[irriga-l] comentário sobre kc

2003-08-19 Por tôpico Claudio Ricardo da Silva




Jose Alves...

Antes de entrar nessa questão (tamanho do 
lisimetro, sistema)...gostaria desugerir
Por que nao estudarmossomente a evaporação do 
solo, via lisimetro sem planta...sobossistemas de irrigação...e para 
dois tipos de solo como arenoso e argiloso, por exemplo?

De posse desse valor conseguiriamos isolar o 
componte transpiraçãono lisimetro??
O que vcs acham?


---Outgoing mail is certified Virus 
Free.Checked by AVG anti-virus system (http://www.grisoft.com).Version: 6.0.507 / 
Virus Database: 304 - Release Date: 04/08/03


[irriga-l] Re: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre Kc...

2003-08-19 Por tôpico Luiz Carlos Pavani
Olá pessoal da lista:

Estava apreciando a discussão sobre Kc em plantas chamadas isoladas em
lisímetro, nesses dias passados. Concordo com todas as observações feitas
pelo colega Flávio Arruda do IAC. Também acho que falta muita definição no
que está sendo proposto.
Uma planta de laranjeira com apenas dois anos, dentro de um lisímetro
que está no meio de uma área de 10 hectares plantada com a mesma variedade,
da mesma idade, é uma planta isolada? E quando estas plantas tiverem 15
anos, em que não há mais espaçamento livre entre plantas na linha, mas há na
entre-linha? E a influência da textura da camada superficial do solo na
velocidade de secamento da superfície? E a influência do próprio lisímetro
no desenvolvimento do sistema radicular em uma condição e na outra? Que
tamanho deverá ter o lisímetro?
Quantos espaçamentos diferentes se usa hoje em dia em pomares de citros
(5 x 4m; 6 x 4m; 7 x 3m; 8 x 4m, etc.), por exemplo? Quantos tipos de manejo
da cobertura vegetal do solo (sem cobertura, com grama, com leguminosas como
adubo verde, com cultura intercalar, etc.)? Quais os métodos de irrigação
que podem ser utilizados: sulcos, bacias de infiltração, aspersão
convencional, autopropelido, pivô-central, microaspersão, gotejamento com
linha simples ou linha dupla, gotejadores na superfície ou em subsuperfície?
O pomar onde está o lisímetro está sendo nutrido como, via água de irrigação
ou a lanço, manualmente? Como esta adubação está sendo parcelada? e ela foi
baseada na análise de solo e planta e será aplicada conforme a curva de
exigência nutricional da cultura? E as diferentes combinações de
porta-enxerto/copa? E agora com a subenxertia em função do Morte Súbita dos
Citros? E a CVC, que antes de se manifestar visualmente já está
compromentendo o fluxo de seiva da raiz para a copa? Como será obtida a ETo:
será medida em lisímetro com grama, com bordadura suficiente (que no nosso
inverno não se mantém nas condições preconizadas para uma cultura de
referência) ao mesmo tempo que será medida a evapotranspiração diária da
cultur  no lisímetro, ou será estimada por meio do método de Penman-Monteith
parametrizado por ALLEN et al. (1998), no Boletim 56 da FAO; ou será
estimado pelo método do Tanque Classe A com valores diários de evaporação,
ou com médias de cinco dias, ou de dez dias, ou mensais; será estimada pelo
método de Hargreaves, Penman ou qualquer outro dos tantos que existem?
E a precisão, exatidão dos sensores e outros erros embutidos nos métodos,
nos sensores e nos equipamentos utilizados?

Vejam que as variáveis que podem estar interferindo nos valores finais do Kc
podem não ser locais e nem serem percebidas. Por isso muitas pesquisas já
foram feitas sobre evapotranspiração e muitas ainda serão. Como disse
Stanhill, se pegarmos todas as folhas dos trabalhos que já foram publicados
sobre evapotranspiração e as espalharmos sobre a superfície do planeta,
cobriríamos uma grande parte dela e diminuiríamos em muito a
evapotranspiração.
Acho que o Boletim 56 da FAO é uma grande contribuição e um grande passo
para um  manejo mais inteligente da irrigação. Como diz o ditado a
perfeição é uma meta.

