Re: [bufalos] Montando lotes...

2007-09-26 Por tôpico Otavio
Sergio,

A idéia era justamente que se pudesse discutir um pouco algumas opções de 
manejo:

- Vale a pena dividir os animais em lotes de manejo alimentar ou mesmo 
suplementar individualmente ?
- Em caso positivo, como deveriam ser formados tais grupos ?
- O manejo alimentar durante a lactação deve variar conforme a produção ?
- Há vantagens/desvantagens em utilizar os níveis proteícos recomendados, por 
exemplo pela NRC ?

O Alberto Couto em trabalho que disponibilizou ao grupo há algum tempo (Manejo 
de Búfalas Leiteiras - Circular Técnica nº 2) afirma que a distribuição de 
concentrados individualmente ou em lotes resulta em cerca de 20% de aumento no 
leite em relação à distribuição indiscriminada. Isto ocorre, como destaca o  
Zicarelli em função do comportamento social dos animais, com as dominantes e 
mais velhas se sobrepondo às mais fracas, principalmente novilhas de primeira 
cria ou, ainda, quando de alterações na composição dos animais nos lotes, 
quando existe um certo stress até que as relações sociais se ajustem 
novamente e tralahos neste sentido mostram que a búfalas é particularmente 
sensível a mudanças bruscas de manejo.

Como ressalta o Sergio, a alimentação deve ser compatível com o nível produtivo 
do rebanho, porém conforme observou Zicarelli, (Manejo de búfalas leiteiras- 
ABCB -2007)comparando a produção de fazendas que mantinham um grupo de manejo 
com alimentação constante durante toda a lactação com outro em que a 
alimentação variava em função de alterações dos níveis produtivos durante a 
lactação verificou-se que, com alimentação uniforme, os animais elevaram 
constantemente o teor de gorduras do leite e mantiveram uma melhor persistencia 
de produção  e as com alimentação variável, a elevação de gorduras foi mais 
tardia e tiveram uma persistencia produtiva menos favorável. 

Com relação aos níveis proteicos da dieta, verifica-se que as búfalas 
necessitam, teoricamente, de menores teores proteicos para produção de leite 
corrigido para energia que bovinos. Por outro lado, constatou-se na Itália o 
aprecimento de animais de elevados níveis produtivos (acima de 20 litros) 
apenas quando os teores proteicos na dieta superaram as recomendações usuais 
(mais de 15% na matéria seca) e, além disso, refere Zicarelli que na Itália as 
búfalas a pasto na primavera consomem até 30% mias proteínas que o recomendado 
sem que isto acarrete os danos que se observam nas bovinas (danos podais, 
mastite, alcalose e hipofertilidade). 

Outro aspecto que me parece muito relevante em nosso sistemadec riação é a 
baixa qualidade e grande variabilidade dos alimentos volumosos oferecidos às 
búfalas, cujos picos ed lactação coincidem com o período de pior oferta 
alimentar e, diversamente de bovinos de alta produção, é pouco usual a 
utilização de suplementos volumosos de qualidade.

Otavio






  - Original Message - 
  From: Sérgio Fernandes 
  To: bufalos@yahoogrupos.com.br 
  Sent: Tuesday, September 25, 2007 9:36 PM
  Subject: Re: [bufalos] Montando lotes...


