Prezado Edson,

Espero que algum colega possa lhe dar uma justificação  melhor fundamentada
do que esta que lhe vou apresentar, que por alguma razão não seja a mais
correta ou completa.
Seja bem vindo ao diálogo.
Mesmo fazendo perguntas que não ocorreram aos colegas até agora, elas
enriquecem o pormenor envolvente do problema.
Vamos lá:
Sabemos que a temperatura, os ventos e a umidade relativa condicionam as
carateristicas climatológicas de um dado lugar e num dado momento.
Essas caracteristicas são levadas em consideração. São sempre implicitas e
exercem influências determinantes de outros fenômenos. Favorecem ou
dificultam a vegetação , seu crescimento ou não, condicionam o estado
saniário, etc.
Também a capacidade de absorver mais ou menos  umidade está intrinsecamente
ligada á composição desses elementos.
Entretanto, alguns desses elementos são dificilmente manobráveis pelo homem.
Não dispomos de ferramentas práticas para os dominar e nos contentamos em
apenas os conhecermos e em nos habilitarmos a nos defender de efeitos
desfavoráveis.
Quando percorremos o caminho do Kc, o fazemos porque na prática podemos
obter resultados económicos cientificos que favorecem o alcance de objetivos
fundamentais á nossa vida.
Querer mudar ou fixar a umidade relativa em níveis estudados como bons ou
optimos, não faz por enquanto sentido a não ser em câmaras climatizadas,
estufas ou outros espaços construidos para esse fim, em dimensões limitadas,
para os tais fins cientificos e económicos, manobráveis com viabilidade
tecnico-cientifica. Mas conter massas de ar com origem polar , desertica ,
ou outra,  que poderá contentar alguns projetos regionais, em campo aberto,
já parece uma impossibilidade para as técnicas e recursos de hoje.
O que ocorre ao longo de uma cultura é que esses conjuntos de circunstâncias
climáticas passa por nós com uma infinidade de variações para as quais a
postura mais comum é tomar conhecimento delas e tão sómente mexer aqui e
ali, como você viu o Dr José se expressar , tentando com irrigação homogênia
criar um micrpo clima com condições similares de umidade atmosférica.
Estes pequenos acertos têm sua influência sob muitos aspetos e de certo modo
são praticados como medidas de aproximação das condições que desejamos
melhores, mas qualquer tempestade de ventos secos ou qualquer borrasca pode
anular os efeitos que esperávamos com nossas ténues forças de intervenção
nos elementos da Natureza.
Acredito que num âmbito geral todos conhecem esses fenómenos, os levam em
consideração, embora não pratiquem intervenções que pretendam alterar tão
poderosas forças. Por isso talvez ninguem as referiu explicitamente.
Para o Kc vamos tendo ferramentas fisicas, matemáticas, etc, podendo
consolidar conhecimentos generalizáveis para condições climáticas normais;
Para outros fenómenos, não tanto.
Se algum colega tiver mais subsídios, agradeço.
Um abraço
Engº Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]



----- Original Message -----
From: "Edson Pereira Tangerino" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Wednesday, September 03, 2003 2:38 PM
Subject: Re: [irriga-l] Re: [irriga-l] Metodologia para determinação de Kcem
pomares...


> Boa tarde
> Sou engenheiro civil e tenho acompanhando em parte essa discussão do kc.
Como curioso não
> observei nenhuma mensão à capacidade do ar em receber a umidade do solo ou
das plantas.
> Acredito que tenha importancia, ja que essa capacidade varia com a
temperatura, ventos,
> época do ano, umidade relativa do ar, etc.
> Abraços
>
> Jorge wrote:
>
> > Certo, José.
> >
> > A Idéia dos plasticos surgiu de outro colega. Apenas respondi no âmbito
do
> > conhecimento de certos materiais que venho observando no mercado para
> > estufas, casas de vegetação e revestimento de tanques.
> > Acrescentei uma visão criativa a explorar.
> > Sendo um conjunto de medidas factíveis, pode-se também dizer que são
> > artificiais.
> > No entanto, se derem o resultado esperado, podem ser de grande
utilidade.
> > Mas dada a sua argumentação em relação á outra metodologia que me parece
> > mais ortodoxa e menos complicada, exigindo sim aquele rigor na
irrigação,
> > com coeficientes de uniformidade elevados, penso que esse método, quando
bem
> > definido e bem comunicado a diversos grupos em várias regiões do Brasil,
> > pode prestar um maior serviço, uma maior abrangência regional e obter um
> > crédito científico mais válido.
