Re: RES: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

2005-11-03 Por tôpico hugolau
At 15:50 01/11/05 -0200, you wrote:
Caro Dr.Hugo,

No momento, vacinar, vacinar e vacinar não garante aos pecuaristas nacionais
uma reposição adequada dos enormes prejuízos sofridos desde o surgimento do
primeiro foco da doença no Mato Grosso do Sul.

Entenda bem que em momento algum estamos defendendo a idéia de que os
búfalos, apesar da indiscutível menor vulnerabilidade à doença e os demais
animais de casco fendido não precisam ser vacinados. Longe disso.

Mas vacinar, vacinar e vacinar da forma burocrática com vem sendo feito há
muitos anos no Brasil não foi, não é e não será jamais minimamente eficaz
para garantir à agropecuária nacional a condição de país livre de aftosa com
vacinação.

Aliás, como afirma o Migliorini, apesar de ser mais provável que um búfalo
eficazmente vacinado esteja melhor protegido contra a doença do que um
bovino também eficazmente vacinado, ambas as espécies continuam sob o
inexorável risco de contraírem essa virose.  

Mas indiscutivelmente a questão a ser discutida está na garantia de que o
vacinar, vacinar e vacinar recomendado pelo amigo seja executado com
eficácia e atinja 100 % do rebanho nacional.

Acompanhei pessoalmente dezenas de vacinações executadas na minha fazenda e
em outras de vizinhos e amigos aqui da minha região e todas as vezes em que
a vacina não foi aplicada pelo Responsável Técnico da propriedade o risco de
perda significativa da garantia de imunização era brutal, por exemplo, por
manutenção dos frascos a céu aberto durante horas e horas da aplicação,
emprego de agulha única em centenas de animais, animais que escapavam da
vacinação na hora em que estavam sendo fechados no curral e por aí afora.

Veja que eu não estou na região da fronteira seca com o Paraguai, mas sim na
região de Jundiaí, a 80 km de São Paulo...

Acho muito estranho recomendar-se obrigatoriamente a vacinação exigindo
entretanto simplesmente do proprietário do rebanho o envio da declaração de
vacinação acompanhada da Nota Fiscal de aquisição da vacina.

Entendo que devemos almejar, trabalhando com inteligência e
responsabilidade, a erradicação da aftosa e de outras zoonoses importantes,
para que possamos assegurar qualidade e segurança alimentar a todos os
compradores dispostos a remunerar bem os nossos produtos de origem animal.  

Afinal de contas, ao que me consta a Austrália já alcançou esse status em
meados do século passado e Santa Catarina, por alguma razão técnica que como
leigo eu não consigo entender tem garantida a condição de região livre de
aftosa SEM VACINAÇÂO.

Roberto

Caro Roberto
Se tu tiveres outra opção de imunização em massa do reanho brasileiro, que
não seja a vacinação, informe ao MAPA. Eu não conheço nenhuma.Quanto ao
Estado de Santa Catarina estar livre da aftosa Sem vacinação é porque
naquele Estado, como no Rio Grande do Sul, a vacinação começou cerca de 30
anos atrás, inclusive eu fiz parte da equipe pioneira de vacinação em SC.
Lá, como no RS existia muita aftosa. Como eles conseguiram ficar o tempo
determinado pela OIE (12 anos, se não me falha a memória), sem nenhum caso
de aftosa, COM VACINAÇÃO,passaram ao status de região livre da aftosa SEM
VACINAÇÃO.Como houve aftosa no RS, uns tempos atrás, esse Estado perdeu o
estatus de livre da aftosa SEM VACINAÇÃO, pois teve de vacinar, e passou a
ser considerado livre da livre da aftosa, COM VACINAÇÃO.Ele deverá passar
um certo tempo sem aftosa, para passar para o antigo status novamente
(livre de aftosa sem vacinação). Gostaria de deixar bem claro que isso não
foi eu que inventei e sim os organismos internacionais que lidam com essa
doença. Quanto a Austrália, assim como os Estados Unidos, Inglaterra,
França, e outros paízes da Europa ,todos já estão livre da Aftosa SEM
VACINAÇÃO, pelos mesmos motivos que Santa Catarina. Caso haja aftosa lá, e
eles tiverem que vacinar novamente, eles tornam a passar para o ao status
de livre da Aftosa COM VACINAÇÃO, novamente. Claro que eles não querem
isso. Portanto vamos vacinar, vacinar e vacinar. E de maneira bem feita, ou
seja, todos os animais sem excessão, vcina bem conservada e aplicação bem
feita, com agulha e via de aplicação apropriada. Como se fosse uma
vacinação em nossos filhos.  Se é para fazer mal feito e melhor nem fazer. 