  Caros amigos

  Entro nessa seara em função de ter tido a oportunidade de ter trabalhado com 
o plantel do Otávio Bernardes em 2002. Sem sombra de dúvidas o trbalho por ele 
desenvolvido é importante, como todos sabem, para a bubalinocultura brasileira 
e mundial. Os produtores têm que por na cabeça a importância de se trabalhar 
com nutrição para a obtenção de melhores resultados, em especial com búfalos, 
que demosntram excelentes resultados quando bem nutridos. Assim, fica o exemplo 
do Otávio que tem trabalhado há anos com formualção de dietas. Quero com isso 
dizer que todos os produtores devem buscar ajuda de técnicos com experiência em 
nutrição para desenvolverem seus plantéis.
  Em relação a PB do leite, este é um dos componentes em que se observa grande 
estabilidade no teor. De forma geral, ocorre uma curva, na qual se observa 
queda no teor de PB do leite ao se caminhar para o meio da lactação, voltando a 
se elevar no final. Nutricionalmente falando alterações no teor de PB do leite 
são muito tênues. Assim, dietas com níveis de PB maiores que a exigência do 
animal resultarão em elevação dos teor de Nitrogênio uréico no leite 
(popularmente chamada de uréia), pois a microbiota ruminal não conseguindo 
metabolizar completamente esta PB deitética (transformada em aminoácidos, 
pepitídeos e amônia no rúmen),determinará excesso de amônia no rúmen que será 
absorvido para a corrente sanguínea, sendo transformada em uréia (amônia é 
tóxica ao organismo) e assim expelida (no sangue e no leite). Em função desse 
fator, é importante se utilizar níveis adequados de PB na dieta para se evitar 
elevação do teor de nitrogênio uréico no leite. Por sua vez, níveis
  baixos de PB na dieta, determinarão outras cosnequências, especificamente 
sobre a microbiota ruminal, causando diminuição da digestibilidade da fibra da 
dieta. Também, acarretará diminuição do teor de PB do leite, em função da queda 
do fornecimento de

Re: [bufalos] Montando lotes...

2007-09-26 Por tôpico Sérgio Fernandes
 
aprecimento de animais de elevados níveis produtivos (acima de 20 litros) 
apenas quando os teores proteicos na dieta superaram as recomendações usuais 
(mais de 15% na matéria seca) e, além disso, refere Zicarelli que na Itália as 
búfalas a pasto na primavera consomem até 30% mias proteínas que o recomendado 
sem que isto acarrete os danos que se observam nas bovinas (danos podais, 
mastite, alcalose e hipofertilidade). 

Outro aspecto que me parece muito relevante em nosso sistemadec riação é a 
baixa qualidade e grande variabilidade dos alimentos volumosos oferecidos às 
búfalas, cujos picos ed lactação coincidem com o período de pior oferta 
alimentar e, diversamente de bovinos de alta produção, é pouco usual a 
utilização de suplementos volumosos de qualidade.

Otavio

- Original Message - 
From: Sérgio Fernandes 
To: bufalos@yahoogrupos.com.br 
Sent: Tuesday, September 25, 2007 9:36 PM
Subject: Re: [bufalos] Montando lotes...

Caros amigos

Entro nessa seara em função de ter tido a oportunidade de ter trabalhado com o 
plantel do Otávio Bernardes em 2002. Sem sombra de dúvidas o trbalho por ele 
desenvolvido é importante, como todos sabem, para a bubalinocultura brasileira 
e mundial. Os produtores têm que por na cabeça a importância de se trabalhar 
com nutrição para a obtenção de melhores resultados, em especial com búfalos, 
que demosntram excelentes resultados quando bem nutridos. Assim, fica o exemplo 
do Otávio que tem trabalhado há anos com formualção de dietas. Quero com isso 
dizer que todos os produtores devem buscar ajuda de técnicos com experiência em 
nutrição para desenvolverem seus plantéis.
Em relação a PB do leite, este é um dos componentes em que se observa grande 
estabilidade no teor. De forma geral, ocorre uma curva, na qual se observa 
queda no teor de PB do leite ao se caminhar para o meio da lactação, voltando a 
se elevar no final. Nutricionalmente falando alterações no teor de PB do leite 
são muito tênues. Assim, dietas com níveis de PB maiores que a exigência do 
animal resultarão em elevação dos teor de Nitrogênio uréico no leite 
(popularmente chamada de uréia), pois a microbiota ruminal não conseguindo 
metabolizar completamente esta PB deitética (transformada em aminoácidos, 
pepitídeos e amônia no rúmen),determinará excesso de amônia no rúmen que será 
absorvido para a corrente sanguínea, sendo transformada em uréia (amônia é 
tóxica ao organismo) e assim expelida (no sangue e no leite). Em função desse 
fator, é importante se utilizar níveis adequados de PB na dieta para se evitar 
elevação do teor de nitrogênio uréico no leite. Por sua vez, níveis
baixos de PB na dieta, determinarão outras cosnequências, especificamente sobre 
a microbiota ruminal, causando diminuição da digestibilidade da fibra da dieta. 
Também, acarretará diminuição do teor de PB do leite, em função da queda do 
fornecimento de proteína microbiana oriunda do rúmen, principalmente a caseína. 
Assim, tanto o excesso como a deficiência de PB na dieta podem causar efeitos 
negativos sobre o rendimento de industrial do leite.
É reconhecido o efeito positivo da suplementação sobre extensão da lactação. De 
forma geral, animais bem nutridos tendem a apresentar maior extenão de lactação.
Sugiro oas interessados que leiam meu artigo publicado na Revista do Instituto 
de Laticínios Cândido Tostes volume 60, números 346-347, página 71-78: 
Componentes do leite de bubalinos ao longo da lactação no Estado de São Paulo. 
Neste artigo são comentados estes aspectos nutricionais e a qualidade do leite.

