Re: [irriga-l] Lamina para Pivos

2004-07-01 Por tôpico Marcos Alves Ferreira



Caro Jorge, recorro a sua experiência em Pivos e 
peço alguma opinião a respeito do seguinte "problema":
 Quando se deseja dimensionar um 
sistema de adução para abastecimento de pivos, levando-se em conta 
um´reservatorio que já possui uma vazão de entrada, quais os criterios que 
devemos atentar para tornar a solução mais economica possível? 
Resumindo: Temos três pivos os quais retiram água 
de um reservatorio. Este por sua vez é abastecimento por um corrego, o qual não 
possui vazão suficiente para para atender a demanda dos pivos. No entanto existe 
um segundo corrego (este com alta vazaõ) o qual ira abastecer o reservatorio. 
Quais os criterios para dimensionamento deste adução (corrego-reservatorio)? 
Podemos e devemos utilizar o volume úitl (volume oriundo da profundidade de 
sucção)? A adução necessariamente deve ter a vazão igual ao somatorio dos três 
pivos?
Agradeço desde já as sugestões.

Engº Agricola Marcos Alves
[EMAIL PROTECTED]



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  From: 
  Jorge 
  
  To: [EMAIL PROTECTED] 
  Sent: Saturday, June 26, 2004 10:14 
  PM
  Subject: Re: [irriga-l] Lamina para 
  Pivos
  
  
  Prezados Colegas ,
  
  De acordo com as 
  explicações dos colegas penso que ainda poderemos tecer algumas considerações 
  a respeito de lâmina maior ou menor. 
  Pegando no último parágrafo do Fernando, que transcrevo abaixo,
  Resumindo:  Deve-se planejar a lâmina 
  d´água do pivô de acordo com as características da PLANTA, do CLIMA e do do 
  SOLO. Aí, então, entramos com os cálculos hidráulicos, conforme as coerentes 
  observações do Jorge.Fernando 
  
  
  acrescento que 
  qualquer pivot pode ter sua lâmina definida como elevada, como exemplo, 20 mm/dia em 24 horas , 
  que óbviamente em termos de fabricação é um exagero, e mesmo nesse pivot 
  conseguir uma aplicação de lâmina baixa, em caso 
  especial de elevada velocidade de translação, o que é outro erro de construção 
  tendo em conta a economia de projeto.
  Os limites construtivos têm assim uma 
  possibilidade imensa de opções , mas com resultados não constantemente 
  económicos. Cada diversão matemática ou hidraulica, tem seus custos e 
  eles não são baratos. 
  É necessária uma grande criatividade para a 
  construção de equipamentos que atendam a todos os quesitos , desde a 
  necessária resistência aos esforços solicitados em trabalho, passando pelo 
  consumo energético, durabilidade face ás condições de possíveis corrosões, e 
  riscos diversos por uso inadequado, aplicando, por exemplo do Fernando, 
  lâminas diversas fora das necessidades do momento de cada cultura, e outras 
  circunstâncias que influenciam o sucesso ou insucesso de uma 
  exploração.
  Não chega a ser " um bicho de sete cabeças" desde 
  que se usem os conhecimentos mais modernos de todos os setores das 
  engenharias envolvidas, mas cada vez mais, é campo de especialistas bem 
  formados e informados.
  Diria que o Brasil teve oportunidade de aprender 
  com os acertos de muitos e bons profissionais , mas também aprendeu muito com 
  os erros e desacertos , nas tentativas de alcançar os melhores 
  resultados.
  É no entanto um caminho com "pedras para 
  tropeçar" caso não se atendam a critérios com a observancia 
  cientifica.
  Se por um lado o Brasil tem um dos maiores 
  parques de maquinário Pivot do Mundo, é também por aqui que encontramos 
  um dos maiores "Cemitérios " de projetos falidos por não atenderem, no todo ou 
  em parte, ás tais regras económicas que em seu conjunto propiciam o sucesso 
  dos empreendimentos.
  
  Atenciosamente,
  Jorge de Sousa
  [EMAIL PROTECTED]
  
  
  
  - Original Message - 
  
From: 
Fernando 

To: [EMAIL PROTECTED] 
Sent: Saturday, June 26, 2004 12:19 
PM
Subject: Re: [irriga-l] Lamina para 
Pivos
Caro Marcos, Gostaria de 
acrescentar mais duas às observações do Fernando Tangerino, por sinal 
bastante coerentes. Deve-se considerar as 
características do solo em que será implantado o pivô, e as características 
fisiológicas das culturas que serão implantadas. As características mais 
importantes são a velocidade de infiltração e a capacidade de armazenamento 
de água. Com relação ao 
solo: Caso a intensidade de aplicação do pivô 
ultrapasse a velocidade de infiltração, haverá perda de água por 
escorrimento superficial (runoff). Caso a lâmina 
d´água total ultrapasse a capacidade de armazenamento, haverá perdas de água 
por percolação (drenagem abaixo da camada de raízes). A percolação só é 
benéfica se for planejada, em casos específicos, tais como no manejo da 
salinidade do solo. Com relação à 
cultura: Há casos em que as culturas necessitam da 
aplicação freqüente e em baixa quantidade, e casos em que ocorre justamente 
o contrário. Há, também necessidades diferenciadas ao longo do ciclo, tanto 
em termos de quantidade como de frequência. Cito, como 
exemplos, duas culturas: 