Hugo Didonet Láu
Méd. vet. Pesquisador
Embrapa Amazônia Oriental

 

  



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RES: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

2005-11-03 Por tôpico Farming
Caro Dr.Hugo,

Como eu sempre tenho colocado, entendo que a única opção de imunização em
massa do rebanho brasileiro é com vacinação funcional e segura.

O Mapa, através da Embrapa principalmente, deveria estar pesquisando e
implementando há muito tempo um projeto racional que viabilize em primeiro
lugar essa imunização em massa para que em 12 anos (se você não estiver
enganado) o Brasil chegue à condição de País Livre da Aftosa, sem vacinação.

Como gestor de agronegócios e pecuarista eu já me contento com a condição de
Livre de Aftosa com vacinação, mas de fato e não apenas até o surgimento
do próximo foco.

Desculpe, mas acho absolutamente irracional as Agências de Defesa
Agropecuária deixarem a responsabilidade da vacinação nas mãos do criador e
satisfazerem-se com uma declaração do proprietário com cópia da Nota Fiscal
de compra da vacina que depois de devidamente totalizada pelos burocratas de
plantão nas repartições públicas passam a compor as estatísticas anuais que
informam o sucesso da campanha por ter atingido 80% do rebanho.

Talvez, um começo de solução para o problema seja tornar obrigatória a
execução da vacinação à campo exclusivamente por técnicos credenciados no
Mapa (ou nas Secretarias de Agricultura Estaduais), inclusive com o emprego
de estudantes de ciências agrárias nos dias de vacinação.

A única certeza que eu tenho é de que não dá para ficarmos estáticos
exigindo o agora sugerido por você de bem vacinar, bem vacinar e bem
vacinar, ou então é melhor não vacinar.

Roberto 

   




-Mensagem original-
De: bufalos@yahoogrupos.com.br [mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome
de [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: quinta-feira, 3 de novembro de 2005 07:54
Para: bufalos@yahoogrupos.com.br
Assunto: Re: RES: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

At 15:50 01/11/05 -0200, you wrote:
Caro Dr.Hugo,

No momento, vacinar, vacinar e vacinar não garante aos pecuaristas
nacionais
uma reposição adequada dos enormes prejuízos sofridos desde o surgimento do
primeiro foco da doença no Mato Grosso do Sul.

Entenda bem que em momento algum estamos defendendo a idéia de que os
búfalos, apesar da indiscutível menor vulnerabilidade à doença e os demais
animais de casco fendido não precisam ser vacinados. Longe disso.

Mas vacinar, vacinar e vacinar da forma burocrática com vem sendo feito há
muitos anos no Brasil não foi, não é e não será jamais minimamente eficaz
para garantir à agropecuária nacional a condição de país livre de aftosa
com
vacinação.

Aliás, como afirma o Migliorini, apesar de ser mais provável que um búfalo
eficazmente vacinado esteja melhor protegido contra a doença do que um
bovino também eficazmente vacinado, ambas as espécies continuam sob o
inexorável risco de contraírem essa virose.  

Mas indiscutivelmente a questão a ser discutida está na garantia de que o
vacinar, vacinar e vacinar recomendado pelo amigo seja executado com
eficácia e atinja 100 % do rebanho nacional.

Acompanhei pessoalmente dezenas de vacinações executadas na minha fazenda e
em outras de vizinhos e amigos aqui da minha região e todas as vezes em que
a vacina não foi aplicada pelo Responsável Técnico da propriedade o risco
de
perda significativa da garantia de imunização era brutal, por exemplo, por
manutenção dos frascos a céu aberto durante horas e horas da aplicação,
emprego de agulha única em centenas de animais, animais que escapavam da
vacinação na hora em que estavam sendo fechados no curral e por aí afora.

