O jornal Correio Braziliense tenta derrubar medida cautelar concedida pelo juiz Jirair Aram Meguerian (TRE-DF), neste domingo (29/09), ao governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e à Frente Brasília Solidária. Candidato à reeleição, Roriz conseguiu impedir - pelo menos por enquanto - que o Correio continue veiculando notícias sobre o conteúdo de fitas com conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal. Os dialógos, em que aparecem Roriz e Weligton Moraes, secretário de Comunicação, comprovam envolvimento do governo do DF com o grileiro Pedro Passos.
Um oficial de Justiça foi à redação do jornal no domingo à noite para comunicar a decisão judicial. Nesse mesmo dia, o Correio publicou oito das 45 conversas gravadas. O conteúdo das gravações foi divulgado inicialmente no sábado (28/09) pela revista Veja, à qual Roriz e a Frente Brasília cidadã pedem direito de resposta que ainda está sendo julgado pelo juiz auxiliar George Leite. O mesmo juiz indeferiu pedido do advogado Adolfo da Costa, que tentou impedir a revista de circular.
"Se não conseguirmos reverter essa decisão, o Correio de terça sairá sem nada sobre o assunto", disse Ricardo Noblat, diretor de redação. A edição desta segunda, que traz novos diálogos, por pouco não deixou de ir às bancas: o juiz Jirair considerou que seria extremamente prejudicial ao jornal impedir sua circulação.
Em sua decisão, o juiz alega que o processo corre em segredo de Justiça na 1ª Vara Criminal e, por isso, o conteúdo das fitas não pode ser veiculado. Os diálogos foram gravados pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público do Distrito Federal. O MP usará as fitas como base para investigar a grilagem de um terreno de 221 hectares, localizado atrás das quadras 27 e 29 do Lago Sul.
O pedido de Roriz não solicitava que nenhum outro veículo deixasse de circular, apenas o Correio Braziliense. Durante esta tarde, sites como o Uol News, de Paulo Henrique Amorim, já haviam noticiado e reproduzido o conteúdo das fitas.
Caso consiga derrubar a medida cautelar no TRE, o Correio vai divulgar conversas em que aparecem os irmãos Pedro e Márcio Passos, o topógrafo Vinício Jadiscke Tasso e o advogado Salomão Szervinsk.
Para ouvir as conversas que estão disponíveis no site Correio Web, clique aqui.
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Ricardo Noblat [01/10/2002 - 03:31] (Diretor - Redação / Jornalismo-Correio Braziliense ) O mesmo juiz que acatou o pedido de Roriz e proibiu a publicação de novas fitas sobre o envolvimento dele e de auxiliares dele com grileiros examinará hoje, terça-feira, pedido do Correio Braziliense para que reconsidere a decisão que tomou. Tudo indica que ele manterá a decisão. Até porque ontem no início da noite ele acatou pedido igual do governador. Dessa vez para que as fitas não possam ser divulgadas pela Folha de São Paulo, Veja, e todas as emissoras de tv.
Se o juiz hoje reafirmar a proibição, o Correio apelará para o plenário do TRE. Se o plenário confirmar a decisão do juiz, o jornal entrará com um pedido de liminar no TSE. Temos novas gravações de conversas que por enquanto não podemos divulgar. Uma delas mostra que lotes estavam reservados para deputados distritais e jornalistas em troca de aprovação na Câmara local de leis favoráveis aos grileiros. A força da máfia da grilagem dentro do governo pode ser comprovada por outras conversas que estão em poder do jornal.
![](javascript:void(0);) Márcio Beck [30/09/2002 - 22:58] (Estudante) Olha... poder, ele realmente não pode, mas enquanto ninguém der uma freada neste cidadão, ele faz o que quiser. Diante dessa vergonha que é o silêncio dos coleguinhas - com a louvável exceção da Carta Capital, que semana passada publicou uma ótima matéria falando justamente da perseguição de Roriz ao Correio - fica difícil enquadrar o cidadão.
![](javascript:void(0);) Fernando Teixeirense [30/09/2002 - 21:00] (Produtor-Tribunal Superior Eleitoral) Isso é um absurdo!! Não vivemos mais na idade média. Um imbecil como Roriz não pode achar que é dono de Brasília.
![](javascript:void(0);) Ricardo Marao [30/09/2002 - 19:16] (Freelancer) Roriz não passa de um nazista que tenta esmagar seus adversários a todo custo. Lamentável que isso ocorra em plena capital do país, sob as barbas de toda a chamada 'grande imprensa', muito mais preocupada em garantir a vitória do candidato oficial à presidência do que defender a liberdade de expressão de veículos como o Correio.
![](javascript:void(0);) Alexandre Sena [30/09/2002 - 19:12] (Freelancer) "O pedido de Roriz não solicitava que nenhum outro veículo deixasse de circular, apenas o Correio Braziliense." Isso é censura e perseguição ao Correio, minha gente! O Coronel Roriz cada vez mais mostra sua verdadeira face.
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