Vocês já sabem meu voto (faltou falar também que votarei no nosso
Benjamim Azevedo). Mesmo dando um sopapo naquele em quem eu vou votar, e
obviamente, puxando a sardinha para o candidato dele, tenho que dar os
parabéns para o matemático raciocinio do colega Haroldo aí em baixo, escrito
ainda nos idos de 04/04/2002. Acertou na mosca. Por isso é que eu gosto de,
uma vez ou outra, reler alguns dos nossos escritos que já caíram no
esquecimento. Serve como lição.

   Daqui para frente, temos que nos armar para o futuro, pois ao que parece,
anos de chumbo se aproximam. Nosso povo, aliás nós mesmos, ainda não
percebemos como a perda da batalha pela auditoria nas urnas, logo depois do
escândalo do painel, jogou por terra nossas esperanças. Caímos nas lábias de
políticos e do Jobim. Agora? Bem, agora, temos intermediários de Bush e de
Condoleeza Rice recebendo Jobim em Paris, a mando de FHC, para facilitar a
vida e os interesses de Garnero e da CIA no Brasil de Lula ou de Serra. Ou
seja: estamos na mira dos M-16, via ALCA, Base de Alcântara e Guerra
Amazônica na Colômbia. Ou será que ninguém leu a Carta Capital esta semana?
E as denúncias de dissidente iraquiano, dizendo que o Brasil ajudou o Saddan
a desenvolver seu programa nuclear? É como se Tio Sam nunca tivesse feito o
mesmo...

   Bem, estamos muito perto de perdermos nossa soberania. Aliás, para quê
isto serve a Povos latinos, tão obedientes e tão dóceis, perante uma mídia
totalmente voltada e associada aos especuladores e aos banqueiros "made in
USA"?

   É lamentável, inclusive, assistir Lula apoiando Serra, na questão dos
observadores internacionais. Ver o massacre da vida íntima de uns e outros,
movidos por um admirador confesso de Roberto Marinho, tal como se autodefine
o Sr. Nizan Guanaes. Ver artistas venderem ilusões de empregos com carteira
assinada, quando justamente esses direitos trabalhistas, previdenciários e
sociais, de consumidores e de cidadãos humildes, são diariamente atacados
por estes mesmos crápulas e imorais.

   Que me desculpem os colegas paulistas desta lista, mas a culpa, em
primeiro lugar, é de vocês. A bandeira do Estado de São Paulo diz, em latim:
"não somos conduzidos, nós conduzimos". Parece que o povo paulista,
lamentavelmente, não entende esse "latim". Mas os políticos paulistas,
ávidos em sugar as verbas federais para seus "redutos" (em detrimento do
enorme atraso social no restante do país), sabem explorar muito bem este
princípio do capitalismo selvagem da Avenida Paulista.

   Só o petróleo, por exemplo, tem seu ICMS cobrado na ponta do consumo, e
não na produção. Por quê? Porque só assim o Serra e os paulistas tiraram do
Rio de Janeiro uns quatro bilhões anuais de arrecadação. Serra foi o relator
dessa roubalheira nas verbas do meu Estado. Depois, vem à TV criticar nossos
presídios, nossa polícia, nosso Estado. Com que direito?

   Alckmin, diante de uma crítica pertinente contra o seu governo no setor
de segurança, feita pelo então Governador Anthony Garotinho, resolve chamar
o Rio de uma Avenida a Beira-mar (fazendo ao mesmo tempo um ataque
provinciano ao Povo carioca, que nada lhe tinha dito, e uma sutil menção ao
outro Fernandinho, xará do seu chefão "Beira-Lago").

   Na mídia paulista, a Folha conduz a direção deste Leme, MEIO QUE
ALIVIANDO O LADO DO PT; enquanto isso, o Estadão faz tudo para escancarar
sua preferência por SERRA. MAS AMBOS SE JUNTAM NA HORA, PARA ESPINAFRAREM
QUALQUER CANDIDATO PRESIDENCIAL NÃO PAULISTA!

   Mas a verdade, amigos da lista, é uma só: só um único partido apoia a
nossa causa INCONDICIONALMENTE. Só um político, com um passado político com
"P" maíusculo, nos deu um mínimo suporte logístico. E só este partido, o seu
Presidente Nacional e o seu Candidato, se manifestaram OFICIALMENTE ao nosso
favor. Só eles nos citaram com dignidade. Portanto, quem não se engajar para
apoiá-los, e no meu entender, QUEM NÃO VOTAR NELES, estará AUTOMATICAMENTE
traindo a nossa causa. Simples assim.

   Portanto, ou paramos com esta burrice de censurar as nossas próprias
atitudes partidárias, favorecendo este ou aquele tal partido (seja ele qual
for, traidor da causa ou não), ou é melhor buscarmos outra forma de fazer
coexistir a militância pela impressão dos votos com a militância política,
seja ela partidária (de todos os matizes, que aqui são toleradas com o maior
respeito mútuo) ou SUPRAPARTIDÁRIA.

   Mas por Deus, vamos, ao menos, ser mais independentes de partidos e de
políticos. Já tivemos a oportunidade de ver e de sentir na nossa pele que
não há seres e entidades 100% confiáveis neste meio. Miro Teixeira que o
diga. Até entre nós mesmos, há várias desconfianças recíprocas. Eu mesmo já
fui acusado de ser um possível agente provocador. Continuo rindo disto, mas
outros, que nunca me viram pessoalmente, podem muito bem ter esta opinião
sobre mim, até hoje.

