O Brasil terá um banco de dados nacional sobre tráfico de seres
humanos em julho do ano que vem, reunindo informações, inquéritos e
processos de todos os Estados, além de um portal na internet, informou a
coordenadora do Programa de Combate ao Tráfico de Seres Humanos do
Misnistério da Justiça, Marina Oliveira.
Marina Oliveira acrescentou que o programa montará, em janeiro, um
escritório de atendimento a mulheres vítimas de exploração sexual em
Goiás. Este estado e o Ceará, que também receberá um escritório até junho
de 2005, estão entre os principais pontos recrutamento de mulheres. Também
receberam prioridade São Paulo, que já abriga um escritório desde maio, e
o Rio de Janeiro, que deverá ganhar o seu em julho.
Marina Oliveira esteve presente na 12ª Reunião Especializada da
Mulher do Mercosul (REM), e traçou um perfil das brasileiras que são
enviadas ao exterior para a prostituição. Segundo ela, existem poucas
informações sobre o assunto, mas o maior número de vítimas tem entre 18 e
25 anos, são mães solteiras ou abandonadas pelos maridos e têm dois ou
três filhos.
"O número de casos de tráficos de mulheres brasileiras é extremamente
subnotificado. De 2000 a 2003, foram registrados apenas 50 casos nos
estados do Rio, São Paulo, Goiás e Ceará. O que se sabe é que O Brasil é
um país de origem de grande parte das mulheres que são exploradas
sexualmente tanto na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha, como
nos Estados Unidos e em países na fronteira brasileira, como o Suriname",
disse Marina Oliveira
Ela considera a cooperação com outros países da América do Sul
fundamental, porque muitas brasileiras são levadas para se prostituirem no
exterior através de países limítrofes. Marina lembrou que, com exceção de
Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com os demais países da América do
Sul.
(Agência Brasil) |