Otavio [EMAIL PROTECTED] escreveu:
Prezado Prof. Willian,

No meu caso, não disponho de análise de gossipol no caroço de algodão que 
adquiro a granel. De qualquer forma, utilizamos o produto em quantidades de até 
3 kg/animal/dia (normalmente 2 kg) e o fornecemos à búfalas em lactação e 
inclusive ao touro. Apesar das referencias na literatura de eventual 
comprometimento reprodutivo potencial, na prética de pelo menos 10 anos de 
utilização contínua, não observamos nenhum problema (nos ultimos anos, nossa 
taxa de fertilidade tem sido superior a 90% e tivemos touro que consumiu o 
produto por vários anos e mesmo assim, aos 20 anos foi doador de semen na 
Cebran e aos 21 anos ainda cobria a campo).

Costumamos expressar o teor de energia em kg de Nutriente Digestivos Totais 
(NDT), cuja equivalencia de forma grosseira poderia ser expressa:
1 kg de NDT = 1,28 UFL = 4,4 Mcal ED = 3,6 Mcal EM e 1 Mcal = 4,18 MJ

Em função dos elevados teores de gordura e proteínas do leite de búfalas em 
relação ao leite bovino, para expressão da produção em equivalente de energia 
do leite bovino (leite ECM), é utilizada a fórmula da Dra Di Palo: {(gordura(g) 
-40) + (proteina (g) -31) x 0,01155} x leite produzido, que expressa pois 
quantos litros de equivalete energético de leite bovino a búfala produz, 
lembrando que o leite bovino corrigido para 4% de gordura tem 740 kcal ou 3,1 
MJ. Estima-se que são necessário cerca de

Re: [bufalos] Montando lotes...

2007-09-25 Por tôpico wmvale
Estimado Nelson  Otávio,

É realmente fabuloso esse trabalho que vocês estão fazendo dentro do  
sistema de produção leiteira da linhagem WB. Entretanto tenho alumas  
dúvidas sobre o assunto e gostaria de que vcs. nos as clareassem:

1. Qual o teor de gossipol existente no caroço de algodão que vcs.  
estão adicionando na ração ?

2. Quantas Kilokal ou Kilojoules são gastos vcs.para cada litro de  
leite produzido?

3. Qual a relação Leite ECM mobilizada pelas búfalas de melhor  
produção para a produção de 1 litro de leite ? Vcs. têm a dosagem no  
leite do teor de gordura e de Proteína ?

Gostaria de vcs. me tirassem essas dúvidas.

