Prezados Colegas ,
 
De acordo com as explicações dos colegas penso que ainda poderemos tecer algumas considerações a respeito de lâmina maior ou menor.
Pegando no último parágrafo do Fernando, que transcrevo abaixo,
<<Resumindo:
    Deve-se planejar a lâmina d´água do pivô de acordo com as características da PLANTA, do CLIMA e do do SOLO. Aí, então, entramos com os cálculos hidráulicos, conforme as coerentes observações do Jorge.
Fernando>>   
 
acrescento que qualquer pivot pode ter sua lâmina definida como elevada, como exemplo, 20 mm/dia em 24 horas , que óbviamente em termos de fabricação é um exagero, e mesmo nesse pivot conseguir uma aplicação de lâmina baixa, em caso especial de elevada velocidade de translação, o que é outro erro de construção tendo em conta a economia de projeto.
Os limites construtivos têm assim uma possibilidade imensa de opções , mas com resultados não constantemente económicos. Cada diversão matemática ou hidraulica, tem seus custos  e eles não são baratos.
É necessária uma grande criatividade para a construção de equipamentos que atendam a todos os quesitos , desde a necessária resistência aos esforços solicitados em trabalho, passando pelo consumo energético, durabilidade face ás condições de possíveis corrosões, e riscos diversos por uso inadequado, aplicando, por exemplo do Fernando, lâminas diversas fora das necessidades do momento de cada cultura, e outras circunstâncias que influenciam o sucesso  ou insucesso de uma exploração.
Não chega a ser " um bicho de sete cabeças" desde que se usem os conhecimentos mais  modernos de todos os setores das engenharias envolvidas, mas cada vez mais, é campo de especialistas bem formados e informados.
Diria que o Brasil teve oportunidade de aprender com os acertos de muitos e bons profissionais , mas também aprendeu muito com os erros e desacertos , nas tentativas de alcançar os melhores resultados.
É no entanto um caminho com "pedras para tropeçar" caso não se atendam a critérios com a observancia cientifica.
Se por um lado o Brasil tem um dos maiores parques de maquinário Pivot  do Mundo, é também por aqui que encontramos um dos maiores "Cemitérios " de projetos falidos por não atenderem, no todo ou em parte, ás tais regras económicas que em seu conjunto propiciam o sucesso dos empreendimentos.
 
Atenciosamente,
Jorge de Sousa
 
 
 


----- Original Message -----
From: Fernando
Sent: Saturday, June 26, 2004 12:19 PM
Subject: Re: [irriga-l] Lamina para Pivos

Caro Marcos,

    Gostaria de acrescentar mais duas às observações do Fernando Tangerino, por sinal bastante coerentes.

    Deve-se considerar as características do solo em que será implantado o pivô, e as características fisiológicas das culturas que serão implantadas. As características mais importantes são a velocidade de infiltração e a capacidade de armazenamento de água.

    Com relação ao solo:
    Caso a intensidade de aplicação do pivô ultrapasse a velocidade de infiltração, haverá perda de água por escorrimento superficial (runoff).
    Caso a lâmina d´água total ultrapasse a capacidade de armazenamento, haverá perdas de água por percolação (drenagem abaixo da camada de raízes). A percolação só é benéfica se for planejada, em casos específicos, tais como no manejo da salinidade do solo.

    Com relação à cultura:
    Há casos em que as culturas necessitam da aplicação freqüente e em baixa quantidade, e casos em que ocorre justamente o contrário. Há, também necessidades diferenciadas ao longo do ciclo, tanto em termos de quantidade como de frequência.
    Cito, como exemplos, duas culturas: alface e café.
    No caso da alface, o que nos interessa são as folhas. Portanto, há necessidade de irrigações diárias ou a cada dois dias, em baixa intensidade.
    No caso do café, o que interessa são os frutos maduros, colhidos no ponto certo. Como a planta dá várias floradas e o número destas é influenciado diretamente pela disponibilidade de água e outras variáveis climáticas, a estratégia aqui é diferente.
    Há muitos casos observados no campo, mostrando que a irrigação de alta frequência pode prejudicar a qualidade da bebida, devido ao maior número de floradas e à consequente irregularidade de maturação dos frutos.

Resumindo:
    Deve-se planejar a lâmina d´água do pivô de acordo com as características da PLANTA, do CLIMA e do do SOLO. Aí, então, entramos com os cálculos hidráulicos, conforme as coerentes observações do Jorge.

Fernando

-- 
Fernando Campos Mendonça
UNOESTE - Univ. do Oeste Paulista
Fac. de Ciências Agrárias
Rod. Raposo Tavares, km 572
19067-175 Presidente Prudente-SP 
(18) 229-2000 rm 2109 / 229-2024 (fax)



Fernando Braz Tangerino Hernandez escreveu:
Olá Marcos, boa tarde!

Impossivel te responder esta pergunta sem conhecer a regiao em que vc está. A resposta está em função da evapotranspiração de referencia da regiao e da cultura que vc irá plantar e assim teremos definida a evapotranspiração da cultura.

De posse destas informações, definimos o mes mais critico em função do balanço hidrico e por fim acrescentamos a eficiencia do sistema de irrigação e verificamos qual será a capacidade do sistema.

Sugiro que vc levante os dados de evapotranspiração e chuva de sua regiao para fazer esta analise.

Outra sugestao é vc consultar as empresas que trabalham com irrigacao na sua regiao.

Abracos e boa sorte!

Fernando Tangerino

Marcos Alves Ferreira wrote:

Caros senhores da lista.Qual a lamina que devemos adotar para dimensioamento e pivos menores (10 a 20 ha)? Existe alguma vantagem de utlizar lâminas em pivos menores?Agradeço desde já as sugestões.Eng Agrícola Marcos Alves



Responder a