Concordo com o teor do artigo do Renato Martini e do Israel Bayama e quero destacar três pontos, comuns a vários textos e autores nessa lista:
 
1) Existe o PT que pensa e existe o PT que manda, faz e pode.
     O modelo é igual ao de nossa sociedade, onde existimos os que pensamos e existem os que mandam, podem e fazem.
     Interessante notar que tanto lá, como cá, basta um dos que têm poder desejar mandar ou desejar fazer alguma coisa, para que todos os demais possam só... pensar ! 
     Vide episódio do Senado...
 
     Ao fim e ao cabo, valerão, lá e cá, apenas as posições daquele que manda.
     O resto de nós, consumiu tempo e energia, mais nada.
     Debatemo-nos contra o vento, ou a favor... isso pouco importa para os fatos reais.
     Não é o que vemos em nosso País ?
     A despeito do que falamos, de quem fala ou do quanto falamos "eles", que mandam, fazem o que querem e não estão a mais obrigados.
     Sinto-me, quixotescamente, brigando contra moinhos de vento.
 
2) No artigo, o perfeito "um" que falta, significa "toda a fraude possível".
    Igualzinho dizer, como nos disse o relatório da UNICAMP:
    A urna é segura, mas...  pode ser melhorada em "apenas" nove pontos...
    É muito difícil fraudar a urna.  Lê-se claramente, pois, que ela "pode ser fraudada"...
    E nem importa como.
    Existe meio-grávida ? Ou quiçá 90% de grávida ?
    Aqui explode o efeito acima citado, os "atos pensantes" contra os "fatos mandantes".
    Valem sempre os fatos mandantes.
 
3) No artigo, a menção do ponto nevrálgico: necessidade imperiosa de transparência.
 
     Péra aí !
     Por acaso, já tucanaram o nosso direito ao voto, constitucional e soberano ?
 
     Isso não é uma necessidade imperiosa !   É nosso DIREITO !
     É ponto nevrálgico, mas não é simplesmente problema ou necessidade!
     É DIREITO, GARANTIDO PELA CONSTITUIÇÃO !
     A quem podemos recorrer para fazermos valer esse nosso DIREITO ?
     Recuso-me a pedir aos mandantes, e por favor, aquilo que me é de DIREITO.
     Entendo que devemos obrigá-los a fazer como manda a CONSTITUIÇÃO.
     Nada mais, nada menos.
     Obrigá-los a fazer sob vara...
 
     Aqui reside a diferença de tratamento entre os que acham isso apenas um problema e os que consideram isso como um direito fraudado.
     Ingenuamente, talvez, os primeiros entendem que colocando aos mandantes seus argumentos, todos corretos, lógicos, matemáticos, informáticos, precisos e perfeitos, irão forçá-los a mudar...
     Os últimos, entendemos que só recorrendo à Justiça alguma coisa vai mudar.
     Como faremos isso, recorrer à Justiça, com precisão e objetividade, não sei.
     Sou, apenas, engenheiro.
 
Abraços
Cordioli
 
 
 
----- Original Message -----
From: "Osvaldo Maneschy" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Voto Eletronico" <[EMAIL PROTECTED]>
Cc: "Cid Benjamin (JB)" <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Thursday, August 01, 2002 12:08 PM
Subject: [VotoEletronico] O PT que pensa

Renato Martini e Israel Bayama são técnicos de informática competentes
ligados ao PT. E tão críticos da urna eletronica quanto o Evandro
Teixeira, o Amilcar, o Benjamin, o Chadel, o Pedro Rezende e tantos
outros 'cobras' de informática que temos aqui na lista do Voto
Eletronico./// E o Brizola. //// Acho importantissima a leitura deste
artigo publicado hoje no 'Jornal do Commercio' do Rio de Janeiro porque
tanto o Martini quanto o Bayama - ao contrário da dupla Casagrande e
Obino (técnicos que assessoram a cúpula do PT) - analisam corretamente a
questão da insegurança da 'urna' eletronica. Não fazem o suspeito
'caramuru' para o TSE que Casagrande e Obino - e mais o meu amigo Cid
Benjamin, editor de política do 'Jornal do Brasil' - fazem. Espero que a
cúpula do PT nacional caia na real e ouça o que Martini e Bayama falam
neste artigo. Colocando Casagrande e Obino no lugar de onde nunca
deveriam ter saído  - longe do TSE e perto da verdade. Boa leitura.

