutir a 
legislação eleitoral do próximo ano. "Precisamos aproveitar o know-how 
demostrado pelos técnicos na Unicamp, que desvendaram a fraude no painel do 
Senado, e realizar uma checagem geral no sistema do voto eletrônico 
brasileiro que tem recebido várias críticas por falhas ocorridas na última 
eleição", disse Almeida.
Ele lembrou o caso dos votos sumidos de um vereador de Eunápolis (BA), 
lacres rompidos e outros problemas minimizados pela Justiça Eleitoral. "O 
problema é que o Tribunal Superior Eleitoral é apaixonado por essa 
´maravilha´, como consideram a urna eletrônica, e se recusa a discutir o 
assunto", disse, afirmando que caberá ao Congresso resolver o assunto para 
que as fraudes não continuem ocorrendo.
Almeida também foi o relator da Comissão da Câmara que definiu as regras da 
primeira eleição quando foi utilizada a urna eletrônica. "Inicialmente as 
urnas imprimiam uma cópia do voto para o eleitor conferir, mas a pretexto 
de um suposto ´aperfeiçoamento´ do sistema essa cópia foi eliminada, apesar 
dos protestos de vários parlamentares".
Opositor do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) na Bahia, Almeida 
manifesta particular preocupação com as eleições no Estado. "Pensávamos que 
ACM, velho fraudador de eleições na Bahia, estava curado depois que foi 
presidir o Senado. Mas, como ele ousou violar o painel eletrônico da Casa, 
imagine o que essa fera solta não poderá fazer por aqui, ainda mais com a 
influência que exerce sobre o Tribunal Regional Eleitoral".
Para Almeida a grande vantagem de se começar a discutir a legislação para a 
próxima eleição a partir de agora é o longo período de tempo que os 
parlamentares terão até o próximo pleito. "Com essa auditoria no sistema de 
votação eletrônica será possível fazer um perfil completo sobre o 
funcionamento da urna e eliminar as possíveis brechas que permitem 
fraudes", disse. A fidelidade partidária, as coligações, o financiamento 
das campanhas e a divisão de tempo da propaganda eleitoral devem ser outros 
temas para a futura Comissão de Reforma Política.

Biaggio Talento

http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2001/abr/22/89.htm

PAULO GUSTAVO SAMPAIO ANDRADE
Teresina - Piaui
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