-Mensagem original-----
De: Gil Carlos Vieira de Rezende [mailto:[EMAIL PROTECTED]
Enviada em: domingo, 1 de junho de 2003 21:11
Para: '[EMAIL PROTECTED]'
Assunto: RES: [VotoEletronico] TSE: 2004, 'os abusos, conseqüentemente, muito maiores"

 

            Agora sim é que as “nossas” impressoras com recontagem possível de votos impressos demonstrarão sua eficácia!

 

            Por que então suprimi-las, se o esperado seria aprimorar o processo de impressão e de recontagem automática de 3% dos votos, pelo espírito da Lei 10408 (que foi tão arduamente votada)?

           

            Vou mais além. Imaginem a possibilidade de recontagem “visual e total” de todos os votos impressos paralelamente, que fosse realizável em curtíssimo intervalo de tempo, PELOS PRÓPRIOS MESÁRIOS E ELEITORES em cada seção eleitoral, onde se fiscalizaria a apuração in loco (pela adaptação do processo público de “voto cantado”) imediatamente após o fim da “votação” em si.

           

            Por leitura ótica automática ou até mesmo pela própria leitura normal (por contagem convencional) no próprio local e junto à mesa receptora (com a necessária fiscalização de eleitores, voluntários ou não) já se poderia, com o tempo, educar o eleitor e, ao mesmo tempo, lhe proporcionar uma função protagonista de fiscalização suprapartidária, tirando este “ônus” dos partidos.

 

            Com o devido tempo, tal processo de “Recivilização” do eleitor e do processo eleitoral no Brasil, retornando-o ao modelo clássico, já tenderia a tornar “obsoleto” o seu concomitante (e caro) uso dos votos eletrônicos, como algo que seria futuramente dispensável. E traria de volta o cidadão para o centro da fiscalização da eleição!

           

            Mas, ainda assim, uma coisa não anula a outra: se houver o voto impresso, haverá o digitalizado (cantado ou diretamente apurado) na ponta da apuração. Mas haverá uma significativa diferença: o crivo, o aval da legitimidade do próprio cidadão, que não só votará diretamente como também fiscalizará diretamente todo o processo!

           

            Vejam que essa visão, hoje, é mais que utópica. É IMPOSSÍVEL DE SER REALIZADA, PELO PROCESSO ATUAL!

 

            ISSO, A MEU VER É O QUE MAIS EVIDENCIA O ABSURDO DO PRÓPRIO SISTEMA ATUAL, COMO SENDO ALGO ESSENCIALMENTE OBSCURO, INACEITÁVEL E ANTIDEMOCRÁTICO POR NATUREZA!

 

            TANTO O É QUE, EM HIPÓTESE ALGUMA, ELE PERMITE ESTA, DIGAMOS “DEMOCRATIZAÇÃO” DO SISTEMA.

 

            EM SUMA, O PRÓPRIO SISTEMA ELEITORAL É ANTIDEMOCRÁTICO, POSTO QUE NEGA AO PRÓPRIO CIDADÃO COMUM O DIREITO DE FISCALIZAR REALMENTE O PROCESSO (SEM QUALQUER INGERÊNCIA DO ESTADO) E RETIRA A ESSÊNCIA DA VOTAÇÃO EM UM REGIME DEMOCRÁTICO (O TOTAL AFASTAMENTO DO ESTADO NESTE PROCESSO)!

 

            Assim, não há que se falar em democracia, sobretudo nos dias de hoje, quando as normas e os procedimentos eleitorais são arbitrariamente estipulados e controlados unicamente pelo Estado/governo/partido nela interessados, ou por pessoas por eles nomeados. ESTES, ACIMA DOS DEMAIS AGENTES POLÍTICOS, DEVERIAM SER OS PRIMEIROS A SEREM ELEITOS PELO POVO EM SUFRÁGIO UNIVERSAL, MEDIANTE VOTO DIRETO E SECRETO.

           

            O grande problema, no meu entender, é a não visualização do processo de apuração. O voto não sendo materializado e a contagem não sendo visualizável ofende o princípio da publicidade dos atos administrativos. “Publicar” o resultado oficial, sem dar acesso à fiscalização pública no processo em si, é uma ofensa intolerável aos princípios democráticos constitucionais derivados do parágrafo único do artigo 1º e dos incisos do artigo 5º e seu caput (CRFB).

 

            E depois da confissão pública do Sepúlveda Pertence à dúvida do representante da República Dominicana, temos que atacar este ponto lá no STF.

 

            Amílcar, o PDT e seus advogados têm que sair a campo já. Estou também a disposição para me reunir onde você ou o Maneschy quiser. Estou a semana toda, até segunda ordem, no Rio de Janeiro. Posso ir até a sede do PDT em qualquer dia da semana. Precisando de mim...

 

            Sugiro inclusive uma justificação lá no STF, a cargo dos advogados do PDT, para interpelarem o Sepúlveda sobre esta confessada impossibilidade de recontar votos no sistema atual, o que naturalmente reforçaria a consolidação do dispositivo de impressão paralela dos votos NAS URNAS A SEREM UTILIZADAS PARA 2004, sob pena de PREVARICAÇÃO.

 

            A HORA PARA O PDT AJUIZAR AS AÇÕES É AGORA. O PRAZO FATAL PARA MUDAR A LEI 10408, s.m.j., É ATÉ OUTUBRO DE 2003 (mas os caras, vocês vão ver, certamente vão inverter o argumento do modus operandi que o Jobim utilizou; vão dizer que é legal abolir a impressão dos votos depois deste prazo de um ano antes das eleições, o que também necessitará de uma consulta já!)

 

            É ISTO, POR ENQUANTO. GIL, RJ.

 

-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome de Marko Ajdaric
Enviada em: terça-feira, 6 de maio de 2003 19:32
Para: [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [VotoEletronico] TSE: 2004, 'os abusos, conseqüentemente, muito maiores"

 

 

Cortesia de Marko Ajdaric newsletter, http://www.neorama.com.br/

 

O ministro Fernando Neves, que foi relator das instruções das eleições de outubro passado, disse hoje acreditar que as próximas eleições de 2004 serão bem mais fáceis, já que o eleitorado votará apenas duas vezes: para prefeito e para vereador. E alertou: "Mas o processo será muito mais acirrado e os abusos, conseqüentemente, muito maiores". Ele advertiu que a Justiça Eleitoral não permitirá abuso dos poderes econômico e político e que não hesitará em aplicar o artigo 41, que afasta imediatamente da disputa o candidato que não estiver agindo conforme a lei.

Para Fernando Neves, a Justiça Eleitoral estará atenta a esses abusos. Ele quer também que os funcionários com experiência da eleição passada informem ao TSE o que precisa ser alterado ou modificado para as próximas eleições. O ministro disse ainda que espera receber até agosto as sugestões dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para que o plenário do TSE possa discutir alterações nas eleições municipais de 2004. Pela manhã, ele conversou com os diretores-gerais e secretários de Informática da Justiça Eleitoral sobre as diretrizes e instruções para o próximo pleito

 

**Agência Brasil

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