Tem esse texto do José Luiz Ribeiro que li outro dia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio:Jbribeiro1/N%C3%A3o_tente_salvar_o_projeto

Não vejo as coisas exatamente como ele, mas foi interessantíssimo ler o
texto e acho que tem a ver com essa conversa aqui.

Abs!

Em 6 de maio de 2015 11:14, Rodrigo Padula <rodrigopad...@gmail.com>
escreveu:

> Acho que sua ultima frase diz tudo:
>
> "Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados.
> Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição
> ou a de alguém é essencial, quando não é. --Diego Queiroz "
>
> Concordo que uma andorinha não faz verão, mas discordo desse padrão
> colocado pela indústria e RHs da vida onde todo mundo é substituível e
> todos são dispensáveis.
>
> Acho que todo mundo é diferente e com um conjunto de experiências e
> vivências que torna cada pessoa importante e especialmente única no
> processo como um todo.
>
> Com certeza falta um pouco mais de racionalidade e cordialidade na
> comunidade brasileira. Já vi muita gente bacana saindo e deixando de
> contribuir, e claro, muita gente boa entrando, mas no geral, pela
> movimentação que vejo e ritmo de crescimento e qualidade, me parece que o
> saldo tem sido negativo, posso estar errado.
>
> Assim como você, tenho tentado fazer a minha parte, com o tempo e
> competências/habilidades que tenho para contribuir com o movimento. Não
> falo mal do projeto, pq ele realmente é fantastico e tem grande potencial,
> mas minhas experiências desde o inicio das minhas edições em 2006 tem sido
> bem desanimadoras, sigo em frente, mas a gente passa por cada situação, que
> vai do conflito de idéias ao julgamento de caráter e acusações pessoais,
> que realmente dá vontade de botar a viola no saco e ir embora cuidar da
> horta :-)
>
> Nos ultimos anos tenho refletido mais sobre minha forma de atuar, lidar
> com problemas e principalmente com as pessoas, creio que todos aqui
> deveriam refletir sobre essas questões. E ao ler criticas na mídia e
> comentários lançados por outros usuários, tentar avaliar sem levar pro lado
> pessoal e religioso da coisa.
>
> Abraços a todos
>
> Rodrigo Padula
>
> Em 6 de maio de 2015 10:47, Diego Queiroz <queiroz.di...@gmail.com>
> escreveu:
>
>> Rodrigo.
>>
>> Eu sou um desses usuários.  Estou sem tempo para editar e, mais do que
>> isso, também estou cansado da Wikipédia e do tom agressivo costumeiro.
>>
>> Mas os que se sentem assim (incluindo eu) são os desesperados, que querem
>> "consertar" a Wikipédia (como se houvesse algo quebrado), que acham que
>> estão fazendo "A coisa mais importante do mundo", cada um à sua maneira,
>> seja com o preciosismo que mencionou, seja em acreditar que sabe mais do
>> que os outros, seja em buscar mérito pelo que faz. Eu falo isso com a
>> sanidade necessária para dizer que sou um desses editores.  Uma discussão
>> que não flui da maneira como eu gostaria me deixa chateado, revoltado, me
>> tira o sono, me impede de fazer outras coisas, enfim, muitas coisas que não
>> me orgulho.  Só que todas essas coisas são falhas minhas, pois sou humano.
>>
>> Por outro lado, sou autocrítico o suficiente para não sair por aí falando
>> mal da Wikipédia, pois sei que um projeto como a Wikipédia não vai crescer
>> com o esforço de um único editor, ou de um grupo qualquer de editores
>> dedicados.  A Wikipédia é um projeto sem fim declarado, que estará sempre
>> em revisão e aprimoramento pela *humanidade*.  Não haverá um "ponto ótimo"
>> e sempre haverá altos e baixos (e no curto prazo, os pontos baixos serão
>> sempre maiores).  Essa é a graça da coisa e é onde está a genialidade de
>> quem propôs o modelo Wiki de edição.
>>
>> Se não fosse assim que devesse ser, haveria alguma preocupação da WMF em
>> controlar o conteúdo e não simplesmente lançar a enciclopédia a sorte para
>> ver no que dá.