O grande problema, com a escassez de água batendo à nossa porta, é
de como viabilizarmos operacionalmente o conhecimento que já temos
engavetado, publicados em periódicos científicos e técnicos, em boletins, em
congressos, etc. transformando-os em programas de extensão. Será que os
programas para financiamento de eauipamentos de irrigação não deveriam
exigir também uma proposta de manejo de irrigação para a(s) cultura(s) que o
irrigante pretende irrigar, assinada por um profissional competente?
Esse programa sendo efetivamente implantado não poderia servir de desconto
na futura (em algumas regiões já é atual) cobrança pelo uso da água? E olha
que a irrigação será taxada quase que em dobro, pelo volume de água captado
e não devolvido (estimado em + ou - 93% do volume captado).
Se nós conseguíssemos que os irrigantes medissem decentemente pelo menos
a chuva já não seria um grande passo?

Sei que minha intervenção foi muito longa, mas espero ter colocado mais um
pouco de lenha na fogueira para que ela não se apague.

Abraços e continuemos evapotranspirando em busca da solução!

Luiz Carlos Pavani
FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal
Fone: (0 16) 3209-2637
Fax: (0 16) 3203-3341
[EMAIL PROTECTED]
- Original Message - 
From: Flavio Arruda [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Tuesday, August 19, 2003 10:05 AM
Subject: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre Kc...


 Caro José

 A discussão sobre o consumo de água de planta isola está um tanto vaga e
 seria bom que fosse especificado melhor o problema.

 Em primeiro lugar seria muito bom que fosse definido o que é planta
isolada,
 qual espécie vegetal e qual o objetivo das determinações. São questões
 fundamentais pois dão indicativas de como deverão ser tratados os
resultados
 e qual a precisão necessária. Veja por 

[irriga-l] Re: [irriga-l] Re: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre Kc...

2003-08-19 Por tôpico Jorge
Pavani,

Você não se deteve apenas na evapotranspiração nem nos lisimetros.
Deu uma passeada federal no âmbito geral e lembrou a todos nós que a
produção de alimentos é uma equação muito mais complexa.
Vimos como a discussão de um iten, a evapotranspiração, moveu a discussão
também para a globalidade da questão.
Poderia também ter passado pela abundância atual de alimentos e poderia ter
conjecturado sobre se a fome zero de facto existe na dimensão politica
espanejada, ou se por alguma razão é mais um degrau para alguns subirem no
palco.
Por enquanto, parabéns pela sua abordagem e também parabéns pelo diálogo
entre o grupo  que está bem mais aquecido e interessante.
Acrescentaria ainda, sem esquecer que estamos centrados na evapotranspiração
, um reforço á sua ideia de se cuidar da agricultura com profissionais
competentes. Iria mais longe, competentes e bem pagos, empenhados em
profundidade na produtividade, no bem estar social , na ecologia de sistemas
económicos, produtivos auto sustentados.
Mais do que a assinatura fugidia de um profissional competente, a
agricultura exige um esforço maior e mais atento in loco.
Mais do que 2% de comissãop pela assinatura, um empenho premiado com
produtividade, economicidade e representatividade da Agricultura Brasileira
no Cenário Mundial.
Mais do que estabelecer as bases teóricas para o calculo do Kc, será
importante que seja o mesmo entendido e aplicado pela classe de agricultores
ou de seus executores de campo, no sentido do melhor uso da escassa água.
Um lembrete: A Agricultura é séria demais para ser apenas o último reduto
empregatício dos que não encontram emprego nas outras áreas da economia.
Também o facto de se nascer na zona rural não me parece, tal fato por si só,
suficiente para qualificar o cidadão como agricultor.
A terra como a água, é também um património escasso e em acelerado processo
de exaustão de fertilidade, se não invertermos certos procedimentos
exploratórios.
Se não cuidarmos dela com profissionais competentes, talvez sobre Àgua e
falte Terra!

Abraços a todos.
Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]






- Original Message -
From: Luiz Carlos Pavani [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Tuesday, August 19, 2003 4:18 PM
Subject: [irriga-l] Re: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre
Kc...


 Olá pessoal da lista:

 Estava apreciando a discussão sobre Kc em plantas chamadas isoladas em
 lisímetro, nesses dias passados. Concordo com todas as observações feitas
 pelo colega Flávio Arruda do IAC. Também acho que falta muita definição no
 que está sendo proposto.
 Uma planta de laranjeira com apenas dois anos, dentro de um lisímetro
 que está no meio de uma área de 10 hectares plantada com a mesma
variedade,
 da mesma idade, é uma planta isolada? E quando estas plantas tiverem 15
 anos, em que não há mais espaçamento livre entre plantas na linha, mas há
na
 entre-linha? E a influência da textura da camada superficial do solo na
 velocidade de secamento da superfície? E a influência do próprio lisímetro
 no desenvolvimento do sistema radicular em uma condição e na outra? Que
 tamanho deverá ter o lisímetro?
 Quantos espaçamentos diferentes se usa hoje em dia em pomares de
citros
 (5 x 4m; 6 x 4m; 7 x 3m; 8 x 4m, etc.), por exemplo? Quantos tipos de
manejo
 da cobertura vegetal do solo (sem cobertura, com grama, com leguminosas
como
 adubo verde, com cultura intercalar, etc.)? Quais os métodos de irrigação
 que podem ser utilizados: sulcos, bacias de infiltração, aspersão
 convencional, autopropelido, pivô-central, microaspersão, gotejamento com
 linha simples ou linha dupla, gotejadores na superfície ou em
subsuperfície?
 O pomar onde está o lisímetro está sendo nutrido como, via água de
irrigação
 ou a lanço, manualmente? Como esta adubação está sendo parcelada? e ela
foi
 baseada na análise de solo e planta e será aplicada conforme a curva de
 exigência nutricional da cultura? E as diferentes combinações de
 porta-enxerto/copa? E agora com a subenxertia em função do Morte Súbita
dos
 Citros? E a CVC, que antes de se manifestar visualmente já está
 compromentendo o fluxo de seiva da raiz para a copa? Como será obtida a
ETo:
 será medida em lisímetro com grama, com bordadura suficiente (que no nosso
 inverno não se mantém nas condições preconizadas para uma cultura de
 referência) ao mesmo tempo que será medida a evapotranspiração diária da
 cultur  no lisímetro, ou será estimada por meio do método de
Penman-Monteith
 parametrizado por ALLEN et al. (1998), no Boletim 56 da FAO; ou será
 estimado pelo método do Tanque Classe A com valores diários de evaporação,
 ou com médias de cinco dias, ou de dez dias, ou mensais; será estimada
pelo
 método de Hargreaves, Penman ou qualquer outro dos tantos que existem?
 E a precisão, exatidão dos sensores e outros erros embutidos nos métodos,
 nos sensores e nos equipamentos utilizados?

 Vejam que as variáveis que podem estar interferindo nos valores finais do
Kc
 podem não ser 

[irriga-l] Re: Kc é igual

2003-08-19 Por tôpico Tonny Jose Araujo da Silva
Caros colegas da lista do kc  igual

Acredito que a definio de planta isolada proposta pelo Jos Alves
est relacionado  irrigao localizada e seu efeito quanto a
determinao do kc, objeto desta discusso. A necessidade de cada
planta literalmente isolada ter que ser atendida independentemente
dela estar fazendo parte de um vasto pomar de plantas jovens ou
formando renques, no caso de plantas adultas. A grande contribuio
de Allen (1998) atravs do boletim 56  sem dvida uma valiosa
referncia, quando no dispomos de kc obtidos localmente e,
portanto, sujeitos s nossas condies climticas, do solo, de
fertilidade, de pragas e doenas. Concordamos parcialmente com o
Prof. Pavani quanto  capacidade de nossos irrigantes em pelo menos
determinar a precipitao para poder ento manejar melhor sua rea
irrigada, porm, no podemos deixar de buscar novas informaes,
aguardando que os irrigantes aprendam a medir chuva. Mtodos de
fluxo de seiva por sonda trmica ou balano de calor necessitam de
lismetros para sua validao, voltando ao mesmo ponto de
questionamento proposto pelo coordenador, no sendo soluo
imediata para o problema. Alm disso, culturas como pupunha,
maracuj, e outras frutas tropicais de importncia econmica no
Pas, ainda no so citadas pela FAO (Boletim 56). Qual kc que
utilizaremos para estas culturas? Aproveitando as questes sugeridas,
pergunto: Ser que no est na hora de tentar estabelecer
critrios na determinao do kc? Alguns falam que planta isolada
deve ter seu consumo determinado em litros. Onde vou aplicar estes
litros? Prximo ao caule, na projeo da copa ou no espaamento da
cultura? Vejam quantos questionamento j foram feitos evidenciando a
necessidade de uma parametrizao para determinao de kc e
lisimetria.



  Tonny Jos Arajo da Silva

Eng. Agronomo, Mestre em Agronomia / Cincia
do Solo pela UFRPE, Doutorando em Agronomia / 
Irrigao e Drenagem pela USP-Esalq
Rep. Discente do PPG em Irrigao e Drenagem

==
Saiba o que já foi discutido na IRRIGA-L em:
http://www.agr.feis.unesp.br/irriga-l.htm


Para sair da lista IRRIGA-L, envie um e-mail para:
[EMAIL PROTECTED]
e no corpo da mensagem digite:

unsubscribe irriga-l (seu endereco eletronico)

Nao envie mensagens com este conteudo diretamente para a lista.
==