Re: [irriga-l] Lamina para Pivos

2004-07-01 Por tôpico Jorge



Prezado Marcos,

Embora não seja definitiva , a presente opinião 
para resolver seu assunto, passa pelo seguinte, tendo em conta os dados que me 
fornece:
Primeiro, a área total irrigada, deve ter á 
sua disposição suficiente água para um grupo de culturas em rotação. 
Provávelmente, algumas exigem menos água , outras exigem mais.
Não seria um exagero escolher a cultura mais 
exigente para todos os pivots ao mesmo tempo. Dependendo do momento comercial, 
essa pode ser a cultura mais cara em termos de consumo de água , mas pode ser 
também a mais rentável em virtude de momento favorável de venda de seu 
produto.
Portanto, escolha as culturas e defina o consumo de 
água.

O abastecimento dessa água, deve previlegiar a 
fonte que está mais próxima, e menos profunda, bem entendido, águas boas para 
irrigação.
A parcela que faltar, que seja a menor possível , 
se a mesma for de longa distância e de grande profundidade ou 
desnível.
Depois da água barata acabar, use o complemento com 
água mais cara, que significa com maior consumo de energia em watt por m³ ou Cv 
por m³ ou outra comparação que seja adequada.
Para o bombeamento, use de preferência o maior 
tempo possível, 24 horas por dia, para repor a parcela de água cara. Esta 
orientação vai permitir usar tubos de menor diâmetro e portanto com tendência a 
serem mais baratos, mantendo a qualidade e durabilidade.
Faça ensaios para verificar se o reservatório tem 
dimensão suficiente para servir como amortecedor desses caudais sem que 
tenha pontos mortos ,ou seja sem que falte água durante a operação dos pivots em 
regime mais exigente.
Para tanto é fundamental conhecer a capacidade 
minima da fonte mais barata, dimensionar o complemento e dividir 
essecomplemento pelas 24 horas, sem transvazar o reservatório nem faltar 
água.
Eventualmente poderá ter de usar sensores de nível 
para ordenar o complemento com água cara.
Depois de quantificar os volumes por hora de cada 
origem de água, partiremos para a escolha dos equipamentos que fazem essa tarefa 
com o menor consumo de energia, ao nivel das motobombas, bem como a ecolha da 
tubulação de resistência adequada e de diâmetro que propicie a menor perda 
de carga de forma econômica. Este é um exercício que tem a ver com seu bolso e 
com o planejamento global das suas culturas.
Presumo nestas recomendações que o seu planejamento 
será para a mais intensa utilização possível dos seus equipamentos, de duas a 
três culturas anuais, dependendo claro , de seus ciclos culturais e de sua 
inserção nas épocas culturais.
Quanto ao dimensionamento das adutoras, teria de me 
fornecer o desenho de seu trajeto para avaliar melhor em qual deles as águas 
serão bombeadas em conjunto e, a partir de onde elas se separam para cada pivot. 
Nem sempre será necessário ter a vazão somada dos três pivots. Mas isso depende 
de mais informações suas.
Todos os trajetos têm seu óptimo a encontrar. Os 
desníveis também são importantes, assim como as mudanças de de rumo , curvas, 
lombas, etc, que podem exigir dispositivos adequados para ultrapassar 
dificuldades de condução da água.

Não tome estas sugestões como soluções imediatas. 
Elas apenas pretendem lhe indicar que há diversas soluções que poderão ser 
usadas com sucesso por vezes equivalente.
Um pequeno croquis que possa me enviar por fax 
0xx3838212228 será de grande utilidade para a discussão.
Na medida em que o deseje, poderei reproduzir 
esse croquis para a irriga-L de forma a ampliar informações para o grupo e de 
forma a suscitar outras cooperações e sugestões.

Atenciosamente,
Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]



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  Marcos Alves Ferreira 
  To: [EMAIL PROTECTED] 
  Sent: Thursday, July 01, 2004 9:55 
  AM
  Subject: Re: [irriga-l] Lamina para 
  Pivos
  
  Caro Jorge, recorro a sua experiência em Pivos e 
  peço alguma opinião a respeito do seguinte "problema":
   Quando se deseja dimensionar 
  um sistema de adução para abastecimento de pivos, levando-se em conta 
  um´reservatorio que já possui uma vazão de entrada, quais os criterios que 
  devemos atentar para tornar a solução mais economica possível? 
  Resumindo: Temos três pivos os quais retiram água 
  de um reservatorio. Este por sua vez é abastecimento por um corrego, o qual 
  não possui vazão suficiente para para atender a demanda dos pivos. No entanto 
  existe um segundo corrego (este com alta vazaõ) o qual ira abastecer o 
  reservatorio. Quais os criterios para dimensionamento deste adução 
  (corrego-reservatorio)? Podemos e devemos utilizar o volume úitl (volume 
  oriundo da profundidade de sucção)? A adução necessariamente deve ter a vazão 
  igual ao somatorio dos três pivos?
  Agradeço desde já as sugestões.
  
  Engº Agricola Marcos Alves
  [EMAIL PROTECTED]
  
  
  
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Jorge 
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Sent: Saturday, June 26, 2004 10:14 
PM
Subject: Re: [irriga-l] Lamina para 
Pivos