>>
>> Dizer que a falta de um projeto ou que o afastamento de editores causa
>> qualquer impacto a longo prazo, para mim, é pensar pequeno, muito pequeno.
>>
>> Não estou dizendo que nosso trabalho é inútil. Projetos podem ser
>> propostos e acho que devem ser sempre bem vindos. Se os nossos editores
>> aprenderem a serem educados, com certeza eles viverão mais (o que rola de
>> ameaça de morte offwiki não é pouco). Mas entenda que tudo isso não faz a
>> menor diferença, pois não é necessário para que o projeto evolua. Talvez
>> isso sirva para acabar com a sanidade dos nossos editores, mas sempre
>> haverá uma nova geração nascendo e surgindo para se perder como a anterior.
>>
>> Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados.
>> Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição
>> ou a de alguém é essencial, quando não é.
>>
>> ---
>> Diego Queiroz
>>
>> 2015-05-06 10:13 GMT-03:00 Rodrigo Padula <rodrigopad...@gmail.com>:
>>
>> Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o
>>> fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
>>>
>>> Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de
>>> trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
>>>
>>> Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os
>>> novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em
>>> colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao
>>> movimento wikimedia dentre outras questões.
>>>
>>> Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de
>>> trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos
>>> WikiProjetos.
>>>
>>> Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas
>>> próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o
>>> "meu precioso".
>>>
>>> Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista
>>> responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é
>>> especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e
>>> bloqueado" não ajuda muito.
>>>
>>> Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a
>>> dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade
>>> atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral
>>> não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
>>>
>>> Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que
>>> precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha
>>> que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a
>>> ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de
>>> colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
>>>
>>> Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma
>>> camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma
>>> camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí
>>> começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos
>>> usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a
>>> camera e falamos  "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza
>>> podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
>>>
>>> Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de
>>> tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo
>>> da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em
>>> português.
>>>
>>> Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita
>>> discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí.
>>> Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os
>>> novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
>>>
>>> Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser
>>> mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas
>>> do que aqui, esse é o grande diferencial.
>>>
>>> Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa
>>> fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover
>>> algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
>>>
>>> Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia
>>> está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes
>>> colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada
>>> continuarão abandonando o barco...
>>>
>>> Atenciosamente
>>>
>>> Rodrigo Padula
>>>
>>> Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz <queiroz.di...@gmail.com>
>>> escreveu:
>>>
>>>> Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
>>>>
>>>> Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as
>>>> discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que
>>>> ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em
>>>> uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos
>>>> seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal,
>>>> como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
>>>>
>>>> Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia,
>>>> não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro
>>>> em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo
>>>> é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos
>>>> serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a
>>>> informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a
>>>> eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará 
>>>> imprecisa.
>>>>
>>>> Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no
>>>> quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários
>>>> pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos
>>>> me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse
>>>> autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições
>>>> deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas,
>>>> faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria
>>>> dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é
>>>> difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até
>>>> falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre
>>>> diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar
>>>> entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era
>>>> terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas
>>>> edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre
>>>> docência não torna ninguém livre de ignorância.
>>>>
>>>> Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor
>>>> gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua
>>>> mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo,
>>>> nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui.
>>>> Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois
>>>> a metodologia é e sempre foi a mesma.
>>>>
>>>> ---
>>>> Diego Queiroz
>>>>
>>>> 2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. <andrezd...@yandex.com>:
>>>>
>>>> Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
>>>>> para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome)
>>>>> relata.
>>>>>
>>>>> Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho
>>>>> atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições
>>>>> anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir
>>>>> com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas,
>>>>> apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
>>>>>
>>>>> Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós
>>>>> doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na
>>>>> Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que
>>>>> ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas
>>>>> importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, 
>>>>> a
>>>>> lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês,
>>>>> pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das
>>>>> coisas, e não evolui".
>>>>>
>>>>> E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que
>>>>> concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho 
>>>>> às
>>>>> edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de
>>>>> outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das
>>>>> vezes muito melhor que as da nossa - muito.
>>>>>
>>>>> André
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>> > Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
>>>>> deixa de ter um viés realístico.
