Caro Sr. Jonas,
Quanta lucidez nas suas observações.
Concordo plenamente com seus comentários.
Este ano, ao negociar o preço do leite com o laticínio, o valor ficou nos 
mesmos R$ 1,40 pagos em 2011.
Tentei convencer o comprador que os nossos custos subiram e que para incentivar 
a produção que o valor não poderia ser menos que R$ 1,50. 
Não obtive sucesso.
Então tomei a decisão de criar bem os bezerros da forma mais natural possível:
01- parei com as duas ordenhas diárias que eram feitas de 12 em 12 horas;
02- deixo as crias com suas mães apos ás a ordenha matutina e só os aparto 
depois das 15 horas;
03- não admito que bezerros morram por falta de cuidados, deixei claro que 
nossa prioridade passou a ser as crias e não o leite.
O resultado disso são bezerros extremamente fortes, felizes com suas mães e uma 
produção leiteira menor, mas suficiente para cobrir as poucas despesas da 
fazenda.
Perder bezerros é duplo prejuizo, pois além de não ter o animal para negócios 
futuros, a búfala acaba secando o leite por falta de extímulo.
Abraços,
Ronaldo

--- Em qui, 29/3/12, Jonas Assumpção <jonasassump...@uol.com.br> escreveu:

De: Jonas Assumpção <jonasassump...@uol.com.br>
Assunto: [bufalos] alertas
Para: bufalos@yahoogrupos.com.br
Data: Quinta-feira, 29 de Março de 2012, 17:20
















 



  


    
      
      
      Amigos, 



Alerta 1 :

É bastante visível que vivemos hoje uma onda bastante auspiciosa para o 
desenvolvimento de nossa bubalinocultura : Novela da Globo, frequentes matérias 
jornalisticas, novos cursos formadores de técnicos e bubalinocultores, um 
pipocar da eventos nacionais e internacionais, e até mesmo disputas por chifres 
de búfalos...

Nos meus 50 anos de convívio com esses bichos, já presenciei outros períodos de 
euforia. Em um deles a rusticidade da espécie bubalina era cantada e martelada 
em verso e proza, tanto quanto hoje se canta uma certa musiquinha de um tal 
Michel Teló.

Segundo minha exclusiva e pessoal maneira de interpretar, considero que a 
exaustiva e repetitiva toada da rusticidade bubalina causou enormes males para 
o desenvolvimento de nossa bubalinocultura, pois estimulou sonhos impossíveis, 
causou decepções e frustrações e atrasou em algumas décadas a pecuária das 
nossas "perolas negras".

Não vou me alongar muito neste assunto porque a grande maioria dos amigos que 
tenho, conhece minha posição a esse respeito.

Meu alerta e desejo:

Que tenhamos todos o constante cuidado de não repetirmos os erros do passado.

Que nas rodas de amigos, nos cursos, nas palestras, nas entrevistas e onde mais 
formos chamados, nunca nos "esqueçamos" de citar todos os lados da verdade...

Alerta 2 :

Apenas nos últimos 2 anos e meio passei a explorar, a recria e engorda de 
bezerros búfalos adquiridos de colegas criadores.

Nesse curto período, praticamente todos bezerros que comprei são produtos de 
"leiterias" e a verdade divulgada por praticamente todos bufaleiros "do leite" 
era e continua sendo de que os animaizinhos judiados apresentavam um grande 
potencial para "ganhos ponderais compensatórios" e que assim sendo, logo, logo, 
estariam "alcançando" os outros...

Pois bem, observando aqui e acolá, colhendo alguns dados, analisando, hoje 
creio poder concluir que a coisa não é bem assim

Logo no inicio desta minha nova atividade bufaleira, apenas com base em 
observação pessoal, passei a acreditar que aos bezerros mais fraquinhos, com 
peso em torno de 100 k ( 7 a 12 meses ??? ) deveríamos inicialmente tentar 
incutir-lhes uma certa dose de "amor a vida" ou de "auto estima", coisas bem 
subjetivas que haviam perdido por conta de um passado de maus tratos. A partir 
daí, é que eles poderiam nos premiar com alguma resposta em termos de produção 
de carne.

Hoje já disponho de alguns poucos dados que divulgo a seguir :

Bezerros sub-nutridos de idade desconhecida que entraram na fazenda com média 
de 107 k ( mínimo de 90 k e máximo d/e 138 k ) engordaram em 1 ano completo 364 
g ao dia. ( pasto e sal )

Bezerros não muito sofridosde idade desconhecida que entraram na fazenda com 
média de 153 k ( mínimo de 136 k e máximo de 189 k ) engordaram em 1 ano 
completo 585 g ao dia. ( pasto e sal )

Diferença : 61% no ganho diário, sem contar que os mais fraquinhos terminam 
para abate com peso muito baixo ( 300 e poucos k )

Conclusão :

Vejo como necessidade que se realizem pesquisas a esse respeito, que comprovem 
ou não as observações acima, na esperança que se forem confirmadas, os 
"leiteiros" possam se esmerar um pouco mais no manejo de seus bezerros da 
leiteria.

Enquanto não se tem essa confirmação, eu, na qualidade de recriador e 
invernista de búfalos, colocarei minha "barba de molho" no momento da compra de 
bezerros...

Abraços,

Jonas.

PS : Estas minhas conclusões me fazem lembrar de como se comporta uma barra de 
aço, submetida a uma tração contínua :

No inicio da tração, a barra se mantem intacta. Conforme aumentamos a carga ela 
vai apresentando minúsculas deformações elásticas,reversíveis. Aumentando-se 
gradativamente a carga chega-se em um ponto que se chama ponto de escoamento, 
onde as deformações não mais são reversíveis. Aumentando ainda mais a carga, o 
próximo evento é o ponto de ruptura, ou a "morte do bezerro".

Parece-me que o objetivo do "leiteiro" no que tange à criação de bezerro 
deveria ir além de se procurar manter o animal vivo, mas criá-lo e desmama-lo 
antes que atinja o tal ponto de escoamento...



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