Caro José Teixeira,

 

Creio que bastante relevante seu destaque pois hoje se discute muito o
caminho que o melhoramento levou às raças especializadas na produção
leiteira que vem encontrando baixas fertilidades e reduzida vida reprodutiva
que muitos atribuem à excessiva demanda metabólica necessária à manutenção
de elevadas produções.

 

No caso em particular dos bubalinos, em que o processo seletivo é ainda
incipiente, parece oportuno a discussão dos melhores caminhos.

Um ponto me parece relevante porém, é a exata conceituação da subfertilidade
quando da avaliação de um determinado indivíduo posto que particularidades
da espécie e/ou do manejo podem mascarar o real potencial reprodutivo de
alguns animais e a simples avaliação do intervalo interparto por vezes não
reflete bem o potencial reprodutivo.

 

O estado corporal no pré e pós parto imediato certamente tem influencia no
retorno ao cio e por vezes nada tem de genético mas sim decorrente da oferta
alimentar ao indivíduo. Note que procurei reproduzir no gráfico, além da
curva de lactação, também a variação do peso do animal que teve uma perda de
cerca de 10% por volta dos 100 dias quando seria usual a cobertura, o que se
afigura excessivo, mesmo para uma boa produtora.

 

Muitos talvez se recordem de uma discussão ocorrida no ano passado na lista
a partir da constatação de que alguns touros estavam batendo em algumas
fêmeas de seu rebanho e a suspeita era que o fenômeno fosse causado por um
excesso na relação de fêmeas para o touro. Pois exatamente esse foi o caso e
o que observamos foi um grande atraso nas parições deste ano cuja cobertura
apenas ocorreu após a substituição do estressado touro (que por sua vez, em
anos anteriores, sempre apresentou excelente fertilidade).

 

Outra condição a se levar em conta e a prática da estação de monta ou
desestacionalização instrumental, buscando melhor distribuir os partos.
Nesta condição, os animais que parem mais tardiamente tem menor oportunidade
de cobertura até que atinjam a fase de anestro natural na espécie no sul do
país, aumentando o intervalo interparto.

 

No intervalo interparto médio, outro aspecto um pouco diverso das búfalas é
que as novilhas que parem mais cedo (pela menor estacionalidade), costumam
ter um primeiro intervalo interparto maior em função do retorno à
estacionalidade normal do rebanho.

 

Raramente se possui um banco de dados para seleção massal que contenha
particularidades individuais que permitam aferir tais exceções, razão pela
qual há que proponha a utilização de outros indicadores de seleção, tais
como a produção por intervalo interparto, ou o indicador de produção média
por dia de vida produtivo (soma do total produzido por dias de vida após o
primeiro parto) que de certa forma ajusta a produção à fertilidade,
penalizando as subferteis.

 

Como exemplo, a Limeira apresentou uma produção acumulada de 27.197 kg de
leite em 2.116 dias em lactação (média de 12,85 kg/dia de lactação) mas,
considerando os 2.777 dias de vida produtiva desde seu primeiro parto, a
média foi de 9,8 litros/dia em função dos 661 dias (24%) que permaneceu
seca, assim, em média apesar da longa lactação, permaneceu a cada ano, 278
dias em lactação e 87 dias “seca” , produzindo a cada período de 365 dias,
3.577 kg em média (cerca de 43% superior a média).  

A ideia de disponibilizar a informação de uma produção acima de 6.400 kg
numa lactação, em que pese sua longa duração, foi mais pelo ineditismo em
nosso meio e pela curiosidade da búfala procurar compensar a falta de
prenhez quase que dobrando sua produção no período.

 

Otavio

 

De: bufalos@yahoogrupos.com.br [mailto:bufalos@yahoogrupos.com.br] Em nome
de Jose Teixeira
Enviada em: segunda-feira, 23 de julho de 2012 12:56
Para: bufalos lista
Assunto: [bufalos] Produção de leite

 

  



Boa tarde.Mais uma vez solicito auxílio técnico ao mestre professor
Alcides.Ao relatar a alta lactação de uma de suas matrizes Otávio mostra que
altas lactações em búfalas existem em nosso criatório.Meu questionamento é
até que ponto estes resultados são significativos desacompanhados de um
curto período de reconcepção?Em todos os programas de seleção de todas as
espécies o intervalo entre partos tem um peso grande na manutenção do
indivíduo dentro do rebanho. Com as novas técnicas de reprodução como a FIV
podemos estar selecionando indivíduos pouco férteis, apesar de muito
produtivos dentro dos rebanhos.Conforme pesquisa realizada pelo Dr. Alcides
Amorim Ramos a raça bovina Gir não consegue parir, produzir e emprenhar num
curto espaço de tempo, levando a um grande intervalo entre partos, o que tem
se mostrado indesejável nos programas de melhoramento genético aos quais
tenho acesso.Já discordei do mesmo fato em um programa de seleção para
leite, mas assim como o peso final de indivíduos selecionados para corte são
destaque a produção em picos de lactação mesmo que sem persistência, assim
como a produção total de leite com baixa fertilidade são destaque.Caso o
professor possa me auxiliar nestas ponderações agradeço.José Teixeira Filho.



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