"Desmonte do Estado, desnacionalização, corrupção e desemprego"

*Durval de Andrade Nery

"CPI para apurar o roubo e punir os responsáveis pelo descalabro"

"Que os corruptos e vendilhões da Pátria paguem pelos seus crimes"

Defendendo a CPI da Corrupção como "impostergável" e um primeiro passo até que "diante de um Grande Tribunal, os corruptos e vendilhões da Pátria paguem pelos seus crimes", o general de Brigada Durval Antunes Machado Pereira de Andrade Nery, presidente do Movimento Soberania e Auto-Estima, denuncia "a chantagem e a compra de votos pelo governo" para impedir a apuração, "com isenção, de todo o processo de corrupção que destrói e envergonha o país". Em entrevista ao jornalista Antônio Lessa, do Jornal da Imprensa, de Goiânia - da qual o HP reproduz os principais trechos - o general alerta que as manobras de Fernando Henrique para manter-se no poder, visam "destruir, alienando a baixos preços, por imposição do poder econômico internacional, os ativos da infra-estrutura do país, indispensáveis ao seu desenvolvimento econômico". "É hora de reagir", sublinhou

Desmonte do Estado, desnacionalização da indústria, do comércio e dos serviços essenciais, corrupção, violência, desemprego, crise na saúde e na educação. Já não há como esconder: a crise está nas ruas. Nada se investe, nada se realiza, não se tem notícia de nenhuma obra de vulto; nenhum setor, à exceção do financeiro, merece prioridade de fato, e até as Forças Armadas, únicas Instituições Nacionais Permanentes a merecerem este tratamento em todas as Constituições, são desdenhadas e desrespeitadas por crônica carência de recursos. É a hora de reagir e iniciar a grande obra de reconstrução do país", conclamou o general de Brigada Durval Antunes Machado Pereira de Andrade Nery, presidente do Movimento Soberania e Auto-Estima.

Destacando a importância da Comissão Parlamentar de Inquérito da Corrupção, "para apurar o roubo do dinheiro público e apontar os responsáveis por esse descalabro político", o general frisou que sua instalação é "impostergável" e que representa um primeiro passo até que "diante de um Grande Tribunal, os corruptos e vendilhões da Pátria paguem pelos seus crimes".

COMPRA DE VOTOS

Segundo Durval Nery, não é à toa que o governo Fernando Henrique tentou impedir com todas as suas forças, "chantageando e comprando votos, a criação de CPIs que poderiam apurar, com isenção, todo o processo de corrupção que destrói e envergonha o país".

De acordo com o general, a "política oficial sistematicamente atrelada ao FMI" tem "contribuído largamente para o incremento da desnacionalização e o domínio das multinacionais". "Esse modelo tem que ser identificado e reconhecido como responsável pelo estado quase terminal do nosso país. Daí a urgência de agir. Recomeçar e apreciar as coisas por seu mérito, por aquilo que produzem para o bem-estar individual e social. Sair inteiramente do modelo atual, buscando um modelo que priorize o social", afirmou, condenando a submissão do governo ao receituário da "globalização".

"Considerando o potencial brasileiro, sua dimensão geográfica e econômica, sua posição geopolítica e estratégica no continente, podemos dizer que o Brasil é o único e possível rival à influência hegemônica dos EUA no hemisfério sul. O Brasil pode vir a competir, política e economicamente com os EUA, desde que bem conduzido", ressaltou o general, denunciando o servilismo do governo atual.

NEOCOLONIALISMO

Para perpetuar essa "dominação explícita", alertou Durval Nery, os Estados Unidos buscam "manter a influência sobre a doutrina e o equipamento militar brasileiro, reduzir os efetivos das nossas Forças Armadas, eliminar e não permitir o surgimento de uma indústria bélica brasileira de nível competitivo, evitar que o Brasil adquira tecnologia espacial e de armas modernas - particularmente de veículos lançadores de satélites e mísseis -, apoiar governos brasileiros que sejam submissos às iniciativas políticas americanas no hemisfério e evitar a articulação brasileira com outros países, que possa pôr em risco a hegemonia e a capacidade de negociação americana". "É uma tremenda ingenuidade pensar que o final da Guerra Fria abriu as perspectivas de um paraíso para a Humanidade", advertiu, ressaltando que "a subdivisão do Brasil já começa a ser defendida em academias americanas, como Harvard", onde há gente que defende "a tese de desmembramento dos países gigantes e fim da soberania nacional".