> >
> > Se estas dicas que me parecem mais amuderecidas vierem a fazer parte da
> > metodologia, com alguns acertos, devem atender então ás técnicas de
> > instalação de irrigação precisa.
> >
> > Neste particular penso que a forma mais perfeita de cobertura será por
Pivot
> > Central, mas não qualquer Pivot Central.
> > Explico melhor:
> > O Pivot Central que vier a ser utilizado para esse estudo, pode ter
qualquer
> > mapeamento de seus sprays, original ou não.
> > Não depende de marca ou de modelo.
> > A condição essencial é que dentro da faixa em pesquisa seja feito um
> > mapeamento com emissores de alta confiabilidade e com o cálculo de
vazão,
> > perdas de carga, alcance, distribuição ao longo do raio etc, conhecidos
e
> > praticados por profissional habilitado.
> > Ora, de minha experiência no ramo, posso afirmar que a tecnologia
disponível
> > e praticada em boa parte das indústrias , senão em todas, é muito boa,
mas
> > não excelente ou optima.
> > Significa que para culturas extensivas com valor comercial, atingem os
> > objetivos dos compradores de Pivots, mas são conhecidos também pequenos
> > erros de projeto e de mapeamentos que podem chegar como já afirmei aqui
a 5
> > % consagrados e tolerados, ou mais do que isso, se não forem cuidados os
> > aspetos acima.
> > Uma dificuldade quase sempre presente é a de que os programas de
cálculo,
> > quase sempre importados, vêm protegidos contra cópia ou alteração e já
> > consagram esses erros impedindo a sua correção.
> > Como nos negócios não se cuida de pesquisa, corre-se o risco de tomar
como
> > correta a distribuição dos bicos quando não o está em absoluto.
> > A solução é fazer TUPINIQUIM. Ou seja, fazer o cálculo manual, de acordo
com
> > os coeficientes de descarga dos bicos emissores, providenciar pressões
> > conhecidas e reguladas automáticamente e colocar a distribuição desses
bicos
> > em espaçamento exato de acordo com a fórmula de cálculo.
> >  Não é um cálculo fácil mas é a única solução quando não existem
infinitas
> > variações de diâmetros de emissores em nenhum dos fabricantes de sprays
ou
> > aspersores.
> > O grau de liberdade para acerto é assim transferido para infinitas
variações
> > de espaço, desde que os locais de aplicação de emissores não sejam de
aço
> > galvanizado com tomadas soldadas fixas de 3 em 3 metros como é muito
comum.
> > Em vez destes espaços regulares de 3 x 3 poderemos ter de conviver com
> > espaços de 1,8 mx 1,75 x 1,71 x 1,64 x 1,60 x 1,56.
> > Esta sequência de espaçamento de bicos é apenas indicativa do que pode
> > acontecer num mapeamento correto.As sequências apresentam sempre
> > espaçamentos de valor decrescente. Apenas uma imagem visual por
enquanto.
> > Bem diferente de espaçamentos fixos e iguais para cada emissor
> > Recomendo que sejam instalados micro aspersores invertidos com aplicação
em
> > mangueiras de pebd com distâncias rigorosas dentro da faixa de pesquisa
> > mapeada.
> > Essa mangueira de pebd receberá água do sistema Pivot Central mas terá
um
> > rigor acrescido nas pressões homogêneas através de válvulas automáticas,
e
> > na filtragem que evite qualquer entupimento dos emissores. (A maior
parte
> > dos grandes Pivots não filtra a água e os entupimentos das válvulas e
sprays
> > é por demais frequente.)
> > O programa de cálculo que recomendo é de minha autoria e apresenta essa
> > grande vantagem de ser um programa aberto em linguagem excell,
inteiramente
> > manobrável por qualquer usuário, sem segredos de indústrias e que
facilita
> > muito a visualização de todos os indices simultâneamente.
> > Quando for necessário e oportuno disponibilizarei essa ferramenta ou
farei o
> > mapeamento com os detalhes construtivos para que seja experimentado e
> > conferido.
> > Matemáticamente o programa se aproxima de eficácia 100%.
> > Quando se detetarem erros ou variações, pode procurar nos materiais do
> > sistema, emissores, mangueiras, filtro, válvulas, conexões,... etc,
> >
> > Concordo que a sombra projetada pela copa é um complicador a resolver
mais
> > tarde.
> > Na verdade a sombra de culturas de crescimento anual pode ser mais
> > complicada para separar a sua influência nos cálculos.
