Oi Kleber

postei no dia 14, vc viu?

Essa Carta aberta publicada no Extra Online - AL foi uma das causas da 
mudança do Congresso em relação a ele nessa semana, né?


Beijins
Fa
----------------------------------------------------------------
"Já foram escritas todas as boas máximas. Só falta colocá-las em prática."
----------------------------------------------------------------


AKA escreveu:
> Assunto: Enc: Carta Aberta ao Senador Renan Calheiros
> 
> 
> 
> 
>   "Vida de gado. Povo marcado. Povo feliz" As vacas de Renan dão cria
> 24 h por dia. Haja capim e gente besta em Murici e em Alagoas!
> 
> 
> 
> 
> Senador Renan Calheiros,
> 
> 
> Uma qualidade eu admiro em você: o conhecimento da alma humana. Você
> sabe manipular as pessoas, as ambições, os pecados e as fraquezas. Do
> menino ingênuo que fui buscar em Murici para ser deputado estadual em
> 1978, que acreditava na pureza necessária de uma política de oposição
> dentro da ditadura militar, você, Renan Calheiros, construiu uma
> trajetória de causar inveja a todos os homens de bem que se acovardam
> e não aprendem nunca a ousar como os bandidos.
> 
> Você é um homem ousado. Compreendeu, num determinado momento, que a
> vitória não pertence aos homens de bem,desarmados desta fúria do
> desatino que é vencer a qualquer preço. E resolveu armar-se. Fosse
> qual fosse o preço, Renan Calheiros nunca mais seria o filho do "seo"
> Olavo, a digladiar-se com os poderosos Omena, na Usina São Simeão, em
> desigualdade de forças e de dinheiros.
> 
> Decidiu que não iria combatê-los de peito aberto, Descobriria um
> atalho, um ou mil artifícios para vence-los, e, quem sabe um dia,
> derrotaria a todos eles, os emplumados almofadinhas que tinham
> empregados, cujo serviço exclusivo era abanar , por horas, um leque
> imenso, sobre a mesa dos usineiros para que os mosquitos de Murici (em
> Murici até os mosquitos são vorazes) não mordessem a tez rósea de seus
> donos: Quem sabe um dia, com a alavanca da política, não seria Renan
> Calheiros, o dono único, coronel de porteira fechada, das terras e do
> engenho, onde seu pai, humilde, costumava ir buscar o dinheiro da
> cana, para pagar a educação de seus filhos, e tirava o chapéu para os
> Omena, poderosos e perigosos. Renan sonhava ser um big shot, a
> qualquer preço. Vendeu a alma, como o Fausto de Goethe, e pediu fama e
> riqueza, em troca.
> 
> Quando você e o então deputado Geraldo Bulhões, colegas de bancada de
> Fernando Collor, aproximaram-se dele, aliaram-se, começou a ser parido
> o novo Renan. Há quem diga que você é um analfabeto de raro polimento,
> um intuitivo. Que nunca leu nenhum autor de economia, sociologia ou
> direito. Os seus colegas de Universidade diziam isto. Longe de ser um
> demérito, esta sua espessa ignorância literária, faz sobressair, ainda
> mais, seu talento de vencedor. Creio que foi a casa pobre, numa rua
> descalça de Murici, que forneceu a você o combustível do ódio à
> pobreza e a ser pobre. E Renan Calheiros decidiu que se a sua política
> não serviria ao povo em nada, a ele próprio serviria, em tudo. Haveria
> de ser recebido em Palácios, em mansões de milionários, em congressos
> estrangeiros, como um príncipe, e quando chegasse a esse ponto, todos
> os seus traumas banhados no rio Mundaú, seria rebatizados em fausto e
> opulência. "Lá terei a mulher que quero, na cama que escolherei. Serei
> amigo do Rei."
> 
> Machado de Assis, por ingênuo, disse na boca de um dos seus
> personagens: "A alma terá, como a terra, uma túnica incorruptível".
> Mais adiante, porém, diante da inexorabilidade do destino do
> desonesto, ele advertia: "Suje-se gordo! Quer sujar-se? Suje-se
> gordo!".
> 
> Renan Calheiros, em 1986, foi eleito deputado federal pela segunda
> vez. Neste mandato nascia o Renan globalizado, gerente de resultados,
> ambição à larga, enterrando, pouco a pouco, todos os escrúpulos da
> consciência. No seu caso nada sobrou do naufrágio das ilusões de moço!
> Nem a vergonha na cara. O usineiro João Lyra patrocinou esta sua
> campanha com US 1.000.000. O dinheiro era entregue, em parcelas, ao
> seu motorista Milton, enquanto você esperava bebericando, no antigo