  Portanto, sejamos realistas: perdemos a batalha mais importante desta
Guerra. Talvez até a própria Guerra mesma! Mas o que me dói, MESMO, é que
nem chegamos a lutar com os nossos próprios meios jurídicos!

  Já é hora, no meu ponto de vista, de nos organizarmos como entidade séria,
legalizada, com CGC e tudo. Não é difícil.

  O problema é que nem ao menos nos conhecemos! Quando "fazemos" algum
evento, na verdade estamos apenas nos "encontrando" em algum "evento não
oficial ou social".

  Ora bolas, nós temos capacidade, sim, para nos transformarmos até em um
partido político de propostas, e não de ideologias! Não existe o PAN
(partido dos aposentados)? Por que não pode existir o POVO, o Partido de
Oposição ao Voto Obscurantista?

  Já estou ficando meio cansado disto. Vou começar a questionar de outra
maneira este sistema. Da minha maneira.

  Pode não fazer a menor diferença. Mas depois desta eleição, vou seguir a
nossa luta aqui mesmo, em âmbito local. De vez em quando, darei notícias.

  GIL.

-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED]
[mailto:[EMAIL PROTECTED]]Em nome de Haroldo
Pereira Barboza
Enviada em: quinta-feira, 4 de abril de 2002 10:46
Para: [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED];
[EMAIL PROTECTED]; [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [VotoEletronico] Buraco negro eleitoral - Haroldo


O buraco negro da campanha eleitoral.

   Faltando sete meses para a oficialização da farsa eleitoral (os
programas secretos de apuração de votos já devem estar em fase final de
ajuste), os dirigentes (governadores, prefeitos, ministros e similares)
públicos passam seus cargos aos vices. Neste instante, ocorre a
seguinte situação: quem está saindo deixa o cofre quase vazio para que
dentro de quatro meses o sucessor não tenha meios de honrar os
compromissos de pagamentos, tendo em vista que o titular ao sair,
concedeu aumentos a funcionários (por que não o fez no seu segundo ano
de mandato?), contratou novos servidores, assinou convênios (que
deveriam ter sido feitos há mais tempo, por menor preço) com empresas
de serviços e atos similares. Ignorou solenemente a lei que deveria
vigiar seus gastos, pois sabe que nada ocorre após as CPI's e os
processos inócuos. O caos futuro servirá para reforçar sua imagem
(acusando o vice, geralmente de outro partido) perante os eleitores que
servem de testemunhas sofridas e passivas deste processo, mas canalizam
suas atenções para saber quem deu o pum mais cheiroso no programa Big
BoboBrasil.
   Nestes sete meses de caos público, onde as verbas destinadas à
saúde, educação e segurança serão gastas em propagandas eleitorais,
ainda seremos obrigados a ouvir (não temos o direito de trocar de
programa no horário usado) as acusações mútuas entre os concorrentes
aos cargos públicos. Cada um tentará expor seus adversários ao ridículo
em função de vestígios de escândalos mal investigados e mal concluídos.
Mas nenhum deles abordará as questões fundamentais que corroem nossas
estruturas patrióticas. Ninguém prometerá realizar investigações e
adotar medidas concretas para combater e eliminar as causas de nossa
pobreza. Quem cobrará os impostos devidos pelas empreiteiras ao INSS?
Quem terá coragem de conferir os balancetes dos laboratórios que
aumentam os remédios a todo instante condenando os menos afortunados a
uma morte lenta e dolorida? Quem irá questionar a ação do BNDES
emprestando nosso dinheiro para estrangeiros comprarem nosso patrimônio
nas farsas das privatizações? Quem irá investigar a ação do PROER
ajudando bancos falidos que fazem parte do grupo que obtém lucros de
200% num ano contra um medíocre crescimento do PIB? Quem terá bravura
para acabar com o cartel dos planos de saúde, das universidades
particulares e do comércio de combustíveis? Quem vai agir para
implantar uma reforma judiciária que permita prender os ladrões dos
cofres públicos?
   No lugar destas atitudes, durante sete meses certamente prometerão
criar empregos para algumas centenas de esfomeados (mas não dirão que a
empresa agraciada ficará isenta de impostos durante 25 anos para
estabelecer suas bases na região). E se a seleção de futebol conseguir
o título mundial, prometerão presentes aos abastados atletas (casas,
carros e outros) que com tanto "sacrifício" trouxeram grande glória à
nossa pátria. Os eleitores-torcedores extasiados e anestesiados votarão
em qualquer coisa que carregue a bandeira de seu clube preferido. E com
isto, nossa pátria continuará sendo dirigida por elementos do tipo
Ricardo Teixeira, Ciro filhote de FHC, família Sarna, Eurico Miranda,
Edmundo Silva, "presidengue" Serra, "Caixa Dágua" e outros depósitos de
entulhos morais. E desta forma, continuaremos caminhando a passos
rápidos em direção ao abismo negro que engole os países que abrem mão
de sua dignidade e se transformam em colônias dos grandes capitais do
planeta e que serão descartados quando suas riquezas naturais estiverem
esgotadas.

Afinal, dentro do buraco negro que se aproxima, não há o que escolher
para dirigir nossos destinos.

Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta –
Abril / 2002


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O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
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O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
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