Veja que eu não estou na região da fronteira seca com o Paraguai, mas sim
na
região de Jundiaí, a 80 km de São Paulo...

Acho muito estranho recomendar-se obrigatoriamente a vacinação exigindo
entretanto simplesmente do proprietário do rebanho o envio da declaração de
vacinação acompanhada da Nota Fiscal de aquisição da vacina.

Entendo que devemos almejar, trabalhando com inteligência e
responsabilidade, a erradicação da aftosa e de outras zoonoses importantes,
para que possamos assegurar qualidade e segurança alimentar a todos os
compradores dispostos a remunerar bem os nossos produtos de origem animal.


Afinal de contas, ao que me consta a Austrália já alcançou esse status em
meados do século passado e Santa Catarina, por alguma razão técnica que
como
leigo eu não consigo entender tem garantida a condição de região livre de
aftosa SEM VACINAÇÂO.

Roberto

Caro Roberto
Se tu tiveres outra opção de imunização em massa do reanho brasileiro, que
não seja a vacinação, informe ao MAPA. Eu não conheço nenhuma.Quanto ao
Estado de Santa Catarina estar livre da aftosa Sem vacinação é porque
naquele Estado, como no Rio Grande do Sul, a vacinação começou cerca de 30
anos atrás, inclusive eu fiz parte da equipe pioneira de vacinação em SC.
Lá, como no RS existia muita aftosa. Como eles conseguiram ficar o tempo
determinado pela OIE (12 anos, se não me falha a memória), sem nenhum caso
de aftosa, COM VACINAÇÃO,passaram ao status de região livre da aftosa SEM
VACINAÇÃO.Como houve aftosa no RS, uns tempos

RES: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

2005-11-01 Por tôpico Farming
Caro Dr.Hugo,

No momento, vacinar, vacinar e vacinar não garante aos pecuaristas nacionais
uma reposição adequada dos enormes prejuízos sofridos desde o surgimento do
primeiro foco da doença no Mato Grosso do Sul.

Entenda bem que em momento algum estamos defendendo a idéia de que os
búfalos, apesar da indiscutível menor vulnerabilidade à doença e os demais
animais de casco fendido não precisam ser vacinados. Longe disso.

Mas vacinar, vacinar e vacinar da forma burocrática com vem sendo feito há
muitos anos no Brasil não foi, não é e não será jamais minimamente eficaz
para garantir à agropecuária nacional a condição de país livre de aftosa com
vacinação.

Aliás, como afirma o Migliorini, apesar de ser mais provável que um búfalo
eficazmente vacinado esteja melhor protegido contra a doença do que um
bovino também eficazmente vacinado, ambas as espécies continuam sob o
inexorável risco de contraírem essa virose.  

Mas indiscutivelmente a questão a ser discutida está na garantia de que o
vacinar, vacinar e vacinar recomendado pelo amigo seja executado com
eficácia e atinja 100 % do rebanho nacional.

Acompanhei pessoalmente dezenas de vacinações executadas na minha fazenda e
em outras de vizinhos e amigos aqui da minha região e todas as vezes em que
a vacina não foi aplicada pelo Responsável Técnico da propriedade o risco de
perda significativa da garantia de imunização era brutal, por exemplo, por
manutenção dos frascos a céu aberto durante horas e horas da aplicação,
emprego de agulha única em centenas de animais, animais que escapavam da
vacinação na hora em que estavam sendo fechados no curral e por aí afora.

Veja que eu não estou na região da fronteira seca com o Paraguai, mas sim na
região de Jundiaí, a 80 km de São Paulo...

Acho muito estranho recomendar-se obrigatoriamente a vacinação exigindo
entretanto simplesmente do proprietário do rebanho o envio da declaração de
vacinação acompanhada da Nota Fiscal de aquisição da vacina.

Entendo que devemos almejar, trabalhando com inteligência e
responsabilidade, a erradicação da aftosa e de outras zoonoses importantes,
para que possamos assegurar qualidade e segurança alimentar a todos os
compradores dispostos a remunerar bem os nossos produtos de origem animal.  

