Prezado Jonas, o grande inspirador da bufalinocultura brasileira
Emocionantes os relatos que trazes à lista. Se me permitires vou imprimi-los e 
guardá-los em emus arquivos implacáveis para uso posteriro em sala de aula, em 
conferências e no novo livro que estou a escrever.
Um abraço e cumprimentos de teu admirador
Humberto Sorio

  ----- Original Message ----- 
  From: Jonas Assumpção 
  To: bufalos@yahoogrupos.com.br 
  Sent: Monday, April 02, 2007 4:07 PM
  Subject: [bufalos] Não canso de aprender...


  Amigos,

  Nestes mais de 40 anos que convivo com búfalos, inúmeras vezes fui 
surpreendido por eles. Recordo-me que em algumas ocasiões, aquilo que parecia 
impossível, aconteceu. De relance estou me lembrando 3 destes fatos :

  Em um determinado dia, trouxemos ao curral a bufalada com cria ao pé, para 
vermifugar os bezerros. Notamos que uma das búfalas não estava "mamada", e na 
contagem, realmente demos pela falta de um bezerro. Por 2 ou 3 dias tentamos 
encontrá-lo, vivo ou morto, e sem sucesso acabamos desistindo de procura-lo.
  Passados 17 dias daquele dia em que demos pela falta da cria, em uma manhã de 
domingo, um funcionário nosso resolveu caçar pintassilgo na mata ciliar 
existente no pasto das búfalas. Armou o alçapão ao lado da gaiola do passarinho 
"chama" e se aquietou debaixo de uma árvore. Foi quando ouviu um tenue gemido 
que o guiou até um estreito e fundo buraco que mantinha o bezerro espremido, 
sem qualquer possibilidade de movimentação. Com a ajuda de outros conseguiu 
retirar dali o bichinho que acabou morrendo uns 2 dias depois.
  É difícil acreditar que na posição em que o bezerro se encontrava no buraco, 
ele fora capaz de beber alguns goles de água de chuva enquanto lá permaneceu, 
mas segundo um veterinário amigo consultado na ocasião, seria a única 
alternativa para que o animalzinho resistisse com vida, todo esse período ( 
mínimo 17 dias ).

  Outra vez, vendí um touro que havia trabalhado na BV durante 4 ou 5 anos. 
Esse animal acabou "comendo o pão que o diabo amassou", pois seu comprador era 
um daqueles que acreditava naquela historia de que búfalo comia folhas e cascas 
de árvores e assim sendo, levou-o com um lote de búfalas para a Serra do Mar, 
bem próximo da Caverna do Diabo....
  Ao fim de alguns anos, percebendo que o rebanho estava se dizimando, reuniu 
os cacos, transportando o que restou para os fundos de uma cerâmica de Itú. 
Apenas movido por dó e sentimentalismo, comprei de volta o touro que fora meu. 
O animal que um dia fora dócil havia se transformado em um perfeito demonio !
  A magreza do touro não acalmava seus ânimos exaltados no momento de ser 
embarcado no caminhão. Não respeitava ninguém, enfrentava tudo e todos, 
quebrando o que podia. Na ausência de uma solução para embarca-lo, exigimos que 
todos presentes se afastassem para bem longe. Somente eu e meu capataz 
permanecemos nas proximidades do touro. Após alguns minutos de uma "conversa" 
entre meu capataz e o touro, foram suficientes para que ele se lembrasse de seu 
passado. Com uma cordinha de no máximo 3 metros, puxado pela frente, o "anjo", 
feliz e calmamente entrou no caminhão.
  Durante a "conversa" lembro-me de ouvir nosso capataz repetir várias vezes : 
" Calma, nêgo. Você vai voltar pra casa. Seu sofrimento acabou... "

  O último fato, aconteceu há apenas 15 dias :
  Por uma falha mecânica de uma "chave boia" e uma falha humana nossa, as 
búfalas gestantes da BV ficaram totalmente sem água para beber desde a tarde de 
uma sexta feira, até o meio dia de terça feira. Detalhe: Nenhum pingo de água 
caiu do céu nesse período caracterizado por altíssimas temperaturas.
  Assim que constatamos as falhas, encontramos uma búfala com prolapso uterino, 
deitada, ofegante, que morreria 2 ou 3 horas após e a bezerra que ela havia 
parido, viva, deitada próxima da mãe. Na mesma terça feira, encontramos morta 
outra búfala, ( que já havia dado cria antes da sexta feira ).
  Hoje, as 2 bezerras passam bem, as búfalas remanescentes também e eu nunca 
mais vou contar pra ninguém que "se deixarmos búfalos sem comida ou água no 
pasto, eles varam cercas", mesmo sendo cerquinhas vagabundas como as minhas...
  A partir de hoje eu direi simplesmente que se forem búfalas bem educadas, 
tampouco nessas situações, romperão cercas !
  Infelizmente !

  Abraços,

  jonas.


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