SDS

William Vale


Citando Laguna [EMAIL PROTECTED]:

 Otavio,

 É certo que utilizarei as informações que voce disponibiliza para   
 confrontar com o que estamos praticando e colhendo por aqui.
 Além das 80 g de mistura mineral de injestão forçada os animais tem   
 livre acesso a cocho com mistura mineral ?
 Porque motivo voce limita a oferta de ureia a 150 g / animal / dia ?  
  Porque voce deixa de considerar a ureia no consumo de PB/kg/leite?
 Um maior teor de proteina na dieta do animal, mesmo que sem elevar a  
  produção,  não contribui para aumento dos niveis de proteina do   
 leite com consequente melhora de rendimento na produção de derivados  
  lacteos?
 Os animais do grupo 3 apresentaram consumo de NDT/ kg leite similar   
 aos grupos 1 e 2 dos quais só se destacaram pelo maior consumo de PB  
  por litro produzido; foi observada melhora qualitativa neste leite ?
 Mesmo havendo os animais do grupo 3 ja entrado no terço final de   
 suas lactactações ainda apresentaram melhora de 5% no volume de   
 leite e GMD de prox. 0,550 kg voce espera que a suplementação venha   
 a contribuir tambem para uma mais longa lactação ?
 Abusando de meu acesso aos arquivos da Paineiras verifico que Gilete  
  esta em sua 15ª lactação o que faz dela, pelos dados que voce   
 apresenta, valioso exemplo da longevidade produtiva ECONOMICA da   
 especie bubalina.

 Nelson
   -Mensagem Original-
   De: Otavio
   Para: bufalos@yahoogrupos.com.br
   Enviada em: segunda-feira, 24 de setembro de 2007 17:13
   Assunto: [bufalos] Montando lotes...


   Falando em comida de búfalas leiteiras e, enfrentando uma seca   
 danada e tentando racionalizar um pouco a alimentação, além de   
 tentar reduzir o efeito das búfalas dominantes no rebanho, dividimos  
  mes passado os animais em 3 lotes em função do estágio de lactação  
 e  produtividade:
   (a) 18 animais, 135 dias pós parto, produção média de 11,1 kg/dia
   (b) 17 animais, 188 dias pós parto, produção média de 7,3 kg/dia
   (c) 14 animais, 208 dias pós parto, produção média de 4,0 kg/dia

   Usamos aquela planilha que disponibilizei ao grupo e calculei uma   
 dieta respectivamente para produção de 12 kg/dia, 7 kg/dia e 4,0   
 kg/dia, tendo por base de cocentrados caroço de algodão, cevada   
 (residuo umido de cervejaria) e polpa cítrica. Além disso o volumoso  
  base era 60-65% de cana + 35-40% de silo de capim (panicum).
   Acrescentei uma mistura contendo 80 g/vaca/dia de sal mineral +   
 100 g de calcáreo + 150 g de uréia.

   Em teoria, a dieta média por animal foi:
   grupo (a)- 1,5 kg de caroço + 4 kg de cevada (20 kg úmida) + 3 kg   
 de polpa = 13,3% de PB e 66% de NDT (um pouco a menos de energia que  
  recomendado)
   grupo (b) - sem caroço + 2 kg de MS cevada (10 kg umida) + 1 kg de  
  polpa = 9,73 de PB e 59% fr NDT (adequado para 7 litros/dia)
   grupo (c) - sem caroço + 1,7 kg de MS cevada (8,5 kg umida) e sem   
 polpa= 8,48% de PB e 57% de NDT
   Cálcio e fósforo, pela planilha, pareciam adequados.

   Um mês depois, o resultado observado foi o seguinte:
   grupo (a)- produção média de 10,6 kg/dia, vacas ganharam em média   
 1,9 kg no período. Em média, consumiram de concentrado 0,59 kg NDT e  
  0,15 kg de PB por litro produzido.
   grupo (b)- produção média de 7,7 kg/dia, vacas gaharam em média   
 5,3 kg no período. Em média, consumiram de concentrados 0,57 kg de   
 NDT e 0,16 kg de PB por litro
   grupo (c)- produção média de 4,2 kg/dia, vacas gaanharam em média   
 17,6 kg no ´período. Em média, consumiram de concentrados 0,57 kg de  
  NDT e 0,22 kg de PB por litro.
   No cálculo de consumo de proteínas/litro produzido, não incluimos a uréia.