> > Mas em pomar de citros, os primeiros anos poderão não ser tão
complicados se
> > tivermos em conta o pequeno porte inicial e uma metodologia que inclua a
> > dimensão da copa, variável com o crescimento, como hoje já se faz.
> > Pequenas árvores não terão nos primeiros anos, sombras grandes.
> > E podem e devem ser analisadas as suas condições de Evaporação e
> > Transpiração.
> > O progresso das observações anuais vai contribuir para a criação de
indices
> > aplicáveis por anos de crescimento ou por área de projeção da copa, que
me
> > parece mais adequado.
> >
> > Um abraço a todos
> > Engº Jorge de Sousa
> > [EMAIL PROTECTED]
> >
> > ----- Original Message -----
> > From: "Jose Alves Junior" <[EMAIL PROTECTED]>
> > To: <[EMAIL PROTECTED]>
> > Cc: <[EMAIL PROTECTED]>
> > Sent: Tuesday, September 02, 2003 2:48 PM
> > Subject: [irriga-l] Metodologia para determinação de Kc em pomares...
> >
> > > Caro amigos da lista...a sugestão do amigo Jorge é muito interessante.
> > > Com o uso de cobertura plástica, ou outro material impermeável,
> > > pode-se facilmente isolar a evaporação da transpiração. Porém estudos
> > > devem ser realizados, com o objetivo de selecionar o material que
> > > interferirá o mínimo possível na transpiração natural da planta.
> > > Portanto, sugiro outra metodologia para se atingir o mesmo resultado.
> > > " Instala-se dois lisimetros no pomar, um na linha de plantio com uma
> > > planta de interesse dentro, e outro lisimetro no espaço entre linhas
> > > de plantio com solo nu. A irrigação deverá ser feita em área total
> > > (dentro e fora do lisímetro), e com boa uniformidade de distribuição.
> > > Dessa forma estabelecerá um microclima único dentro do pomar, evitando
> > > o efeito oásis nos lisímetros e nos bulbos molhados que se forma por
> > > sistemas localizados.
> > > Dessa maneira, sabendo-se o consumo de água de um solo nu, pode-se
> > > considerar o mesmo consumo para o solo dentro do lisímetro com planta,
> > > e diante disso subtrair do peso total (do lisimetro com planta) e
> > > obter-se a transpiração.
> > > Sabendo o quanto o solo nu consome de água por evaporação, facilmente
> > > se sabe o quanto por evaporação todo espaçamento da cultura consome.
> > > Somando-se a isso o consumo transpirado, obtém-se o consumo total, ou
> > > seja, a evapotranspiração da cultura. Aí sim, dividi-se esse consumo
> > > total em litros, pela área do espaçamento da cultura em m2 (como
> > > sugerido inicialmente pelo Amigo Flávio do IAC) e obtém-se a ETc em
> > > mm.  Kc=ETc/ETo
> > > Usando essa metodologia, obtém-se o coeficiente de cultivo (Kc) para
> > > pomares com plantas isoladas, e também o consumo das mesmas em litros
> > > por planta. Diante disso, facilmente adequaríamos uma metodologia para
> > > coeficiente de cobertura (Kr), pois saberíamos exatamente o quanto
> > > aplicar isoladamente em uma planta por sistemas localizados.
> > >
> > > Portanto, não descarto a sugestão do Jorge...mas, os estudos dos
> > > plásticos sugeridos por ele, para serem realizados precisam de uma
> > > base de comparação e que neste caso poderia ser esta metodologia acima
> > > mencionada.
> > >
> > > Um ponto falho que pode ser levantado nesta metodologia, é que está
> > > sendo desprezado o sombreamento da copa...que reduz a evaporação de
> > > água do solo nu na região sombreada pela planta (projeção da copa em
> > > citros e café por exemplo, e sombra da espaldeira no caso de
> > > maracujazeiro e videira por exemplo). Mas, nesse caso, a metodologia
> > > erra para mais, superestimando o consumo da cultura. Uma forma para
> > > isolar esse erro, pode ser discutido posteriormente.
> > > Obrigado.
> > >
> > > Jose Alves Junior
> > > Engenheiro Agronomo pela FEIS/UNESP e Doutorando em Irrigacao e
> > > Drenagem na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da
> > > ESALQ/USP, Departamento de Engenharia Rural. 13418-900.
> > > Piracicaba - SP. Fone: res:(19) 34326043, sala: (19)34294217 - ramal:
> > > 266. E-mail: [EMAIL PROTECTED]
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