----- Original Message -----
Sent: Wednesday,
March 16, 2005 10:22 AM
Subject: [irriga-l]
RE: [irriga-l] Transposição do Rio São Franscico - Folha de Sao Paulo
Prezados
amigos,
Alguem pode me
informar em que website posso encontrar informacoes sobre precipitacao
pluviometrica, caracteristicas de solo etc para a regiao de Ourinhos, SP?
Agradeco desde
ja, Cristiano Humberg
-----Original Message-----
From: [EMAIL PROTECTED]
[mailto:[EMAIL PROTECTED] On
Behalf Of Fernando Braz Tangerino Hernandez
Sent: segunda-feira, 14 de março
de 2005 15:13
To: IRRIGA-L Grupo de Discussão em
Agricultura Irrigada; Recursos Hídricos - Grupo
Subject: [irriga-l] Transposição
do Rio São Franscico - Folha de Sao Paulo
Olá a todos!
Ontem o Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes,
em cadeia nacional fez a defesa da transposição do Rio São Francisco.
Ontem, também a Folha de São Paulo, dedicou duas
páginas ao assunto. Confiram!
Abracos e tenham uma boa semana!
Fernando Tangerino
FOLHA DE SÃO PAULO, 13
de março de 2005, página A.18.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1303200524.htm
POPULAÇÃO DESCRÊ DE OBRA NO
SÃO FRANCISCO
Ministério cadastra, mas não
convence moradores de áreas que devem ser afetadas por desvio do curso do rio
KAMILA FERNANDES
Acostumado ao clima do semi-árido, o agricultor Petrônio de Teixeira Dias, 59,
já começou a acender velas a são José, à espera de que a chuva chegue pelo
menos até o dia 19 de março, dia do santo, para ele poder plantar. Ele mora em
frente ao leito do único rio de Monteiro, no interior da Paraíba, seco
nesta época do ano, mas que poderá ser perenizado com a obra de
transposição do rio São Francisco. "Mas será que essa obra vai acontecer
mesmo?", perguntou ele à Folha.
A mesma pergunta do agricultor paraibano foi feita à reportagem em 12
municípios do Nordeste setentrional (ao norte da bacia do rio São
Francisco), nos Estados do Ceará, de Pernambuco e da Paraíba, por pessoas que,
pelo projeto de integração de bacias, a chamada transposição, deverão deixar
suas casas para a construção de canais que servirão para transportar a água.
Enquanto as obras não começam, por ser necessário esperar primeiro a licença
ambiental do Ibama, o Ministério da Integração Nacional tenta adiantar o que é
possível. Desde agosto de 2004, um grupo cadastra moradores das áreas por onde
os canais deverão passar, faz o levantamento dos terrenos e tenta explicar à
população o que vai acontecer.
"Mas é difícil mesmo para essas pessoas acreditarem. Vamos ter de voltar
para explicar tudo de novo", disse Elianeiva Odízio, técnica do ministério
responsável pelo cadastramento. "Outros governos que também
prometeram a obra não tinham o compromisso e a vontade política que tem o
governo Lula com o povo nordestino. Essa é a diferença", afirmou o chefe
de gabinete do ministério, Pedro Brito, coordenador-geral do projeto.
Desconfiança
A prova mais palpável de que a transposição poderá mesmo existir são alguns
pequenos marcos de concreto instalados ao longo dos 622 km de canais da obra.
Em frente à casa onde a agricultora Josefa Lopes Francelino, 39, mora com os
oito filhos, no assentamento Quixabinha, em Mauriti, no Ceará (a 493 km de
Fortaleza), há um desses marcos. "Vieram aqui explicar que vai
chegar água, que vai ser bom para todo mundo e que vamos ter de sair daqui. Só
que, depois, não aconteceu mais nada. Vou esperar para ver."
Em 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, outros marcos de concreto
foram instalados no percurso da tão falada transposição. A obra, na época, não
chegou a sair do papel. A descrença é tamanha que nem políticos da região a ser
beneficiada usam a obra em proveito próprio. Um exemplo é o de Lavras da
Mangabeira (CE), cortada pelo rio Salgado e terra do ministro das Comunicações,
Eunício Oliveira (PMDB). O município é administrado por sua irmã, Dena Oliveira
(PMDB). "Aqui, a água que a gente tem para tudo é a do rio. Ninguém falou
nessa transposição, mas, se vier, tomara que dêem uma ajuda para fazer
irrigação", disse o agricultor Virgílio Souza, 32.
O rio Salgado, que deverá receber as águas do rio São Francisco em uma segunda
etapa, planejada para ser concluída até 2010, já foi parcialmente perenizado
por barragens inauguradas há um ano. A primeira etapa do projeto prevê a
construção de 300 km de canais, nos eixos norte e leste, até 2006.
