Walter e Eneida, não sei se é atual, mas é um bom começo. Achei no site do cnpq.
Informação aumentada - no endereço abaixo encontra-se o histórico bibliográfico dele.
 
 
Cordioli
 
Nome Angelo de Oliveira Segrillo
Nome em citações bibliográficas Angelo Segrillo
Sexo masculino
Endereço profissional Universidade Federal Fluminense , Centro de Estudos Gerais , Instituto de Ciências Humanas e Filosofia - UFF
Praça Leoni Ramos, s/n., Bloco "O", sala 503
São Domingos - Niterói
24210-350, RJ - Brasil
Telefone: 021 26205194
 
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, October 27, 2004 9:51 AM
Subject: [VotoEletronico] Re: Irracional e arcaico ou cultural?


Walter,

Não achei no site do Globo o email do articulista.  Uma alternativa seria enviar um email ao jornal, mas também não achei essa seção no site.

Um abraço,
Eneida Melo




"Walter Del Picchia" <[EMAIL PROTECTED]>
Enviado Por: [EMAIL PROTECTED]
26/10/2004 15:50
Favor responder a voto-eletronico
       
        Para:        [EMAIL PROTECTED]
        cc:        
        Assunto:        [VotoEletronico] Re: Irracional e arcaico ou cultural?

 -



     Eneida

     Tem como arranjar o endereço eletrônico do autor? Ou como você chegar nele e pedir apoio ao manifesto? Seria o modo de conscentizá-lo sobre nosso sistema (pela desconfiança dele, pressinto um potencial/importante aliado).

     Abraço

     Walter Del Picchia - S.Paulo/SP

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   Eneida escreveu: 

> Pessoal, segue artigo do Globo de ontem, falando das regras das eleições
> americanas, com um pequeno gancho para as eleições do Brasil, onde o autor
> duvida da segurança do atual sistema.
>
> Cordialmente,
> Eneida Melo
>
>
> O GLOBO
> Por Dentro da Notícia
>
> Irracional e arcaico ou cultural?
>
> Muito se tem escrito nos últimos dias sobre as ineficiências e mesmo a
> irracionalidade do sistema eleitoral americano. Os relatos de pessoas que
> não conseguem se registrar ou ter seu voto aceito abundam na imprensa
> brasileira. Existe até um certo ufanismo no ar devido à aparente
> superioridade da avançada e centralizada metodologia de voto eletrônico em
> nosso país quando comparada à confusa estrutura da terra do Tio Sam, em
> que cada estado e município tem regras próprias, por vezes conflitantes
> entre si. Pergunta-se freqüentemente: como podem os americanos terem um
> sistema tão irracional?
>
> Como alguém que viveu e estudou nos EUA, me familiarizei com o espírito
> prático dos americanos e, como historiador, sei que a explicação não passa
> por uma suposta "irracionalidade" neste campo, mas está ligada a
> características culturais do desenvolvimento histórico daquele povo.
> Parafraseando Sérgio Buarque de Holanda, posso assegurar que o americano
> prático não permitiria tais "ineficiências" caso elas não refletissem
> posicionamentos e opções filosóficas deliberadas.
>
> Em vista das mazelas e confusões trazidas pela falta de uniformidade no
> sistema de votação, por que americanos simplesmente não uniformizam as
> regras, criando um sistema centralizado, como no Brasil? A explicação é
> que esta descentralização está profundamente arraigada na psique coletiva
> dos EUA.
>
> Desde a Guerra da Independência, as originais 13 colônias americanas
> mostraram-se ciosas de manter um alto grau de autonomia local em relação

> ao governo federal. É uma questão de honra para muitos manter limitações
> ao governo federal ou qualquer estrutura que tente uniformizar
> artificialmente as diversidades locais. Correta ou erradamente, uma forte
> corrente do pensamento político americano julga que foi exatamente por
> impedir uma uniformização exagerada (segundo eles) em nível federal que as
> liberdades locais e individuais foram tão preservadas nos EUA em
> comparação a outros países.
>
> O famoso espírito antiburocrático dos anglo-saxões, por mais paradoxal que
> pareça, também tem dado uma contribuição para este blues do americano
> doido em que se tem transformado o sistema eleitoral do Tio Sam. Vimos na
> imprensa relatos kafkianos de americanos no exterior que não conseguem
> votar pelo correio devido a confusões de burocratas locais, e de pessoas
> que se registram para votar na rua com organizações voluntárias para
> depois descobrir que essas organizações, propositalmente ou não, não
> haviam efetivado seu registro.
>
> Do alto de nosso sistema centralizado, eletrônico, uniformizado de
> votação, fica difícil não sentir um certo mal-estar ao ver essas mazelas
> acontecendo na soi-disant maior democracia do mundo. Entretanto, isto tem
> que ser relativizado. Grande parte dessa confusão provém da tentativa de
> tornar o processo de registro e votação o menos burocrático e mais fácil
> possível. Por isso existem coisas como votar pelo correio, votar antes do
> dia da eleição para não entrar em filas, poder se registrar para votar no
> meio da rua com pessoas e organizações autorizadas que passam recolhendo
> assinaturas para depois levar à comissão eleitoral local etc. Na verdade,
> estas seriam formas de facilitar a vida do eleitor que lá não é obrigado a
> votar.
>
>
> O caso de minha esposa americana epitoma as ironias (bons e maus aspectos)
> do sistema eleitoral de seu país. Ela imprimiu sua cédula de votação
> enviada pela internet pela comissão eleitoral de seu município nos EUA e
> enviou o voto pelo correio. Tamanha facilidade eletrônica (levou 20
> minutos tudo!), entretanto, veio depois de quase dois meses de tentativas
> frustradas de obter pelo correio comum lá de seu município a cédula em
> papel.
>
> Quem estará com a razão? Qual dos dois sistemas, o nosso ou o deles, é
> melhor? A resposta não é simples. Se minha esposa enfrentou dificuldades
> para votar pelo correio, pelo menos ela pode votar pelo correio (no Brasil
> nós não temos este problema, pois ninguém pode votar pelo correio e ainda
> tem que justificar em trânsito). Nosso famoso voto eletrônico, que dá
> resultados imediatamente, mas não deixa cópias em papel, é mais
> "eficiente", mas será mais seguro? (para mim soa estranho dizer que o
> sistema de voto eletrônico do TSE é inexpugnável a fraudadores, quando
> hackers conseguem penetrar nos computadores do Pentágono!).
>
> O juízo definitivo sobre que sistema é melhor não é tão fácil de se
> estabelecer como parece. O propósito deste artigo é chamar a atenção para
> o fato de que o sistema eleitoral americano está de pé daquele jeito não
> por uma suposta irracionalidade inercial coletiva, e sim por razões
> culturais e posturas filosóficas bem definidas na sociedade daquele país.
>
> ANGELO SEGRILLO é professor de história contemporânea na UFF.
>

______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________

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