Diogo Mainardi 
Morremos todos 

"A posse do ministro da Defesa, na última quarta-
feira, foi o espetáculo mais indecoroso da história
política brasileira. Lula ria. Nelson Jobim ria. Tarso
Genro ria. Guido Mantega ria. Celso Amorim ria. 
Juniti Saito ria. Marco Aurélio Garcia ria. Por algum
motivo, até mesmo o demitido Waldir Pires ria. Lula
provavelmente se regozijava por ter se safado, 
segundo seus cálculos, de mais uma fria" 

Quando é que derrubaremos Lula? 

A posse do ministro da Defesa, na última quarta-feira, foi o espetáculo mais 
indecoroso da história política brasileira. Lula ria. Nelson Jobim ria. Tarso 
Genro ria. Guido Mantega ria. Celso Amorim ria. Juniti Saito ria. Marco Aurélio 
Garcia ria. Por algum motivo, até mesmo o demitido Waldir Pires ria. Lula 
provavelmente se regozijava por ter se safado, segundo seus cálculos, de mais 
uma fria. No caso, os 200 mortos da tragédia da TAM. Ele repetiu 
despudoradamente, com sua risada, o gesto de escárnio feito por Marco Aurélio 
Garcia em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Que espécie de gente tripudia 
sobre 200 mortos? Como alguém pode atingir esse grau de pusilanimidade? Se um 
dos militares presentes naquela sala batesse vigorosamente as botas, Lula e 
seus ministros com certeza sairiam em disparada, aos gritos, acotovelando-se e 
pisoteando-se no carpete verde. Eles só sabem cuidar da própria pele e do 
próprio bolso. Dane-se todo o resto. 

Ninguém derrubará Lula. O que vai acontecer conosco é muito pior: um 
progressivo desmoronamento da sociedade. É sempre complicado tentar apontar o 
momento em que um país se perde irremediavelmente. Mas, se eu fosse apostar, 
apostaria todas as fichas que ele ocorreu na posse de Nelson Jobim, na 
quarta-feira passada. Entre uma tirada de bar e outra, Lula profanou os 200 
corpos dando a entender que o desastre poderia servir pelo menos para diminuir 
as filas da ponte aérea. Uma sociedade resiste a um governo corrupto. Ela 
resiste também a um presidente incapaz. O que elimina qualquer possibilidade de 
convívio é o triunfo dessa boçalidade predatória que caracteriza Lula e sua 
gente. Eles cercaram a cidadela e ficaram esperando que nossas reservas de 
civilidade acabassem. Elas acabaram. Estamos desarmados e rendidos. 

O Brasil é um buraco. Nunca fizemos algo que prestasse. Mas até outro dia ainda 
tínhamos uma vaga idéia de como nos comportar. E era essa vaga idéia que 
mantinha o país andando. Andando de lado, mas andando. Uma das regras de 
comportamento que a gente seguia era manter certa dose de compostura diante da 
dor pela morte de alguém. Lula violou essa regra. Depois de violá-la, tripudiou 
mais uma vez, ensinando aos familiares dos mortos do desastre da TAM que "é 
preciso que a gente tenha momentos de descontração para tornar a vida menos 
sofrível". Um dia Lula morrerá. Mas nós já teremos morrido antes dele. 

 

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