Maximus,
 
Nas suas garantias de voz e voto, o voto deve ser impresso, naturalmente...
 
No mais, é assim mesmo, a vida é assim, mormente porque aceitamos que a vida seja assim.
Enquanto pudermos falar livre e inocuamente, eles vão nos deixar falar.
Porque, de fato, não acontece quase nada.
E ainda arriscam achar algum ingênuo que os considere "bonzinhos"... 
E é muito bonito, propangadístico, democrático e altamente considerado por nós "podermos falar".
 
Porém, acontecesse algo a nosso favor em razão dessas falas, certamente não nos deixariam falar.
Hoje, falando, apenas, deixamo-los fazer o que querem e deixamos nós de fazer o que é preciso.
 
O "fazer" demanda empenho, apoios, vontade, nacionalismo, dignidade mais, e sobretudo, dinheiro.
Tudo o que não temos e onde todos paramos, hoje ou amanhã, por isso ou por aquilo, incluídas inevitáveis e surpreendentes dissidências internas.
 
De uma forma ou outra eles nos apertam e somos forçados, convenientemente, por um motivo ou outro, a deixar para amanhã o que precisava ter sido feito ontem.
E acabamos, assim, muito convenientemente, quase só falando e planejando.
Como você, D.Ana, Leamartine eu e tantos outros estamos fazendo aqui... falando.
 
Assim, o "acho e desacho", o "quero e desquero", o "deve e o desdeve" tomam conta do nosso picadeiro.
 
As estranhíssimas cartas da D.Ana Abegg estão aí como exemplo, não é mesmo ?
A descrição do Lula com Bush na carta da D.Abegg é revoltante e provocou repúdio explícito do colega Leamartine.
Repito nas palavras dela..."o bush é um homen forte e combatedor  gente boa."
Dá para acreditar que não há pau-mandado "falando" por trás disso ?
 
É meu pessoal entendimento que os exemplos citados por você, Bolívia e Equador, por caminharem na direção oposta à globalização desenfreada, devem resultar em melhor caminho para seus respectivos povos.
Seria bom considerarmos o mesmo modelo aqui, nem que seja só na base do "como seria bom se fosse".
 
Se estado democrático é isso que vemos... está maus, hein ????
E está mais que na hora de mudarmos.
Não podemos contribuir ou convalidar mais o processo vigente.
 
Leia o artigo do Hélio Fernandes abaixo e ponha as barbas de molho.
Tirantes algumas imprecisões ocasionais, se as houver em razão das exceções de praxe, no global é aquilo tudo mesmo, sem tirar nem pôr.
Para quem quiser ver, falar, deixar ou fazer.
 
Realmente, o tom tem de mudar.
Permita-se parafrasear você:
O estado democrático de direito, que mal ou bem, hoje completa, mal, 20 anos maus.
 
Abraços
Cordioli

Para Tiradentes sobrou apenas o feriado 
Hoje, há 213 anos, ele era enforcado, a "derrama" continua com outro nome

Hélio Fernandes - Quando digo que o Brasil está com 504 anos de atraso, meu correio eletrônico fica completamente intransitável. Protestos de todos os lados, aplausos também intensivos. Tanto os protestos quanto os aplausos, rigorosamente verdadeiros. Só que poucos conhecem ou querem conhecer a realidade do Brasil desde a "descoberta".

Hoje, 21 de abril, há 213 anos, em 1792, Tiradentes era violentamente tirado da cadeia pública, onde funcionou a Constituinte de 1946, e com a mudança da capital transformada em sede da Alerj. Acreditam que resgataram a dívida com Tiradentes, dando seu nome ao belo palácio. É uma pálida homenagem, e não tomaram nenhuma providência para liquidar as "dívidas", objetivo maior de Tiradentes e que o levou ao enforcamento.

Dos 504 anos transcorridos desde a "descoberta", muitos ocorreram com o Império, e 116 deles com a República que estaria destinada à salvação do País. Foram outros 116 anos perdidos, sendo que 2 deles com a grande esperança (perdida) do presidente Lula. Ao ser preso em 8 de novembro de 1891, Saldanha Marinho (já senador), que lutara 19 anos pela Promulgação da República, desde 1860, e que fundou e dirigiu o jornal diário "A República", fez a frase que está ainda diante de nós, cada vez mais autêntica e verdadeira:

"Esta não é, realmente, a República dos nossos sonhos". Não era em 1891, continua não sendo em 2005.

