Tecnologia
nacional começa a ser exportada e México também está prestes a firmar
convênio
BRASÍLIA. Depois de um bem-sucedido processo eleitoral no Brasil, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a exportar tecnologia. O sistema
brasileiro da urna eletrônica encontra-se em fase de implantação no
Paraguai, onde serão realizadas eleições gerais no dia 27 de abril —
2,4 milhões de eleitores estarão aptos a escolher os titulares de cinco
cargos executivos, entre os quais o de presidente da República. Um convênio
firmado entre os dois países, com o auxílio financeiro da Organização dos
Estados Americanos (OEA), prevê a doação de seis mil urnas, todas do
Paraná, aos paraguaios.
Os técnicos do TSE desenvolveram para o Paraguai um programa eletrônico
similar ao do Brasil, apenas com algumas adaptações. Enquanto os brasileiros
votaram em seis nomes, os paraguaios votarão em cinco: presidente,
governador, senador, deputado federal e membro da junta eleitoral
(equivalente a deputado estadual).
No fim de semana, uma equipe de técnicos do TSE voltou ao Paraguai para
completar a instalação do sistema junto com a equipe paraguaia. No dia 4, uma votação simulada apresentará a tecnologia aos
eleitores, com a presença de observadores de outros países interessados em
importar as urnas, como México, Panamá e Argentina. Os mexicanos estão
prestes a assinar um convênio com o Brasil.
Esta é a segunda vez que o Brasil empresta urnas ao Paraguai. A primeira
foi em 2001. Do total das seis mil urnas, 4.135 funcionarão em 33 cidades
no dia da eleição. Dessa forma, 52% do eleitorado votarão numa urna
brasileira. Segundo o presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, esse
tipo de troca tecnológica fortalece a democracia na América Latina.
Os custos operacionais
serão pagos pela OEA
Para o ministro do TSE Fernando Neves, corregedor nas eleições passadas, a
urna eletrônica pôs fim às fraudes.
— A implantação do voto eletrônico garantiu maior legitimidade aos
mandatos conquistados — disse.
O ministro também lembrou a praticidade da informatização. Nas eleições passadas foram totalizados 90 milhões de votos, de um total de
115 milhões, em apenas cinco horas. Ao ceder as urnas, o Brasil não terá gastos operacionais, que ficarão a cargo da OEA.
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