>>>>> >
>>>>> > Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto <lugu...@gmail.com>
>>>>> escreveu:
>>>>> >
>>>>> >> Na verdade me soa como um texto ficcional
>>>>> >>
>>>>> >> Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
>>>>> victordalo...@gmail.com> escreveu:
>>>>> >>
>>>>> >>> Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
>>>>> >>>
>>>>> >>> Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc <
>>>>> marcoaureli...@gmail.com> escreveu:
>>>>> >>>
>>>>> >>>>
>>>>> http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-de-luta-livre.html
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Wikipédia, a enciclopédia de luta livre
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> publicado em literatura por Luis de Freitas Branco
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no
>>>>> ringue digital só contam os golpes baixos
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
>>>>> muitos, o
>>>>> >>>> principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
>>>>> Letras,
>>>>> >>>> essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis
>>>>> para
>>>>> >>>> invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado,
>>>>> Guilherme
>>>>> >>>> cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse.
>>>>> Foi um
>>>>> >>>> choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial
>>>>> do
>>>>> >>>> escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do
>>>>> >>>> principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
>>>>> últimas
>>>>> >>>> entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento
>>>>> >>>> biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque
>>>>> não, uma
>>>>> >>>> biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela
>>>>> Wikipédia, sendo
>>>>> >>>> que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria.
>>>>> >>>> Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
>>>>> comoveu a
>>>>> >>>> cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um
>>>>> segredo que o
>>>>> >>>> escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
>>>>> toda a
>>>>> >>>> vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor
>>>>> >>>> estava casado, no centro da cidade.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o
>>>>> caso, não
>>>>> >>>> fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
>>>>> apagam
>>>>> >>>> as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor,
>>>>> falecido. Na
>>>>> >>>> seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que
>>>>> ele
>>>>> >>>> amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não
>>>>> tarda a
>>>>> >>>> assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que
>>>>> ele
>>>>> >>>> sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de
>>>>> livros
>>>>> >>>> autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros.
>>>>> >>>> Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente
>>>>> >>>> deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia
>>>>> >>>> responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
>>>>> Guilherme
>>>>> >>>> além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
>>>>> mulata da
>>>>> >>>> favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor
>>>>> tinha
>>>>> >>>> muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
>>>>> racismo
>>>>> >>>> fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono,
>>>>> acompanhando a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
>>>>> mulher,
>>>>> >>>> guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
>>>>> cristã,
>>>>> >>>> doutrina que era devoto.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena,
>>>>> conhecendo
>>>>> >>>> pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome
>>>>> >>>> Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a
>>>>> alcunha
>>>>> >>>> quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
>>>>> amante e
>>>>> >>>> da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação
>>>>> >>>> meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
>>>>> cabinas
>>>>> >>>> de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
>>>>> excitação e
>>>>> >>>> voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo
>>>>> mesmo que
>>>>> >>>> ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem
>>>>> o seu
>>>>> >>>> epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
>>>>> pronto
>>>>> >>>> para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido
>>>>> >>>> pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol.
>>>>> >>>> Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não
>>>>> entenderam a
>>>>> >>>> referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão,
>>>>> >>>> sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos
>>>>> >>>> herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
>>>>> decidiu
>>>>> >>>> na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
>>>>> congelando as
>>>>> >>>> ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na
>>>>> >>>> literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na
>>>>> sala de
>>>>> >>>> aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se
>>>>> >>>> preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
>>>>> complicada
>>>>> >>>> da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde
>>>>> >>>> criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança,
>>>>> >>>> deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No
>>>>> entanto, é
>>>>> >>>> sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
>>>>> onde
>>>>> >>>> morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor
>>>>> condicional com a
>>>>> >>>> mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta
>>>>> que
>>>>> >>>> era apenas uma apresentação de dez minutos.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora
>>>>> de português, surpreendida com a provocação.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”,
>>>>> >>>> explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço
>>>>> da
>>>>> >>>> cabeça.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> “Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna.
>>>>> >>>>
>>>>> >>>> Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
>>>>> sala
>>>>> >>>> de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é
>>>>> >>>> escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal
>>>>> foi uma
>>>>> >>>> excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de
>>>>> >>>> Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo.
>>>>> >>>>
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