Afinal de contas, ao que me consta a Austrália já alcançou esse status em
meados do século passado e Santa Catarina, por alguma razão técnica que como
leigo eu não consigo entender tem garantida a condição de região livre de
aftosa SEM VACINAÇÂO.

Roberto



-Mensagem original-
De: bufalos@yahoogrupos.com.br [mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome
de [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: segunda-feira, 31 de outubro de 2005 11:44
Para: bufalos@yahoogrupos.com.br
Assunto: Re: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

At 17:16 30/10/05 -0300, you wrote:
Dr. Hugo,
De acordo com estudos feitos pela Embrapa da Amazônia
Oriental, da qual o companheiro faz parte, não se deve vermifugar os
búfalos
a partir dos dois anos de idade, desde que estejam bem nutridos;
Pergunto: Já que os búfalos são imunes a esses parasitas ao
contrário dos bovinos, não seriam também, na idade adulta imunes ao vírus
da
aftosa?

Meu prezado
Não tem nada que ver uma coisa com a outra. Parasito e vírus da aftosa são
coisas tão diferentes quanto é a água do vinho. Os animais com idade acima
de dois anos são realmente bastante imunes contra as parasitoses
gastrintestinais. Até onde se sabe, entretanto, contra o virus da aftosa
não existe idade para tornarem-se imunes. Já disse, e vou repetir, devemos
parar de pensar que o búfalo é imune ao virus
da aftosa porque ele não é. O que ocorre que por tratar-se de um animal
mais rústico,  mesmo doente, ele geralmente não apresenta sintomas. Vamos
portanto vacinar,
vacinar e vacinar.
Hugo Didonet Lau
Méd. Vet. PhD
Embrapa Amazônia Oriental. 

 

  



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Re: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

2005-10-31 Por tôpico hugolau
At 17:16 30/10/05 -0300, you wrote:
Dr. Hugo,
De acordo com estudos feitos pela Embrapa da Amazônia
Oriental, da qual o companheiro faz parte, não se deve vermifugar os búfalos
a partir dos dois anos de idade, desde que estejam bem nutridos;
Pergunto: Já que os búfalos são imunes a esses parasitas ao
contrário dos bovinos, não seriam também, na idade adulta imunes ao vírus da
aftosa?

Meu prezado
Não tem nada que ver uma coisa com a outra. Parasito e vírus da aftosa são
coisas tão diferentes quanto é a água do vinho. Os animais com idade acima
de dois anos são realmente bastante imunes contra as parasitoses
gastrintestinais. Até onde se sabe, entretanto, contra o virus da aftosa
não existe idade para tornarem-se imunes. Já disse, e vou repetir, devemos
parar de pensar que o búfalo é imune ao virus
da aftosa porque ele não é. O que ocorre que por tratar-se de um animal
mais rústico,  mesmo doente, ele geralmente não apresenta sintomas. Vamos
portanto vacinar,
vacinar e vacinar.
Hugo Didonet Lau
Méd. Vet. PhD
Embrapa Amazônia Oriental. 

 

  



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[bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade

2005-10-30 Por tôpico Bubrasil
Dr. Hugo,
De acordo com estudos feitos pela Embrapa da Amazônia
Oriental, da qual o companheiro faz parte, não se deve vermifugar os búfalos
a partir dos dois anos de idade, desde que estejam bem nutridos;
Pergunto: Já que os búfalos são imunes a esses parasitas ao
contrário dos bovinos, não seriam também, na idade adulta imunes ao vírus da
aftosa?

Amigo Roberto,

Pelo fato de eu não ter formação veterinária,
posso dizer algumas bobagens, porem, sempre com fundamento em algo que leva
a gente acreditar na lei de causa e efeito, ou seja, conhecimento
experimental.
Assim sendo, tenho certeza que o animal bem
vacinado, portanto imunizado . . ., poderá ter contato com o vírus da
aftosa,  sem no entanto ser derrotado pelo mesmo na guerra entre estes e os
milhões de leucócitos bubalinicos batizados pelos efeitos da febre.

Abraço de Migliorini - ACB-ms.