Assim como em Lavras, na maioria dos 12 municípios do Nordeste
setentrional visitados pela Folha, havia água. O que não havia eram
sistemas de distribuição e abastecimento nos locais mais distantes das áreas
urbanas.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Integração Nacional, obras
complementares, para fazer essa água chegar às pessoas, serão executadas pelo
governo federal, que prevê construir 2.600 km de adutoras na região, mas boa
parte da responsabilidade deverá ficar mesmo com os governos
estaduais.
Indenização
Mesmo antes de sair a licença ambiental para o início das obras da
transposição, o Ministério preparou um cadastro e uma tabela de preços para
indenizar as famílias que terão de ceder terras e casas para a passagem dos
canais que cruzam o sertão.
O cadastro das famílias começou em agosto do ano passado e agora está na fase
de revisão. Já a tabela de preços para as desapropriações está na mesa do
ministro Ciro Gomes para ser aprovada. Segundo Odízio, responsável pelo
cadastramento, a tabela leva em conta preços de mercado, e não apenas os usados
por órgãos governamentais, como o Incra. Para evitar a especulação imobiliária,
tudo foi feito antes da aprovação final do projeto.
"Sabemos que as terras da região podem dobrar de valor. Até por isso,
levamos em conta as transações imobiliárias mais recentes", disse.
O cadastramento antecipado e discreto dos moradores é também uma tática para
evitar um inchaço populacional das áreas, disse. "Poderia haver uma
invasão." Foram relacionadas 725 famílias que vivem em um trecho de 200
metros, pelos 622 km de canais a serem construídos para a transposição.
FOLHA DE SÃO PAULO, 13
de março de 2005, página A.19.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1303200525.htm
COMUNIDADES VIZINHAS DE AÇUDE
SOFREM FALTA DE ÁGUA
Do alto da parede do açude do Castanhão, na bacia hidrográfica do médio
Jaguaribe, no Ceará, não é possível ver o fim de tanta água. Com capacidade de
6,7 bilhões de metros cúbicos, o reservatório concentrava, na semana passada,
64,1% do total, com 4,3 bilhões de metros cúbicos.
Apesar da fartura de recursos hídricos, comunidades a menos de 30 km de
distância do açude sofrem para ter acesso à água e dependem de favores
políticos para manter seu abastecimento. Faltam a essa população obras que
garantam a distribuição da água de forma ininterrupta.
Enquanto não chove, as 350 famílias de cinco comunidades localizadas fora da
sede das cidades de Tabuleiro do Norte e de São João do Jaguaribe, a 220 km de
Fortaleza, têm de esperar carros-pipa para encher cisternas construídas ao lado
das casas. Na área urbana dessas cidades, há água.
O uso da água das cisternas tem de ser racionado porque o reabastecimento não acontece
antes de um mês. Quando a água acaba, cada morador tem de ir à prefeitura
refazer um cadastro e provar que precisa do carro-pipa.
Na comunidade de Cajueiro, em Tabuleiro do Norte, apenas a dona-de-casa Edwiges
Paula Lima Souza, 41, tinha água na cisterna no dia 24 de fevereiro. Explicou
que sua cisterna é abastecida pela prefeitura da cidade vizinha, São João do
Jaguaribe. "Tenho título de eleitor lá e não pretendo mudar. Pelo menos a
prefeitura manda água quando eu preciso." Sua filha, Verinalda Lima Souza,
17, mora numa casa vizinha, mas havia mais de uma semana que não tinha água em
sua cisterna, abastecida, como as demais, pela Prefeitura de Tabuleiro.
Enquanto não era feito o reabastecimento, ela e outros vizinhos pediam água
emprestada a Edwiges para lavar, cozinhar, beber, tomar banho. "Aqui todo
mundo tem de ser solidário, a gente não sabe o dia de amanhã."
Mais perto do açude do Castanhão, o assentamento Charneca, do Incra, em São
João do Jaguaribe, onde moram 80 famílias, tem duas cisternas comunitárias,
reabastecidas toda semana. Há sete anos, a localidade, assim como as demais,
espera a construção de uma adutora, pelo governo do Estado, para fazer chegar a
água direto até as casas. Em novembro de 2004, a obra chegou a ser anunciada,
mas foi suspensa.
Segundo Josias Farias Neto, da Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional
do governo do Ceará, a obra foi paralisada porque a escavação que deveria ter
sido executada pela Prefeitura de Tabuleiro não foi concluída pela mudança de
prefeito. "Agora fizemos novas reuniões, e a Prefeitura de São João do
Jaguaribe se comprometeu a ajudar", disse.
Tanto Tabuleiro como São João do Jaguaribe estão entre os 39 municípios do
Ceará que decretaram situação de emergência pela seca e que esperam ajuda
federal para manter os carros-pipa.
(KAMILA FERNANDES)
--
Fernando Braz Tangerino Hernandez
Área de Hidráulica e Irrigação
UNESP - Ilha Solteira
http://www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php
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