Segurança, Bits & Cia.

O "um" que falta...

Renato Martini
Diretor administrativo do Cipsga/RJ
Israel Bayma
Diretor institucional do Cipsga/RJ

A grande mídia tem um bom conceito sobre a segurança das
urnas eletrônicas brasileiras - o que reflete em geral o
senso comum sobre o tema. Mas esse senso comum não é
sacrossanto em matérias técnicas. Talvez algumas reportagens
façam uma avaliação positiva e atribuam "notas" às UEs. Por
exemplo, nota nove?
Ressalvando-se o fato de serem apenas reportagens para o
grande público, e não um debate de cunho acadêmico, essa nota
em função de qualquer avaliação seria curiosíssima. Pois fica
faltando um "um" na urna. Talvez não um "um" na base decimal
que merecesse mais ou menos que a nota nove. Quem sabe um
"um" binário, que dependendo da posição na "palavra", pode
assumir valores maiores ou menores. Afinal, um sistema de
votação e apuração "nota dez" seria um sistema 100% seguro.
Existem sistemas digitais absolutamente seguros? Não.
Não encontramos sequer um administrador de sistemas que
conheça um dispositivo digital - em rede ou isolado -
absolutamente seguro. Todavia, parece que nosso tribunal, que
preside um processo eleitoral dessa envergadura, encomendou o
estudo da brilhante equipe da Unicamp com esse propósito. Ter
um documento que pudesse dar nota dez às nossas máquinas de
votar.
Atribuir notas dessa forma não possui sentido algum na
matéria segurança digital.
Claro que podemos pôr sistemas dentro de uma classificação,
mas somente a partir de critérios objetivos. Assim fez o
Departamento de Defesa dos EUA no famoso Orange Book Security
Criteria. Deve-se estabelecer critérios bem definidos e, se
um dado sistema enquadrar-se, pode então receber tal ou qual
classificação. Foi neste sentido também que Peter Neumann, da
SRI International, em 1993, rascunhou "critérios de
segurança" para a votação eletrônica.
Nos últimos pleitos eletrônicos, o TSE, que rege as eleições,
tem falhado ao optar por uma concepção baseada na "segurança
por obscurantismo". A nosso ver, uma posição equivocada que o
tribunal assume ao não revelar boa parte do código-fonte dos
programas usados na UE. A idéia é que, se não conhecemos o
código-fonte (aplicativos, bibliotecas), temos incremento da
segurança!
O ponto nevrálgico do problema aqui é a necessidade imperiosa
de transparência. Se o Brasil optou pela informatização
total, a UE brasileira é uma "máquina de apuração direta",
onde tudo é feito, os programas ali inseminados têm de ser
auditados e validados de forma rigorosa. Essa equação não é
compreendida tão-somente por especialistas. Expliquemos o
problema ao cidadão, e ele entenderá: "Ora, se nosso voto é
manejado apenas por softwares, e gravado em memórias
digitais, então...". Ensejamos aqui outro problema: o sistema
brasileiro não suporta a recontagem, pois não materializa o
voto. O extenso relatório "Voting Technology Project" do
MIT/Caltech sabiamente desaconselhou esse procedimento...
Em outros anos, vale lembrar, a maior parte dos programas
usados não foram conhecidos, e ainda assim alguns técnicos
deram seu aval. Nossa expectativa para os próximos dias 5 a 9
de agosto, quando o TSE mostrará "todos os programas de
computador que serão utilizados nas Eleições 2002", segundo
anuncia a Instrução Normativa 7, é grande. Sobretudo, que não
seja somente uma "cerimônia", uma mera formalidade, mas sim o
rigoroso exame da base sobre a qual são construídas nossas
UEs. Exame que deve ser assentado dentro dos princípios mais
universais da segurança digital.

e-mail:
[EMAIL PROTECTED]
[EMAIL PROTECTED]

Publicado originalmente no Jornal do Commercio, Rio de Janeiro
Seção Internet e Ci@.

http://www.jornaldocommercio.com.br/internet/mat-2.htm

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O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E

O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
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Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
       
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