- Original Message -
From: [EMAIL PROTECTED]
To: bufalos@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, October 28, 2005 8:54 AM
Subject: Re: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade


At 09:25 28/10/05 -0300, you wrote:
Companheiros,
Volto ao assunto e pergunto novamente:
Ao contrário do que consta dos livros, há quatro anos que crio búfalos,
nunca cortei umbigo de bezerros, nem sequer passei um repelente. No
entanto,
nunca tive problemas neste sentido. Isto é normal ou são meus búfalos que
são mais rústicos?

No Vale do Guaporé, 5.000 búfalos sobrevivem muito
bem sem vacinas contra aftosa. Nas mesmas condições qualquer outra raça de
bovinos e principalmente as de origem européia, simplesmente teria
desaparecido do mapa. Não seria o caso de a Embrapa aproveitar essa
genética
de rusticidade bubalina?

Pelo que tenho pesquisado, onde há capivaras,
veados, porco do mato ou outro animal qualquer de casco fendido, não há
condições de se eliminar totalmente o virus da aftosa. Logo, o vírus da
febre citada ronda por toda parte. Assim sendo, nosso rebanho de MS. mesmo
convivendo com animais selvagens contaminados, estavam livres da doença
graças a eficiência das vacinações.
Partindo deste princípio, se houve contaminação foi
devido algo errado com a vacinação.

Sr. Migliorini,

O que eu tenho a dizer é que o fato do Sr. não fazer o tratamento do
umbigo, não significa que o o problema não exista. É simplesmente sorte
sua. E a mesma coisa que dizer que não faz o seguro do carro porque nunca
bateu o carro. Um dia pode acontecer. A diferença pode estar no manejo
alimentar e sanitário dos seus animais. Quanto oaos búfalos da Guaporé,
eles não possuem aftosa porque simplesmente o vírus não chegou até lá
ainda. Trata-se de um rebanho bastante isolado. Não tem nada a ver com
rusticidade genética. Devemos parar de pensar que o búfalo é imune ao virus
da aftosa porque ele não é. O que ocorre que por tratar-se de um animal
mais rústico,  mesmo doente, ele geralmente não apresenta sintomas. Ou
seja, ele pode ser um portador são. Isso é um problema sério para o serviço
sanitário oficial, pois os bubalinos, como os caprinos e ovinos podem
funcionar como transmissores da doença. Apesar dos bubalinos serem mais
rusticos que os bovinos, eles demonstram bastante sofrimento quando com a
aftosa. As aftas perduram por mais tempo e a febre e mais alta que nos
bovinos. As consequências parecem ser maiores. Vamos portanto vacinar,
vacinar e vacinar.

Hugo Didonet Láu
Médico Veterinário
Embrapa Amazônia Oriental.




 Migliorini,

A minha pergunta é: Tendo em vista a indiscutível rusticidade bubalina,
basta vacinar para escapar dos prejuízos causados pelo aparecimento dos
focos nos rebanhos bovinos ?

Durante muitos anos eu explorei a pecuária leiteira (com bovinos) ao lado de
uma granja de suínos. Em mais de trinta anos de exploração, sempre vacinei o
rebanho Jersey, nunca tive um caso de aftosa, e nunca vacinei os porcos.

Atribuo isso, apesar de alguns focos terem aparecido na vizinhança, devido à
alta tecnificação aplicada na criação de suínos, inclusive com acesso
restrito, imposição de barreiras sanitárias e higienizações eficazes, tendo
em vista que um rigoroso manejo zootécnico e veterinário e não a vacinação,
que nem mesmo é exigida para essa espécie, geram a garantia de manutenção
de uma suinocultura livre de aftosa.

Até mesmo os pequenos suinicultores são muito rigorosos na aplicação dessas
medidas pois, diferentemente da aftosa em bovinos, nos porcos essa doença
leva sem dúvida alguma a inexorável falência total da atividade.

Aliás, essa tecnificação com responsabilidade também é constatada na
avicultura nacional.

Em meio ao total descontrole das ações públicas, principalmente com a velha
mania de colocar a tranca depois da porta arrombada, não tenho dúvida em
afirmar de que muito mais do que vacinar, cabe ao próprio pecuarista, seja
com búfalos ou bovinos, estabelecer um competente manejo zootécnico e