AMAZÔNIA

"Como a Amazônia brasileira constitui 56,4% do território nacional, ao dividi-la, o Brasil estará totalmente desmembrado", alerta o general, frisando que "a presença militar norte-americana em bases situadas em países limítrofes com o Brasil é um fato". Recentemente, informou, o governo argentino "ofereceu aos EUA uma área de 10 mil hectares de seu território, próximo à fronteira com o Brasil, com pistas de pouso para aviões e campos de treinamento dentro de uma área de selva. É oportuno lembrar que, partindo dessa base, é possível atingir, em missão de ataque, os centros do poder brasileiro - São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro - como resposta a qualquer tentativa do Brasil de sua integridade territorial". "O povo brasileiro precisa saber que essa nova forma de ocupação militar, tanto pode ser propicia a uma ação armada, a qualquer momento, quanto um obstáculo à ação do Brasil em represália ou de defesa da sua soberania", destacou o líder militar, o que reforça a necessidade de investimento na defesa. "Como garantir a soberania nacional com as Forças Armadas sendo submetidas a um processo de carência de meios que determina a obsolescência e o sucateamento do seu material, além da intenção preconcebida de proletarização e fracionamento dos níveis hierárquicos?", questionou.

SOBERANIA

Conforme o general, "ao contrário dos tempos em que o país tomava cuidados especiais com a preservação da soberania nacional sobre a Amazônia, hoje é o próprio governo brasileiro que abre a região à cobiça mundial, permitindo o ingresso, ali, de interesses espúrios que podem servir de pretexto a uma eventual intervenção naquela região brasileira".

Contribuindo para a fragmentação nacional, ressaltou o general, está uma política lesiva, que "aumenta as desigualdades econômicas e sociais, a teoria da Soberania Relativa, o aumento das tensões internas, a administração compartilhada da Amazônia, o estímulo aos movimentos separatistas, a biopirataria, o grande número de Organizações não Governamentais (ONGs) suspeitas, agindo com grande desenvoltura no território brasileiro, sem controle nem fiscalização das autoridades governamentais, a presença maciça de ‘missionários’ estrangeiros e a população rarefeita da Amazônia, o processo de desnacionalização das riquezas minerais e da nossa geração de energia brasileiras". "A quebra do monopólio estatal de telecomunicações permitiu a privatização do sistema Telebrás, em processo marcado por escândalos, como o do ‘grampo’, com interferência pessoal do presidente da República, do ministro das Telecomunicações e do presidente do BNDES. A quebra da reserva de mercado para as empresas nacionais, na navegação de cabotagem, contribuiu para o aniquilamento da indústria naval brasileira, que já foi a 2ª maior construtora de navios do mundo, hoje sucateada, com diminuição das cargas contratadas para navios de bandeira nacional e desemprego de 50 mil metalúrgicos, além do déficit crescente na balança de serviços, onde os fretes já representam uma sangria da ordem de 6 a 7 bilhões de dólares por ano".

ALCÂNTARA

"No dia 18 de abril de 2000, o governo firmou um acordo de cessão do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, no qual estão inseridas cláusulas inadmissíveis de entrega ao governo dos EUA de poderes que ferem frontalmente a nossa soberania. No dia 15 de abril deste ano, o governo apresentou o Programa Brasileiro de Florestas ao respectivo Comitê das Nações Unidas. O cumprimento desse programa implica a criação do "Regime de Concessão de Floresta", onde serão atingidos 50 milhões de hectares a serem explorados por madeireiras internacionais que já devastaram, entre outros países, as florestas da Indonésia. É preciso que o Congresso impeça a execução dessas duas decisões lesivas à manutenção dos nossos Objetivos Nacionais Permanentes. Os militares não podem deixar que a Nação seja destruída", enfatizou o general Durval Nery.

 

* O autor da entrevista é General de Brigada da reserva

Jornal Hora do Povo -<www.horadopovo.com.br>

Leamartine Pinheiro de Souza
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