Amilcar escreveu :
O técnico, de São Paulo, que iria construir o nosso simulador já teve
problemas com o TRE-SP por causa disso. Outro técnico (de outro estado),
que iria participar da confecção do software chegou a ser exonerado do seu
emprego por pressão do Corregedor do TRE do seu estado.
Isto tudo ANTES de iniciarmos a construção do equipamento.
Imagina a hora que pusessemos a mão na massa.
Nessa hora, Amilcar, teremos criado um problema com alcance planetário para "eles" e não para nós.
Se sairmos dessa meia-sombra de nossos próprios "achos", receios e temores, e juntos, a céu aberto e com repercussões judiciais, jornalísticas e tudo o mais que vier, vamos desmascará-los em três tempos. 
 
E o alarde na imprensa, não é o que queremos ?
Não podemos nos acovardar a ponto de sequer sairmos de nossos lugares.
 
Essa urna simulada, sem sombra de dúvidas, seria uma solução para o nosso caso.
Eles seriam, rápida e certamente, apanhados em suas falsas certezas e falsas verdades.
 
Quanto às tensões, claro, qualquer um que seja apanhado trapaceando cria tensões !
Mas elas se resolvem, quando estiverem à vista do público.
É uma pena omitirmo-nos, aceitando óbices vagabundos como verdades absolutas a serem obedecidas, sem questionamentos.
 
Estaremos errados, caro Amilcar, se deixarmos de provar um crime verdadeiro, mesmo que por conta de óbices legais.
Deveríamos, pelo menos, contestar primeiro os óbices e depois o crime, da mesma forma: legalmente.
Trazendo tudo isso a conhecimento do público brasileiro que, com toda certeza,   desconhece  também mais esses meandros fraudulentos.
Antepor um óbice legal ao outro óbice legal que acoberta um crime, esse é o rumo.
 
E fazer dessa luta contra óbices espúrios o ponto de partida da retomada da dignidade nacional.
Porque, do contrário, simuladores seremos nós...
 
Abraços
Cordioli
 
 
 
----- Original Message -----
From: "Amilcar Brunazo Filho" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Thursday, August 01, 2002 6:09 PM
Subject: [VotoEletronico] Simulador

Olá  Lut.

At 16:24 01/08/02 -0300, Lut wrote:
>  Já disse a
>outro colega da lista que ainda considero insuficiente o argumento: "...mas
>pode ser que..." "é possível que..." "se isso ou aquilo...". São hipóteses.
>Eu gostaria de testá-las efetivamente. Ainda não baixei um programa que está
>na página do VotoSeguro que simula uma fraude para fazer um desses testes.
>Poderia até fazer na própria urna, o que seria interessante (é claro que
>falo sobre a urna no módulo de treinamento!)

O programa "que frauda" dificilmente irá funcionar numa urna eletrônica.
O programa foi escrito em 1996 e só funciona em computador com impressora
matricial.
O programador que o escreveu nem acessa a internet e nosso fórum nem
existia naquela época.
O programa visa apenas demonstrar que aquele teste de votação feito no dia
da carga das urnas de nada adianta para garantir a lisura do sistema. Ou
seja se for digitada a senha "de teste" o programa funciona direito e passa
no teste, se for digitada a senha "de votação" ele desvia um de cada voto
em branco para um dos candidatos.

Não pense que aquele programa contém grande tecnologia. Foi escrito em
Clipper e pode-se facilmente descompilá-lo para descobrir onde está o
código fraudulento.

Voce acaba de entrar em nossa lista e perdeu uma recente discussão que
tivemos aqui sobre construirmos um simulador de urna (hardware e software)
para demonstrar como é perfeitamente possível fazer um equipamento que
passa por todos os testes e fiscalizações que o TSE aceita (sistema
operacional secreto, fiscalização de carga apenas visual, teste com
"disquete de teste", e a tal votação paralela) e ainda assim desvia voto na
hora da votação de verdade.
Chegamos a comecar os estudos e estimar os custos. O pessoal se prontificou
a contribuir$ com a grana necessária mas entravamos num óbice legal.
Veja a resolução 91/2000 do TRE-SP (existem resoluções de identico teor em
quase todos os estados) que torna crime o uso de simuladores.

O técnico, de São Paulo, que iria construir o nosso simulador já teve
problemas com o TRE-SP por causa disso. Outro técnico (de outro estado),
que iria participar da confecção do software chegou a ser exonerado do seu
emprego por pressão do Corregedor do TRE do seu estado. Isto tudo ANTES de
iniciarmos a construção do equipamento. Imagina a hora que pussessemos a
mão na massa.

Assim, seguimos por outro caminho, que já havia sido tentado em 2000.
Propusemos à secretaria de informática do TSE, por meio de um partido
político que nos apoiou neste caso, que permitisse que nossos técnicos
pudessem OFICIALMENTE tentar reprogramar uma urna eletrônica. Em 2000, a
proposta foi recusada e neste ano ainda não foi respondida.

Por outro lado, esta conversa é muito apaixomante mas está fora de foco.
Não cabe nem ao eleitor nem aos partidos politicos provarem que o sistema é
fragil. Cabe, sim, ao Executivo Eleitoral (entenda-se: o TSE) provar que o
sistema é confiável... e é aqui que a coisa falha.

Ao manter programas secretos, contrariando o art. 66 da lei 9.504, ao
enganar todos os funcionários dos TREs, que são informados que os programas
foram todos mostrados e aprovados pelos partidos, ao colocar informações
falsas em texto contido em resolução do TSE, ao vetar os assistentes
técnicos que o Senado havia nomeado para acompanharem a auditoria da
Unicamp, ao vetar convidados para participar de debate acadêmico, o corpo
técnico do TSE falha grosseiramente em conseguir provar a confiabilidade do
sistema.





[ ]s
     Eng.  Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
     EU QUERO VER MEU VOTO !
     moderador do Fórum do Voto Eletrônico
            
www.votoseguro.org
     moderador do Movimento em Defesa da Língua Portuguesa
            
www.novomilenio.inf.br/idioma


''O sistema (eletrônico de votação) TEM FRAGILIDADES
  políticamente difíceis de serem resolvidas''

  disse o Min. Nelson Jobim, presidente do TSE
  no JB on-line de 20/7/2002

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