Lendo a noticia  abaixo me ocorreu  o seguinte: 1) É por isso que o PT 
nao se manifesta contra as urnas?  2) A jogada dos caras é deixar  o 
Lula ganhar  e   desestabiliza-lo  elegendo,  via  "urnas"  amestradas  
um congresso  deles?  Resumindo: tá  complicado...



FHC sinaliza a Lula que, sem Serra, vai apoiá-lo.
 
ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
25/07/2002 - 03h02 
 
O presidente Fernando Henrique Cardoso mandou um mensageiro petista com 
um recado claro e direto para Luiz Inácio Lula da Silva: se der Lula e 
Ciro Gomes (PPS) no segundo turno, ele não vai apenas apoiar, mas 
também trabalhar para a vitória do petista.
 
"E não sou só eu. O Serra [José] também", acrescentou FHC no recado que 
o emissário transmitiu para Lula pessoalmente anteontem, quando o 
candidato do PT lançou seu programa de governo no Congresso, em 
Brasília.
 
O intermediário, que conversou longamente com FHC na semana passada, 
disse para Lula que o presidente usara um tom amistoso: "Quero ajudar, 
mas é o Lula quem vai me dizer como e até onde eu ajudo ou atrapalho". 
O presidente queria dizer que sabe muito bem das reações negativas que 
setores do PT podem ter contra uma aproximação Lula-FHC e que o limite 
de sua atuação depende da vontade de Lula.
 
Lula já tinha sido informado da simpatia de FHC por sua candidatura 
alguns meses atrás. FHC disse numa conversa com o presidente da 
Venezuela, Hugo Chávez, que Lula era uma alternativa muito melhor do 
que "certas forças retrógradas". Na época, Roseana Sarney (PFL-MA) 
estava forte nas pesquisas. O próprio Chávez relatou pessoalmente a 
conversa a Lula, em Caracas.
 
A diferença, agora, é que se trata mais do que mera manifestação de 
simpatia e passa a ser de voto. FHC praticamente formalizou junto a 
Lula e ao PT qual será sua atuação num segundo turno sem Serra. Isso, 
dias depois de o presidente do PT, José Dirceu, anunciar publicamente 
que telefonara para FHC para falar de sua visita a centros financeiros 
nos EUA.
 
Superavalista Em contrapartida, o PT já começou a considerar a hipótese 
de transformar FHC numa espécie de superavalista de um eventual governo 
Lula. Um avalista tanto para as elites internas, que mantêm certa 
desconfiança em relação ao PT, e para os setores internacionais, 
que "compram" e reproduzem essa desconfiança.
 
Na conversa, FHC fez questão de dizer que não havia "jogado a toalha": 
considerava Serra no jogo, apesar de o tucano estar em terceiro lugar 
nas pesquisas. Disse que estava trabalhando ativamente por Serra, mas 
que o melhor que podia fazer era incrementar uma "agenda positiva" de 
tudo o que o governo fez de bom. Por isso FHC está participando de 
solenidades praticamente todos os dias, gerando reportagens na TV.
 
O presidente explicou, porém, que não poderia atuar na campanha com uma 
única hipótese (a da vitória de Serra) e que estava muito preocupado 
com o crescimento de Ciro nas últimas pesquisas. 
 
"Pior opção"
 
Conforme disse FHC ao emissário que enviou a Lula, ele acha que Ciro "é 
a pior opção" e manifestou sérias restrições a ele, tanto do ponto de 
vista pessoal ("de caráter") quanto do ponto de vista político ("é a 
volta das oligarquias"). 
 
FHC historiou suas desavenças com Ciro e falou várias vezes que ele 
seria "um perigo", "um risco" e que Lula seria "muito melhor para o 
país". Frisou que não falava sozinho, pois era essa a sensação no PSDB, 
compartilhada por Serra. Para FHC, "Ciro tem todas os defeitos de Serra 
e nenhuma das qualidades". Explicou que Ciro é arrogante e prepotente, 
mas não tem o brilho intelectual, a disciplina, o conhecimento da 
máquina e uma equipe azeitada como Serra.
 
Além disso, o arcabouço político da candidatura Ciro é considerado como 
a volta das oligarquias que vinham sendo expurgadas da vida nacional. 
Citou Antonio Carlos Magalhães (PFL), que FHC hoje considera um de seus 
piores inimigos: "Olha só em volta e veja quem mais está com ele" 
_referindo-se a Leonel Brizola (PDT) e a José Carlos Martinez (PTB). 
 
A conversa de FHC com o emissário petista foi no Alvorada. Nela, FHC 
criticou também as idéias econômicas de Ciro como "sem sentido, uma 
loucura completa".
 
As desavenças entre FHC e Ciro têm mais de uma versão. A de Ciro é que 
ele "abriu a alma" e confidenciou para FHC que estava apaixonado pela 
atriz Patrícia Pillar, ainda no início do romance, e que logo nos dias 
seguintes a história vazou para os jornais. Ele atribui o vazamento a 
FHC. Diz que FHC fez "apelos desesperados" para que ele o substituísse 
na Fazenda, mas depois alardeou versões dizendo que não queria que ele 
fosse e falando mal dele.
 
Na conversa, FHC jurou que não foi ele quem vazou o romance e disse que 
não queria Ciro na Fazenda e que o convidou em nome de Itamar. Segundo 
FHC, Ciro o atacou virulentamente pela imprensa várias vezes. Quando se 
encontraram para lavar roupa suja, por intermédio de Tasso Jereissati, 
Ciro pediu desculpas e ambos prometeram não se agredir publicamente. 
Segundo FHC, logo depois voltaram os ataques, e o rompimento foi 
definitivo.






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