> Hotel Luxor, av. Assis Chateaubriand, hoje Tribunal do Trabalho. E fez
> uma campanha rica e impressionante, porque entre seus eleitores havia
> pobres universitários comunistas e usineiros deslumbrados, a segui-los
> nas estradas poeirentas das Alagoas, extasiados com a sua intrepidez
> em ganhar a qualquer preço. O destemor do alpinista, que ou chega ao
> topo da montanha, e é tudo seu, montanha e glória, ou morre. Ou como o
> jogador de pôquer, que blefa e não treme, que blefa rindo e cujos
> olhos indecifráveis intimidam o adversário. E joga tudo. E vence. No
> blefe.
> 
> Você, Renan não tem alma, só apetites, dizem. E quem na política
> brasileira a tem? Quem neste Planalto, "centro das grandes
> picaretagens nacionais" atende no seu comportamento a razões e
> objetivos de interesse público? ACM, que na iminência de ser cassado,
> escorregou pela porta da renúncia e foi reeleito como o grande coronel
> de uma Bahia paradoxal, que exibe talentos com a mesma sem cerimônia
> com que cultiva corruptos? José Sarney, que tomou carona com Carlos
> Lacerda, com Juscelino, e, agora, depois de ter apanhado uma tunda de
> você, virou seu "pai velho", passando-lhe a alquimia de 50 anos de
> malandragem? Quem tem autoridade moral para lhe cobrar coerência de
> princípios? O presidente Lula, que deu o "golpe do operário", no dizer
> de Brizola, e hoje "hospeda" no seu Ministério um office-boy do
> próprio Brizola? Que taxou os aposentados, que não o eram, nem no
> Governo de Collor, e dobrou o Supremo Tribunal Federal? No velho dizer
> dos canalhas, "todos fazem isto", mentem, roubam, traem. Assim,
> senador, você é apenas o mais esperto de todos, que, mesmo com fatos
> gritantes de improbidade, de desvio de conduta, pública e privada, tem
> a quase unanimidade deste Senado de Quasimodos morais para
> "blinda-lo".
> E um moço de aparência simplória, com um nome de pé de serra, Siba, é
> o camareiro de seu salvo-conduto para a impunidade, e fará de tudo,
> para que a sua bandeira, absolver Renan no Conselho de Ética, consagre
> a "sua carreira". Não sei se este Siba é prefixo de sibarita, mas,
> como seu advogado in pectore, vida de rico ele terá garantida. Cabra
> bom de tarefa, olhem o jeito sestroso com que ele defende o "chefe". É
> mais realista que o Rei. E do outro lado, o xerife da ditadura
> militar, que, desde logo, previne: "quero absolver Renan". Que
> Corregedor! Que Senado!
> 
> Vou reproduzir aqui o que você declarou possuir de bens em 2002 ao
> TRE. Confira, tem a sua assinatura: 1) Casa em Brasília, Lago Sul, R$
> 800 mil, 2) Apartamento no edifício Tartana, Ponta Verde, R$ 700 mil,
> 3) Apartamento no Flat Alvorada, DF, de R$ 100 mil, 4) Casa na Barra
> de S Miguel de R$ 350 mil E SÒ. Você não declarou nenhuma fazenda nem
> uma cabeça de gado!! Sem levar em conta que seu apartamento no
> Edifício Tartana vale, na realidade, mais de R$ 1 milhão e sua casa na
> Barra de São Miguel, comprada de um comerciante farmacêutico, vale R$
> 3.000.000.
> 
> Só aí, Renan, você DECLARA POSSUIR UM PATRIMONIO DE CERCA DE R$
> 5.000.000. Se você, em 24 anos de mandato, ganhou BRUTOS, R$ 2
> milhões, como comprou o resto? E as fazendas, e as rádios, tudo em
> nome de laranja? Que herança moral você deixa para seus descendentes.
> Você vai entrar na história de Alagoas como um político desonesto, sem
> escrúpulos e que trai até a família. Tem certeza de que vale a pena?
> 
> Um vez, há poucos anos, perguntei a você como estava o maior
> latifundiário de Murici. E você respondeu: "Não tenho uma tarefa de
> terra. A vocação de agricultor da família é o Olavinho". É verdade,
> especialmente no verde das mesas de pôquer!
> 
> O Brasil inteiro, em sua maioria, pede a sua cassação. Dificilmente
> você será condenado. Em Brasília, são quase todos cúmplices. Mas olhe
> no rosto das pessoas na rua, leia direito o que elas pensam, sinta o
> desprezo que os alagoanos de bem sentem por você e seu comportamento
> desonesto e mentiroso. Hoje, perguntado, o povo fecharia o Congresso.
> Por causa de gente como você.
> 
> Airton Luiz Mendonça
> 
no mail with banners

Responder a