É só assim que se cresce

Espocam as propagandas Serristas, na voz de Regina Duarte: " não podemos jogar no lixo tudo que conseguimos (...) o Lula que eu conhecia mudou muito..."

O horário eleitoral ataca, rasteiro, o sentimento de insegurança do povo.

Mudou sim, Regina, o Lula de hoje não á mais o Lula de 98, nem o de 89, assim como você não á mais a namoradinha do Brasil e eu não sou mais um adolescente com dezesseis anos, indo as urnas pela primeira vez.

As pessoas evoluem, amadurecem, crescem...

O que a campanha de Serra tenta fazer é jogar com este medo, natural, das pessoas em sofrer mudanças.

Todos temos medo de mudanças, ficamos apreensivos com o novo emprego, a nova casa, o novo relacionamento.

Mas mudar é preciso, o que não muda fica estagnado, morre.

A vida é constante mudança, constante evolução, constante amadurecimento.

José Serra quer que o Brasil permaneça adolescente, dependente da mesada do pai, da autorização para pegar o carro, tendo que dar explicações de onde foi e com quem anda.

Toda mudança, todo o amadurecimento traz apreensão; se de um lado se perde a proteção, a tutela dos pais, de outro se conquista a liberdade, a autonomia a independência.

O candidato do governo diz:

Não cresçam, brasileiros, não acreditem em Lula, não acreditem que vocês podem mudar a história deste país; tenham medo da mudança, desconfiem do novo, apeguem-se ao velho, ao conhecido, a segurança custodiada pelo Estado mesquinho que vai continuar lhe dando a sua mesada de "vale-escola", "vale-remédio", "vale-refeição" (quando dá).

E diz mais: Prega que Lula irá fazer retornar a inflação, o grande trauma dos brasileiros, que têm agora a oportunidade única de adentrar a maioridade.

Serra, tal qual o pai dominador que amedronta o filho que ameaça partir, acena com "segurança", desde que o filho se submeta as suas regras.

Caso contrário que enfrentem o "mundo terrível" que está aí fora.

O mundo do "pai-Serra" é mundo de fantasia, não é real e dura somente até o dia das eleições, depois tudo volta a ser como era antes: a ignorância, a miséria, o descaso o desemprego, afinal, é disso que vivem os "Serras"; vivem de prometer e de botar medo nos "jovens" que querem virar "adultos".

Não se iludam, brasileiros, está na hora de crescer, de sair da juventude da democracia, de sair da fase de dependência dos "pais", de aceitar, em troca de "mesada" (que está mais para esmola), imposições descabidas.

Serra é um mau pai, daqueles que não quer ver a independência dos filhos. Um pai que amedronta, dizendo que sem ele a vida será a pior possível, porque a liberdade que a mudança trará ainda é muita para nós, que somos tão pequenos, tão frágeis, tão incapazes; para nós que não sabemos andar com as próprias pernas e dependemos do "pai-governo " para tudo.

É este o futuro que esperamos? Viver a sombra do terrorismo político e econômico, que ameaça com elevação artificial do preço do dólar e aumento das taxas de juros as vésperas da eleição, fazendo entender que "é isto que nos espera", caso optemos pela liberdade, pela mudança, pelo amadurecimento.

Ora, a vida é feita de lutas, é feita de nos adaptarmos, diariamente, aos desafios que se apresentam.

O desafio agora é acreditar em nós mesmos, como povo, como nação, como pessoas capazes, como cidadãos e votar na mudança, votar em Lula e cortar o cordão umbilical com o paternalismo, com o Estado que retribui nossos impostos como se fizesse favores, bem ao molde da figura paterna que diz " se vive debaixo de meu teto, se come de minha comida, segue o meu mando".

A escolha está aí, no segundo turno poderemos sair de casa, com aquela sensação de que o mundo é uma coisa boa, nova, desafiadora, mágica, e que cabe somente a nós mesmos construir o nosso futuro, ou poderemos dar nosso voto ao "pai - Serra" e continuar numa vida sem perspectivas de mudança, sem desafios bons, que nos fazem crescer e que não são sinônimo de aventura, rebeldia ou irresponsabilidade. Muito pelo contrário, são , isso sim, as atitudes de enfrentar a vida, tomar para si as rédeas do próprio destino, dar adeus aos pais e a casa deles e ganhar o mundo, viver pelas próprias mãos, pela própria razão.

Isso dá medo, não dá?

Mas é só assim que se cresce, Regina, é só assim que se cresce...

 

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ALEJANDRO DA COSTA CARRILES

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