   Praticamente todos os animais já estavam teoricamente em balanço   
 positivo, com mais de 100 dias pós parto (ou seja, eram capazes de   
 consumir a quantidade de alimentos que necessitavam), exceto uma no   
 primeiro grupo com 20 dias pós parto que foi a búfala Gilete, que   
 perdeu 26 kg neste mês além da ração para poder produzir 17,2 kg/dia  
  aos 36 dias pós parto e 20,3 kg/dia aos 51 dias pós parto.

   Chama a atenção os valores muito próximos de energia por litro,   
 considerando que as recomendações são da ordem de 0,34 kg de NDT por  
  litro ECM (cerca de 0,51 kg de NDT/kg de leite in natura).

   Fica o registro...

   Otavio

   

Re: [bufalos] Montando lotes...

2007-09-25 Por tôpico Otavio
Prezado Prof. Willian,

No meu caso, não disponho de análise de gossipol no caroço de algodão que 
adquiro a granel. De qualquer forma, utilizamos o produto em quantidades de até 
3 kg/animal/dia (normalmente 2 kg) e o fornecemos à búfalas em lactação e 
inclusive ao touro. Apesar das referencias na literatura de eventual 
comprometimento reprodutivo potencial, na prética de pelo menos 10 anos de 
utilização contínua, não observamos nenhum problema (nos ultimos anos, nossa 
taxa de fertilidade tem sido superior a 90% e tivemos touro que consumiu o 
produto por vários anos e mesmo assim, aos 20 anos foi doador de semen na 
Cebran e aos 21 anos ainda cobria a campo).

Costumamos expressar o teor de energia em kg de Nutriente Digestivos Totais 
(NDT), cuja equivalencia de forma grosseira poderia ser expressa:
1 kg de NDT = 1,28 UFL = 4,4 Mcal ED = 3,6 Mcal EM  e 1 Mcal = 4,18 MJ

Em função dos elevados teores de gordura e proteínas do leite de búfalas em 
relação ao leite bovino, para expressão da produção em equivalente de energia 
do leite bovino (leite ECM), é utilizada a fórmula da Dra Di Palo: {(gordura(g) 
-40) + (proteina (g) -31) x 0,01155} x leite produzido, que expressa pois 
quantos litros de equivalete energético de leite bovino a búfala produz, 
lembrando que o leite bovino corrigido para 4% de gordura tem 740 kcal ou 3,1 
MJ. Estima-se que são necessário cerca de 0,39 kg de NDT por litro de leite ECM 
produzido (além da energia necvessária para manutenção).

Com relação à proteína/gordura do leite, não efetuamos as análises de rotina, 
sendo a ultima vez que controlomos em toda a lactação foi em 2002 quando o Dr. 
Sergio Fernandes, coletou material para sua tese e a mesma mostrou a ampla 
variação observada na espécie durante a lactação, com tendencia a se elevar ao 
final da lactação.
Um trabalho do Prof. Campanille mostra que o teor de energia da dieta 
necessário para produção de um litro de leite ECM independe do nivel produtivo 
do animal.

Otavio



  - Original Message - 
  From: [EMAIL PROTECTED] 
  To: bufalos@yahoogrupos.com.br 
  Sent: Tuesday, September 25, 2007 9:45 AM
  Subject: Re: [bufalos] Montando lotes...


  Estimado Nelson  Otávio,

  É realmente fabuloso esse trabalho que vocês estão fazendo dentro do 
  sistema de produção leiteira da linhagem WB. Entretanto tenho alumas 
  dúvidas sobre o assunto e gostaria de que vcs. nos as clareassem:

  1. Qual o teor de gossipol existente no caroço de algodão que vcs. 
  estão adicionando na ração ?

  2. Quantas Kilokal ou Kilojoules são gastos vcs.para cada litro de 
  leite produzido?

  3. Qual a relação Leite ECM mobilizada pelas búfalas de melhor 
  produção para a produção de 1 litro de leite ? Vcs. têm a dosagem no 
  leite do teor de gordura e de Proteína ?

