Prezado Manoel Carlos, nao entendi voce ter recebido email postado na
lista por mim com a assinatura de Beatriz Coelho da Silva. Não entendi.
Mas em relaçao aos fatos de ontem aqui no Rio de Janeiro, acompanhei-os
de perto. E nao tenho dúvidas, Manoel, hoje, de que foi uma grossa
armaçao.

Armaçao eleitoral para desmoralizar o governo do estado (PT) criando um
fantastico clima de intraquilidade. E a "Globo", a CBN e a agencia Globo
tiveram um papel nisto sim, no inicio, como disse ontem. Depois toda a
midia aderiu e as coisas pioraram, principalmente no final da tarde.

A televisao por noticiar a todo momento que a situaçao estava assim ou
assado, a radio por fazer a mesma coisa, e a agencia por postar na lista
de noticias enviadas sem nem checar ou identificar suas fontes. Teve até
uma que dizia que "um morador de Icaraí" teria dito que motos teriam
percorrido o comercio local mandando que as portas fossem fechadas.
Desculpe, amigo Manoel, mais "um morador de Icaraí", bairro de mais de
mais de 150 mil habitantes, não é fonte de noticia nenhuma. Nunca vi
coisa tao absurda!  Não era para causar panico? Entao era o que?

E se voce percebeu, amigo Manoel, as noticias de hoje falam que as
escolas municipais do Rio (prefeito Cesar Maia) já nao abriram as 7
horas da manha de ontem, a guarda municipal tambem saiu das ruas e, pior
de tudo, a candidata do prefeito Cesar Maia - Solange Amaral, do PFL -
já no seu programa eleitoral da noite, questionou o governo do estado
pelo "clima de insegurança" na cidade.

Amigo Manoel, muita coisa aconteceu ontem neste Rio de Janeiro. E náo
tenho dúvidas de que os objetivos foram eleitorais. Para desmoralizar o
governo Benedita (do PT) e para causar panico mesmo a medida em que a
eleiçao se aproxima. Acho que o que aconteceu ontem no Rio vai se
repetir em outras capitais até domingo. É a minha opinião. Olho vivo na
Globo e no seu fiel escudeiro, o Ibope.


mcdebate gravada:

> Prezado Maneschy, tudo bem?
>
> Você encaminhou a notícia ao fórum, mas a mesma está assinada
> por Beatriz Coelho Silva, na dúvida quanto à autoria da
> mensagem, respondo a você.
>
> Considero legítima a sua preocupação com a manutenção do
> estado de direito e como também o seu posicionamento contra
> qualquer manipulação. É um traço de responsabilidade e
> coerência. Concordo com você.
>
> Ainda concordo com você quando se refere ao famoso “arrastão”
> de 1992. Sobre este assunto, ao final de meus comentários,
> incluo um artigo de Janio de Freitas publicado este ano na
> Folha de São Paulo (desculpe-me não poder, no momento,
> especificar a data). O referido artigo é assaz eloqüente,
> dispensando qualquer comentário adicional.
>
> Entretanto, democraticamente, discordo de você quanto ao
> julgamento dos episódios de ontem no Rio de janeiro e a sua
> associação com os “arrastões” de 1992.
>
> Em que consiste a minha discordância?
>
> Ao contrário de 1992, a Rede Globo, a Governadora e as
> entidades classistas empresarias do Rio de Janeiro deram o
> mesmo diagnóstico.
> A Globo e a Governadora, em todas as ocasiões, atribuíram os
> distúrbios a boatos, sendo desconsiderados todos os
> depoimentos de pessoas que viram homens armados ordenando o
> fechamento do comércio, etc.
> Nos noticiários da Globo (RJ-TV, por exemplo), os repórteres
> frisaram que o clima de normalidade caracterizava a situação
> da cidade (absoluta inverdade, pois bares, restaurantes,
> padarias, etc. permaneciam fechados), cujo único tumulto
> seria o trânsito caótico cotidiano (outra inverdade, pois o
> trânsito no início da noite fluiu anormalmente bem, uma vez
> que as pessoas foram embora para casa mais cedo) .
> A Globo não mostrou, por exemplo, muita gente indo para casa
> a pé, pois algumas linhas de ônibus ficaram todo o dia sem
> circular, como pude constatar com duas linhas de ônibus que
> circulam no bucólico bairro de Santa Tereza: Castelo -
> Silvestre e Largo do Machado - Silvestre.
> Ao noticiar a reunião da governadora com representantes de
> entidades classistas patronais, a Globo destacou uma carta
> dos empresários e nela a expressão: “ação orquestrada”. No
> noticiário global houve a insinuação que poderia ser obra de
> alguém que pretendia tirar proveito eleitoral do caos.
> A seguir este raciocínio, eu não me surpreenderia se, mais
> uma vez, tudo fosse “culpa do Brizola”.
> Em resumo: ao contrário de 1992, quando a Globo tentou
> caracterizar os “arrastões” como um fenômeno revelador de uma
> crítica situação de insolvência do poder constituído, ontem a
> Globo fez o discurso oficial, inclusive mantendo a
> incoerência do mesmo.
> Como um boato pode gerar dezenove (19) prisões de pessoas que
> ordenavam o fechamento do comércio? Afinal, era um boato ou
> havia bandidos ordenando o fechamento? A queima de ônibus em
> São Gonçalo também é um boato?
>
> Desculpe-me Maneschy, mas o comportamento da Globo em 2002 é
> o oposto do seu comportamento em 1992. Não ouso, a partir
> desta constatação, avançar em conclusões que poderiam ser
> precipitadas. Até mesmo porque a mim faltam dados para uma
> interpretação correta. Se tentássemos relacionar o episódio
> de ontem e o comportamento dos atores envolvidos com o objeto
> de debate deste fórum, ou seja, a segurança do voto
> eletrônico, talvez encontrássemos explicações para mudanças
> de atitudes de pessoas e partidos os quais anteriormente
> aliavam-se às denúncias de fraude e atualmente aprovam, com
> apriorismo até, as resoluções do TSE. Apenas para
> exemplificar, na reunião de apresentação do modo de operação
> da votação paralela, quando houve a tentativa de discutir
> aspectos desta operação e formas de inibir prováveis eventos-
> sentinela, o representante do PT declarou: - não temos como
> alterar nada aqui, nem mesmo se justifica propor formas de
> operação, cabe-nos apenas seguir o que foi determinado pelo
> TSE.
>
> Fraterno abraço.
> Manoel Carlos
>

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