Retirado violentamente da cadeia pública, Tiradentes sofreu a mais selvagem e cruel condenação: enforcado, o corpo salgado, esquartejado, pedaços de seu corpo pendurados no caminho das Minas Gerais. Sua cabeça foi arrancada e levada para Vila Rica, então capital do estado. E ali ficou para que "ninguém tivesse a audácia de seguir o seu exemplo". Era o que os donatários do País diziam e todos sabiam que cumpririam.

A República considerou Tiradentes "herói nacional", e o 21 de abril, feriado nacional. Se pudesse se manifestar, o próprio Tiradentes desdenharia desse título de herói, preferiria que o Brasil acabasse com o que se chamava de "derrama", que era a grande bandeira da sua luta pela L-I-B-E-R-T-A-Ç-Ã-O.

Só que essa "derrama" continua, cada vez mais violenta e empobrecedora, apenas mudou de nome. Agora é identificada como "dívida" interna ou "dívida" externa, que representa a mesma traição dos tempos em que Tiradentes lutava pelo nosso enriquecimento. Hoje, mais "civilizados", ninguém fala em enforcamento.

Em 1822, portanto há 183 anos, Portugal e Inglaterra fizeram um acordo e declararam o Brasil Independente. Condição: o Brasil assumiria a dívida que a Inglaterra reivindicava de Portugal, que era então de 75 mil libras. Não nos consultaram sobre a Independência (puramente nominal e vegetativa), sobre a dívida ou sobre qualquer coisa.

Essa "dívida" externa foi crescendo brutalmente, em 1960 chegava pela primeira vez a 1 bilhão de dólares. Hoje, praticamente 40 anos depois, "devemos" 250 bilhões de dólares, e pagamos de juros mais de 400 bilhões. É a maior traição de toda a História. E se Tiradentes foi enforcado no Campo da Lampadosa, hoje os traidores são tantos que precisaríamos de muitos outros Lampadosas.

A partir de 1990 surgiu outra traição nacional: a "dívida" interna, beneficiando bancos nacionais e multinacionais. Em janeiro de 1995 (posse de FHC), essa "dívida" estava em 61 bilhões. 8 anos depois, estava quase em 1 TRILHÃO, hoje já ultrapassado. Fora os juros F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O-S que FHC foi pagando, sangria que o presidente Lula não faz nada para estancar.

PS - Em 2003 o Brasil pagou de juros dessa "dívida" interna 155 BILHÕES. Em 2004, quase 170 BILHÕES. Quanto pagaremos em 2005? E essas "dívidas" sempre crescendo. E não colocamos nesse total os juros e a amortização da "dívida" externa.

PS 2 - Temos a Medalha de Honra, chamada de Tiradentes. Temos que criar com urgência a Medalha da Desonra, que ficaria muito bem se levasse o nome de Fernando Henrique Cardoso. Para tornar inesquecíveis os Silvérios dos Reis, como eram lembrados pelo grande Barbosa Lima Sobrinho.

 
-------Mensagem original-------
 
Data: 04/21/05 14:51:44
Assunto: Re: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] FCRe: [VotoEletronico] Re: A libertinagem da Presidência
 
Boa tarde,
Embora pouco participante das últimas discussões, começo a ficar levemente
preocupado com o tom elitista que essas discussões vêm sugerindo ou, por
vezes mesmo, assumindo.
O rumo da prosa pode deixar transparecer um desejo de romper com o estado
democrático de direito, que mal ou bem hoje completa 20 anos, e podemos
estar ajudando aos que querem, mas não tem coragem para assumir, propor a
deposição do Lula, pois gente para isso não está faltando.
Olhem os exemplos da Bolívia e agora do Equador, ambos sintomaticamente após
a visita do "papa-defuntos" do Donald Rumsfeld- o coveiro da juventude
norte-americana no Iraque e no Afeganistão.
Acho totalmente equivocada a condução das questões econômicas no país, mas
fora da discussão civilizada e democrática, na qual o dissenso tem garantia
de voz e voto, estaremos abrindo caminho para os golpistas de sempre se
apresentarem.Geralmente travestidos como salvadores da pátria!
Esse é um governo medíocre sim, mas é o meu governo e minha obrigação e
creio que de todos nós, é lutar para que os rumos sejam corrigidos e não nos
pormos a ridicularizar o presidente mais legitimado pelo voto popular no
país.
Em tempo: não sou filiado a qualquer partido político, não sou petista e sim
brizolista, isto é, nacionalista!
Maximus Santiago,
Niterói.
Rio de Janeiro
 
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