  Gostaria de vcs. me tirassem essas dúvidas.

  SDS

  William Vale

  Citando Laguna [EMAIL PROTECTED]:

   Otavio,
  
   É certo que utilizarei as informações que voce disponibiliza para 
   confrontar com o que estamos praticando e colhendo por aqui.
   Além das 80 g de mistura mineral de injestão forçada os animais tem 
   livre acesso a cocho com mistura mineral ?
   Porque motivo voce limita a oferta de ureia a 150 g / animal / dia ? 
   Porque voce deixa de considerar a ureia no consumo de PB/kg/leite?
   Um maior teor de proteina na dieta do animal, mesmo que sem elevar a 
   produção, não contribui para aumento dos niveis de proteina do 
   leite com consequente melhora de rendimento na produção de derivados 
   lacteos?
   Os animais do grupo 3 apresentaram consumo de NDT/ kg leite similar 
   aos grupos 1 e 2 dos quais só se destacaram pelo maior consumo de PB 
   por litro produzido; foi observada melhora qualitativa neste leite ?
   Mesmo havendo os animais do grupo 3 ja entrado no terço final de 
   suas lactactações ainda apresentaram melhora de 5% no volume de 
   leite e GMD de prox. 0,550 kg voce espera que a suplementação venha 
   a contribuir tambem para uma mais longa lactação ?
   Abusando de meu acesso aos arquivos da Paineiras verifico que Gilete 
   esta em sua 15ª lactação o que faz dela, pelos dados que voce 
   apresenta, valioso exemplo da longevidade produtiva ECONOMICA da 
   especie bubalina.
  
   Nelson
   -Mensagem Original-
   De: Otavio
   Para: bufalos@yahoogrupos.com.br
   Enviada em: segunda-feira, 24 de setembro de 2007 17:13
   Assunto: [bufalos] Montando lotes...
  
  
   Falando em comida de búfalas leiteiras e, enfrentando uma seca 
   danada e tentando racionalizar um pouco a alimentação, além de 
   tentar reduzir o efeito das búfalas dominantes no rebanho, dividimos 
   mes passado os animais em 3 lotes em função do estágio de lactação 
   e produtividade:
   (a) 18 animais, 135 dias pós parto, produção média de 11,1 kg/dia
   (b) 17 animais, 188 dias pós parto, produção média de 7,3 kg/dia
   (c) 14 animais, 208 dias pós parto, produção média de 4,0 kg/dia
  
   Usamos aquela planilha que disponibilizei

Re: [bufalos] Montando lotes...

2007-09-24 Por tôpico Laguna
Otavio,

É certo que utilizarei as informações que voce disponibiliza para confrontar 
com o que estamos praticando e colhendo por aqui.
Além das 80 g de mistura mineral de injestão forçada os animais tem livre 
acesso a cocho com mistura mineral ?
Porque motivo voce limita a oferta de ureia a 150 g / animal / dia ? Porque 
voce deixa de considerar a ureia no consumo de PB/kg/leite? 
Um maior teor de proteina na dieta do animal, mesmo que sem elevar a produção,  
não contribui para aumento dos niveis de proteina do leite com consequente 
melhora de rendimento na produção de derivados lacteos? 
Os animais do grupo 3 apresentaram consumo de NDT/ kg leite similar aos grupos 
1 e 2 dos quais só se destacaram pelo maior consumo de PB por litro produzido; 
foi observada melhora qualitativa neste leite ? 
Mesmo havendo os animais do grupo 3 ja entrado no terço final de suas 
lactactações ainda apresentaram melhora de 5% no volume de leite e GMD de prox. 
0,550 kg voce espera que a suplementação venha a contribuir tambem para uma 
mais longa lactação ? 
Abusando de meu acesso aos arquivos da Paineiras verifico que Gilete esta em 
sua 15ª lactação o que faz dela, pelos dados que voce apresenta, valioso 
exemplo da longevidade produtiva ECONOMICA da especie bubalina.

