ELEIÇÃO NO PARAGUAI TERÁ URNA ELETRÔNICA DO BRASIL

24/03/2003

Tecnologia nacional começa a ser exportada e México também está prestes a firmar convênio

BRASÍLIA. Depois de um bem-sucedido processo eleitoral no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a exportar tecnologia. O sistema brasileiro da urna eletrônica encontra-se em fase de implantação no Paraguai, onde serão realizadas eleições gerais no dia 27 de abril — 2,4 milhões de eleitores estarão aptos a escolher os titulares de cinco cargos executivos, entre os quais o de presidente da República. Um convênio firmado entre os dois países, com o auxílio financeiro da Organização dos Estados Americanos (OEA), prevê a doação de seis mil urnas, todas do Paraná, aos paraguaios.

Os técnicos do TSE desenvolveram para o Paraguai um programa eletrônico similar ao do Brasil, apenas com algumas adaptações. Enquanto os brasileiros votaram em seis nomes, os paraguaios votarão em cinco: presidente, governador, senador, deputado federal e membro da junta eleitoral (equivalente a deputado estadual).

No fim de semana, uma equipe de técnicos do TSE voltou ao Paraguai para completar a instalação do sistema junto com a equipe paraguaia. No dia 4, uma votação simulada apresentará a tecnologia aos eleitores, com a presença de observadores de outros países interessados em importar as urnas, como México, Panamá e Argentina. Os mexicanos estão prestes a assinar um convênio com o Brasil.

Esta é a segunda vez que o Brasil empresta urnas ao Paraguai. A primeira foi em 2001. Do total das seis mil urnas, 4.135 funcionarão em 33 cidades no dia da eleição. Dessa forma, 52% do eleitorado votarão numa urna brasileira. Segundo o presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, esse tipo de troca tecnológica fortalece a democracia na América Latina.

Os custos operacionais
serão pagos pela OEA

Para o ministro do TSE Fernando Neves, corregedor nas eleições passadas, a urna eletrônica pôs fim às fraudes.

— A implantação do voto eletrônico garantiu maior legitimidade aos mandatos conquistados — disse.

O ministro também lembrou a praticidade da informatização. Nas eleições passadas foram totalizados 90 milhões de votos, de um total de 115 milhões, em apenas cinco horas. Ao ceder as urnas, o Brasil não terá gastos operacionais, que ficarão a cargo da OEA.

Jornal: O GLOBO

Autor:  

Editoria: O País

Tamanho: 383 palavras

Edição: 1

Página: 5

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Caderno: Primeiro Caderno

 



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