Nelson
  -Mensagem Original- 
  De: Otavio 
  Para: bufalos@yahoogrupos.com.br 
  Enviada em: segunda-feira, 24 de setembro de 2007 17:13
  Assunto: [bufalos] Montando lotes...


  Falando em comida de búfalas leiteiras e, enfrentando uma seca danada e 
tentando racionalizar um pouco a alimentação, além de tentar reduzir o efeito 
das búfalas dominantes no rebanho, dividimos mes passado os animais em 3 lotes 
em função do estágio de lactação e produtividade:
  (a) 18 animais, 135 dias pós parto, produção média de 11,1 kg/dia
  (b) 17 animais, 188 dias pós parto, produção média de 7,3 kg/dia
  (c) 14 animais, 208 dias pós parto, produção média de 4,0 kg/dia

  Usamos aquela planilha que disponibilizei ao grupo e calculei uma dieta 
respectivamente para produção de 12 kg/dia, 7 kg/dia e 4,0 kg/dia, tendo por 
base de cocentrados caroço de algodão, cevada (residuo umido de cervejaria) e 
polpa cítrica. Além disso o volumoso base era 60-65% de cana + 35-40% de silo 
de capim (panicum). 
  Acrescentei uma mistura contendo 80 g/vaca/dia de sal mineral + 100 g de 
calcáreo + 150 g de uréia. 

  Em teoria, a dieta média por animal foi:
  grupo (a)- 1,5 kg de caroço + 4 kg de cevada (20 kg úmida) + 3 kg de polpa = 
13,3% de PB e 66% de NDT (um pouco a menos de energia que recomendado)
  grupo (b) - sem caroço + 2 kg de MS cevada (10 kg umida) + 1 kg de polpa = 
9,73 de PB e 59% fr NDT (adequado para 7 litros/dia)
  grupo (c) - sem caroço + 1,7 kg de MS cevada (8,5 kg umida) e sem polpa= 
8,48% de PB e 57% de NDT
  Cálcio e fósforo, pela planilha, pareciam adequados.

  Um mês depois, o resultado observado foi o seguinte: 
  grupo (a)- produção média de 10,6 kg/dia, vacas ganharam em média 1,9 kg no 
período. Em média, consumiram de concentrado 0,59 kg NDT e 0,15 kg de PB por 
litro produzido.
  grupo (b)- produção média de 7,7 kg/dia, vacas gaharam em média 5,3 kg no 
período. Em média, consumiram de concentrados 0,57 kg de NDT e 0,16 kg de PB 
por litro
  grupo (c)- produção média de 4,2 kg/dia, vacas gaanharam em média 17,6 kg no 
´período. Em média, consumiram de concentrados 0,57 kg de NDT e 0,22 kg de PB 
por litro.
  No cálculo de consumo de proteínas/litro produzido, não incluimos a uréia.

  Praticamente todos os animais já estavam teoricamente em balanço positivo, 
com mais de 100 dias pós parto (ou seja, eram capazes de consumir a quantidade 
de alimentos que necessitavam), exceto uma no primeiro grupo com 20 dias pós 
parto que foi a búfala Gilete, que perdeu 26 kg neste mês além da ração para 
poder produzir 17,2 kg/dia aos 36 dias pós parto e 20,3 kg/dia aos 51 dias pós 
parto.

  Chama a atenção os valores muito próximos de energia por litro, considerando 
que as recomendações são da ordem de 0,34 kg de NDT por litro ECM (cerca de 
0,51 kg de NDT/kg de leite in natura).

  Fica o registro...

  Otavio

  [As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas]



   

[As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas]



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